Publicado em 09/05/2017, às 12h46 por Ana Guedes
Quando eu tinha a idade do Pedro, ou um pouquinho mais, estava em Montevideo e minha mãe achou mais prático pegar um ônibus na frente do hotel para irmos a algum lugar.
Ônibus? Eu?
Nunca tinha entrado num ônibus. Nasci com ela me levando e buscando de carro para todos os lugares, e ainda tinha o Beto, meu fiel escudeiro e cúmplice: o motorista da mãe para ajudar conosco, com a casa, e com o pai que passava o dia no Consultorio.
Mas ônibus… Bah mãe, Taxi?!
Meu irmão do meio, que pelas minhas contas deve ter nascido já com a mochila nas costas, me larga um grito:
– Ô guria! Qual o problema? Se tu não sabe pegar um ônibus aqui não vai saber em lugar nenhum. E se precisar?
Precisou.
A gente cresceu, do colégio pra vó era uma lotação só, pega na frente larga na frente! Eba! Vó free!
Depois viajamos com a minha outra avó que nos despachou os dois rio-poa, ele doze eu oito. Emoção.
Mais tarde íamos e voltávamos de uma praia no Uruguai que nem tinha rodoviária de ônibus! O pai fazia a autorização no passaporte: “permitido viajar desacompanhado”!
Meu irmão era meu guia de coragem e transportes públicos.
Lembro bem de meu ano de mochila que liguei pra casa de um lugar chamado “Isle of Skyes”. E ele calmo me perguntou: Tu sabe onde estás? Eu: Claro! Escócia! Highlands! Peguei o backpaking que tu indicou!
– Sim. Mas olha o mapa. Só pra saber que estás quase na Groenlândia!!!
O mapa era grande pacas!
Há alguns meses atrás eu e o Pedro íamos de carro para a mesma praia, da qual ele voltaria com o motorista, depois de ficar uns dias com a avó, quando a mãe desavisada superou um limite de velocidade. Ok. Estamos sem carro.
E agora? E o Pedro?
Contrato um motorista, ponho na van, usamos o uber todos os dias?
Tudo financeiramente se equiparava. Ele escolheu: uber, lotação, e da escola pra vó a pé.
-Acho legal lotação!
Claro, sempre super bem acompanhado, em horários razoáveis.
Embora neste mês esteja me sentindo mais segura na lotação e no uber do que com ele no carro.
Opiniões. Escolhas.
Hoje, saímos de casa, peguei o celular pra chamar o uber.
– Mãe! A lotação tá passando! E esta vai pelo IPA! É mais rápido.
Das coisas da minha cidade que aprendi com o Pedro é a eficiência do transporte público, ar condicionado, motoristas em sua maioria cuidadosos, rotas bem explicadas. E com meu irmão, hoje pai, médico, e eterno viajante um aplicativo que me dá todas as opções de como me mover.
Como se eu estivesse em Paris, como diria a Clarice, sem estar, penso o que posso estar onde quiser. E tenho aproveitado a viagem: pessoas, referências, conversas, troca de experiências.
A vida virou uma crônica cotidiana para mim.
Das coisas que o Pedro está aprendendo neste mês não sei, são muitas, mas acredito que quando ele por a mochila nas costas, se assim o quiser, não vai se apavorar com o metro de Paris e sua confusão de linhas, nem muito menos gastar um ticket pra andar uma quadra e meia por baixo da terra achando que em Londres cada estação deve ter 10km entre uma e outra.
Este cara já foi. Mais longe que eu.
Paguei a multa e já comprei a mochila.
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