Publicado em 27/11/2023, às 11h55 por Geovanna Tominaga
Sempre que venho aqui escrever o texto desta coluna, fico pensando sobre que assunto falar. A maternidade é recheada de pautas, de todos os tipos e importâncias. Desde a troca de fraldas, qual é o melhor modelo de babá eletrônica, até os temas mais complexos como modelos de criação, bullying ou a melhor escola para o meu filho. Não há como deixar de fora nenhum tipo de assunto quando se trata dos nossos filhos, não é mesmo?
Eu acredito que a maternidade é vivida em fases e cada uma delas tem a sua dificuldade. Aquele problema que esquenta os nossos neurônios, nos deixa acordadas noites inteiras e escurece nossas olheiras para o resto dos nossos dias.
No início, ainda com o Gabriel no ventre, passava horas na internet pesquisando sobre tipos de parto, mala da maternidade e primeiros cuidados com o bebê. Depois de dar a luz, quase não dá tempo de mais nada... Senti na prática todas aquelas dúvidas que eu tinha na teoria. Busquei ajuda com as mais experientes, mulheres que estavam passando pela mesma fase que eu. A rede de apoio virtual me trouxe conforto e segurança, já que minhas amigas próximas já estavam com seus filhos maiores e estavam enfrentando desafios de fases mais avançadas que eu.
Em pouco tempo, as preocupações os primeiros cuidados foram dando espaço para as questões sobre o desenvolvimento infantil. Gabriel nasceu no meio de 2019, isso significa que eu tinha um bebê de quase um ano em lockdown. Será que vai receber estímulos suficientes para um desenvolvimento saudável? Ainda não está andando… Quantas palavrinhas será que ele deveria estar falando?
E lá fui eu pesquisar e estudar sobre essas questões. As lives do Converses Maternas com outras mães, médicos e especialistas começaram com esse propósito. Tentar sanar as minhas dúvidas e das outras mães que me acompanhavam. Como boa curiosa que sou, me matriculei numa Pós-graduação sobre neurociência, educação e desenvolvimento infantil e mergulhei de cabeça nos estudos sobre a infância.
Os famosos "terríveis dois anos" me levaram a querer entender mais sobre educação. Descobri o universo da disciplina positiva, da comunicação não violenta e outras teorias de criação de filhos. Me assustava o fato de que logo eu teria um adolescente em casa e seria responsável por ajudá-lo com suas regulações emocionais. No curso de formação em Educação Parental, descobri o quanto um adulto desregulado emocionalmente atrapalha nesse processo.
São tantas fases e tantas coisas novas para aprender, em tão pouco tempo, que eu juro que gostaria de ter explorado essas questões bem antes de me tornar mãe. O cursinho que fiz aos 8 meses de gravidez na Maternidade onde dei a luz, não chegou nem perto de cobrir todos esses temas. E olha que o Gabriel tem apenas 4 anos! Quando eu digo que deveria existir uma faculdade para a Parentalidade, ainda vejo alguns narizes torcidos.
Você é do time “eu não preciso de alguém me ensinando como educar meu filho?”. Ou se matricularia imediatamente na minha escola para pais?
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