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Nova mãe, novo normal

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Publicado em 11/05/2021, às 08h13 - Atualizado em 20/05/2021, às 09h32 por Com a Palavra


**Texto por Mayra Mayor, autora, mãe de Arthur

(Foto: Shutterstock)

Como muitas mulheres, travei uma longa batalha até conseguir engravidar. A cada tentativa, eu fazia as contas de qual seria o signo do meu futuro bebê. O que jamais poderia prever é que teria um filho no meio de uma pandemia. Quem estava preparado para isso?

Com poucas semanas de gestação, eu e meu marido nos isolamos nessa quarentena que não terminou. De lá para cá, vivemos momentos curiosos. Não tristes porque, com  tantas perdas ao redor, gerar uma vida é, por si só, uma benção. Mas sim, cenas peculiares. Contar da gravidez pelo Zoom, não ter a mão das amigas pousada na barriga, fazer um enxoval inteiro online.

O carinho, porém, dá um jeito de chegar. Ao final da gestação, uma amiga um dia ligou: não acredito que não vou te ver grávida. Em poucos minutos ela bateu na minha casa, de máscara e lágrimas nos olhos. Outra, que mora fora, além de me emprestar o CEP para eu mandar tralhas da Amazon, juntou uma mala de roupas guardadas do filho mais velho e enviou tudo para o Brasil. Ela estava ao meu lado, mesmo a um oceano de distância. A gravidez no isolamento possibilitou feitos inconcebíveis num mundo anterior. Meu marido, que viajava a cada semana, acompanhou todas as ultras e consultas ao obstetra.

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Arthur nasceu em 20/10/20, com a maternidade lotada de protocolos e mães que escolheram a data, supostamente cabalística. Não tivemos visitas. Com os hormônios, curativos e olheiras, confesso ter gostado do sossego. Quando chegamos em casa, mais uma vez recebemos o afeto envelopado. Tantas flores e presentes que parecia Natal.

É claro que nem tudo foi um mar de rosas. Com o tempo, o bicho pegou. A maternidade é uma gangorra. Dias de luta, dias de glória, e muitos, muitos dias de certa solidão. Um esvaziamento de si mesma para possibilitar essa doação ao outro, que só aumenta com o passar dos meses. Foi aí, para mim, que o chão pesou. Quando senti falta, naquele turbilhão insone de cólicas, farmácia, eletricista, da mulher que sou.

Tudo que eu mais queria era fazer algo por mim. Mas o que fazer por você numa pandemia, quando não se pode sair de casa, ir a um cinema ou encontrar as amigas? Me ajudou recorrer ao esporte, à natureza, e seguir cultivando hábitos só meus: uma série, uma caminhada com alguém ao ar livre, a novela que voltou a passar e eu assistia enquanto tirava leite. É o tal do equilíbrio que todo mundo fala. De fora, pode parecer clichê, egoísmo, privilégio, mas garanto que vira necessidade básica quando chega a sua vez.

No fundo, todo mundo elogia a mulher que tem filhos e entra logo em forma, volta ao trabalho e mostra-se em perfeito estado de colágeno, sanidade, humor. O que poucos contam são os vales ao longo do caminho. Divido aqui os meus e a certeza de que outros virão, mesmo após a vacina. Hoje vejo que o isolamento decorrente da Covid foi um catalizador de altos e baixos. Como toda mãe, escolho computar só os bons momentos. Quando vejo meu filho risonho e com saúde, penso que nada do que não tive me fez falta. Faria tudo de novo, do mesmo jeito, no mesmo tempo, quantas vezes fosse preciso.


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