Publicado em 17/04/2013, às 17h24 - Atualizado em 16/06/2015, às 14h49 por Redação Pais&Filhos
Quando se trata de saúde, corremos contra o tempo. E, no caso de algumas doenças, a diferença entre uma vida normal e uma deficiência está aí: mais alguns meses e Bruna seria uma das cerca de 400 mil crianças cegas que existem no mundo. A gente sempre ouve falar do Teste do Pezinho, mas ele não é o único: com a tecnologia de hoje, é possível detectar quase 50 doenças com uma gotinha de sangue do calcanhar do recém-nascido. Além dele, há exames simples e fundamentais nos olhos e ouvidos do bebê. A gente explica como fazer para o recém-nascido só voltar para casa depois desse check-up básico.
Teste do Olhinho
Como é feito: Também é conhecido como Teste do Reflexo Vermelho. Em uma sala escura, o pediatra utiliza um aparelho chamado oftalmoscópio, que emite um feixe de luz em direção ao fundo do olho da criança. Se estiver tudo bem, essa luz bate na retina e gera um reflexo de cor vermelha, igual àquele que acontece em algumas fotos tiradas com flash. Caso algo esteja obstruindo o caminho do feixe de luz, o reflexo fica esbranquiçado.
Quando: O ideal é que seja feito nas primeiras 48 horas de vida.
O que detecta: Além da catarata, esse exame é capaz de diagnosticar também glaucoma congênito, tumores e inflamações de retina, hemorragias e outras doenças que causam obstrução na passagem da luz.
Por que é fundamental: Para enxergar, é preciso que os olhos e o cérebro trabalhem. Quando a luz não passa direito pelo olho do recém-nascido, o cérebro não é estimulado a decodificar aquele sinal. Se passar muito tempo assim, ele terá perdido a capacidade de aprender a ver, mesmo que corrija o problema no olho.
O que diz a lei: Apesar de simples e eficiente, ainda não existe nenhuma lei nacional tornando o Teste do Olhinho obrigatório em todo o País. Em alguns estados e certas cidades, incluindo Rio e São Paulo, isso já aconteceu. No entanto, João Firme, pai de Robson e Álvaro, secretário-geral do Instituto Ver, diz que a lei não “pegou” em todos os lugares. “Aqui em Porto Alegre, só está começando a funcionar porque pressionamos e o Ministério Público passou a fiscalizar”, afirma.
Quanto custa: O preço da consulta com o pediatra ou o oftalmologista.
Teste da Orelhinha
Como é feito: Com o bebê dormindo, uma fonoaudióloga coloca um fone de ouvido ligado a um computador no recém-nascido. Essa sonda emitirá sons, e o aparelho é capaz de identificar, por meio do retorno das ondas sonoras, a existência de algum problema.
Quando: A partir do segundo dia de vida. Todas as crianças devem fazê-lo antes dos três meses, mas é ainda mais importante em bebês que passaram pela UTI neonatal ou fazem uso de algum medicamento, nos prematuros ou com histórico de surdez na família.
O que detecta: Deficiências auditivas.
Por que é fundamental: É por meio da audição que desenvolvemos a linguagem e a capacidade de nos comunicar. Normalmente, os pais só percebem que a criança não escuta direito quando apresenta dificuldades para falar. A intervenção fonoaudiológica e o uso de aparelhos antes dos seis meses permitirão à criança um desenvolvimento praticamente igual ao das ouvintes.
O que diz a lei: A obrigatoriedade foi aprovada pela Câmara dos Deputados em setembro, mas precisa ainda passar por outras instâncias para entrar em vigor.
Quanto custa: Cerca de R$ 65.
Teste do Pezinho
Como é feito: Retiram-se algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê, que são colocadas em um papel-filtro e enviadas para análise em laboratório. O grande truque desse teste, criado na década de 60, nos Estados Unidos, é conseguir fazer o diagnóstico no sangue seco. Isso o torna viável em larga escala, pois não é necessário montar um laboratório capacitado em todos os locais de coleta.
Quando: O ideal é que seja feito entre o terceiro e o sétimo dia de vida.
O que detecta: O teste feito no SUS (Sistema Único de Saúde) garante o diagnóstico de duas a quatro doenças, dependendo do estado. O exame ampliado pode ser solicitado na rede particular e detecta a presença de cerca de dez enfermidades. A Espectrometria de Massas, espécie de superteste do pezinho, tecnologia ainda não plenamente difundida no Brasil, chega a detectar quase 50 doenças infecciosas, congênitas e ligadas a erros inatos do metabolismo.
Por que é fundamental: Evita complicações futuras no crescimento e desenvolvimento da criança. Em alguns casos, a ausência de tratamento pode causar deficiência intelectual e morte.
O que diz a lei: Todas as crianças nascidas no País têm direito ao teste básico. Em 2000, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Triagem Neonatal, que prevê o diagnóstico de quatro doenças pelo SUS: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística. No entanto, o número de doenças detectadas varia conforme o estado (de duas a quatro), já que nem todos se encontram na mesma fase de implementação do programa.
Quanto custa: O teste ampliado custa entre R$ 150 e R$ 200 na rede particular, mas algumas maternidades já incluem o exame gratuitamente no pacote do parto.
Superteste do pezinho
A técnica da espectrometria de massas já era bastante conhecida com outras finalidades, mas sua utilização na triagem neonatal foi um grande salto, a ponto de os médicos dizerem que é o futuro do Teste do Pezinho. Por meio da nova tecnologia, é possível descobrir, em poucos minutos, irregularidades no mesmo cartão onde ficam as gotinhas de sangue seco. São quase 50 doenças raras, cujo tratamento precoce é essencial.
Dois serviços de referência em triagem neonatal do Brasil já estão providenciando a instalação dessa técnica: a Apae de São Paulo e a Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), do Paraná. Segundo José Eduardo Lauandos, pai de Juliana e Artur, coordenador do Laboratório Apae-SP, o equipamento começará a ser utilizado já no ano que vem, mas não há previsão de cobertura pelo SUS nem se sabe, ainda, quanto custará o exame.
Nos Estados Unidos, a técnica já está se tornando mais comum, apesar de não-obrigatória. A discussão por lá diz respeito a questões éticas. O espectrômetro também é capaz de descobrir alguns poucos problemas para os quais o único benefício é o diagnóstico, já que não há cura nem tratamento. Nesse caso, é melhor sair da maternidade sabendo? Uma grande questão.
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