Família

Meu primeiro Dia das Mães

Imagem Meu primeiro Dia das Mães

Publicado em 06/05/2013, às 13h39 - Atualizado em 24/12/2020, às 05h38 por Redação Pais&Filhos


A ficha da maternidade leva nove meses para cair. É o tempo que precisa­mos para nos adaptarmos à ideia. Quer saber de uma? Nem assim a gente se sente prepa­rada. Quer saber de outra? A gente nunca se sente. Agora, preparada ou não, assim que você confere o resultado positivo do teste de farmácia, não tem jeito: você já é mãe. Aqui na Pais e Filhos a gente acredita nisso total­mente. Ok, existe o risco de que a gravidez não se desenvolva (sempre existe) e, para acompanhar tudo, existem o pré-natal e exa­mes cada vez mais modernos, que ajudam você a ficar tranquila e tornam esse senti­mento mais concreto mês a mês, à medida que percebe o bebê se formando.

Com toda a tecnologia, hoje isso acontece mais e mais cedo. No primeiro dia de atraso da menstruação, o teste de farmácia confir­ma com precisão que o bebê está lá. Casos de falso-positivo são raríssimos. Pouco depois, a primeira ultrassonografia já mostra que há vida lá dentro. Se você fizer o ultrassom depois do 23º dia, já verá o coração pulsan­do. E por aí vai. Escolhemos seis momentos marcantes da gestação, aqueles que você vai colar no álbum, gravar em DVD, ligar para os parentes avisando, comemorar. E pode come­morar. É seu primeiro Dia das Mães. Exija presente, cafuné, café da manhã na cama. Logo mais você não vai ter muito tempo para isso. E tudo bem. Bem-vinda ao clube.

O primeiro positivo!

É quase inacreditável que dois risquinhos em um palito possam mudar a vida de uma pessoa (neste caso, de duas) de maneira tão definitiva. “O exame positivo pode ser uma alegria, tristeza (caso a gravidez não tenha sido planejada), mas, de qualquer jeito, sem­pre será uma surpresa muito grande”, defi­ne Flávio Garcia de Oliveira, ginecologista e obstetra. “É nesse momento que começa um filme na cabeça da mãe sobre como vai ser a vida dessa criança: se vai ser menino ou menina, que tipo de educação terá, o tipo de roupinha que irá vestir… O homem já é mais pé no chão, pensa nas despesas e em como lidar com o aumento delas”, diz, com conhe­cimento de causa, o dr. Flávio, pai de Gabriel, Manoela, Pedro, Lucas e Maria Fernanda. Ainda que a gestação tenha sido planejada, a mãe pode ter sentimentos contraditórios, se pegar adorando a ideia de ser mãe e, cin­co segundos depois, pensar coisas do tipo: “O que foi eu que fiz? Será que quero mesmo?”. É assim, todo mundo passa por isso, não se cul­pe. Aliás, culpa é um dos primeiros sintomas da maternidade, pode acreditar.

Nesse momento a mãe se encontra em um estado de transe tal que chega a se recusar a acreditar na existência do bebê. Para uma mulher que nunca teve filhos, o momento da descoberta da maternidade se assemelha ao ingresso em um novo emprego: a falta de familiaridade com as novas atribuições e o desconhecimento total do novo ambiente de trabalho trazem misto de euforia e insegu­rança. É normal, a mulher que passa pela primeira gravidez não sabe o que vai enfren­tar e experiências de sua vivência pesso­al dificilmente irão ajudá-la neste ponto: é um momento diferente de tudo o que ela já viveu até agora. E a nova mãe teme não exer­cer de maneira satisfatória sua nova função. Além disso, existe, muitas vezes, o medo de que a vida doméstica anule a pessoa que ela é fora de quatro paredes: uma mulher com uma carreira, amigas e hobbies, ou seja, inte­resses que transpõem a esfera doméstica. Pois é. Mãe é tudo isso. E muito mais.

O primeiro ultrassom

Quando o primeiro exame de ultrassom é feito, a mulher está na quinta ou sexta sema­na de gestação; o bebê ainda tem cerca de 5 milímetros; e o coração corresponde a quase metade de seu corpo. Ele é o primeiro órgão a ser formado e, desde o começo, já bombeia sangue para o desenvolvimento dos demais órgãos. É o momento de concretizar a fanta­sia que começou quando o exame de gravi­dez deu positivo: “A mulher entra em estado de torpor na hora do exame. Ela chora, sor­ri”, descreve o médico. Seguindo a máxima “ver para crer”, é a partir do momento em que a mãe “conhece” seu filho que passa a acreditar que ele realmente existe. Isso traz muita alegria e, igualmente, muita insegu­rança. A mulher continua o questionamento surgido na descoberta da gravidez: “Será que serei uma boa mãe?”. Você vai se perguntar isso a vida toda. E perceberá que será res­ponsável por aquele pequeno ser que apare­ce no monitor ao lado da cama.

Se agora é a hora de ver para crer, é o momento também de compartilhar a novi­dade. É que, geralmente, as mulheres são acompanhadas pelo marido, pela mãe ou por uma amiga no primeiro ultrassom, jus­tamente por conta da tal insegurança.

Segundo o dr. Flávio, os pais têm as mais diversas reações: ficam estáticos, sem ter o que falar, eufóricos ou até apreensivos. Mal dá para diferenciar as partes do corpo do feto, mas esta é a primeira “foto” do seu filho!

Nessa fase, quando a barriga ainda não des­pontou, muitas mulheres chegam a duvidar de que estão grávidas – mesmo com o ultras­som nas mãos, porque não é fácil identificar o bebê naquele retrato. No seriado Friends, é clássico o episódio em que Rachel (Jennifer Aniston) começa a chorar porque não vê o filho naquele borrão. Nos próximos ultras­sons, em que o borrão vai ganhando feições, a mãe já começa a ajustar a sua imagem ideal de bebê ao filho real que carrega.

As primeiras batidas do coração

A primeira “atividade” do futuro bebê são seus batimentos cardíacos, regulares e rápi­dos, que começam na quinta semana, apro­ximadamente no 23º dia. A partir da sétima semana de gravidez, os batimentos do bebê já devem estar visíveis. Este exame é mais uma confirmação de que o bebê está bem: quando se consegue ver o coração batendo, a chance de a gestação seguir sem problemas é de cer­ca de 97%. Os casais costumam se surpreen­der com o ritmo acelerado dos batimentos do bebê, e é aí que os corações dos pais também disparam e o barulho se transforma em uma coisa só: a evidência da vida. O coração bom­beia ao ritmo de 150 batimentos por minuto (o dobro do seu ritmo cardíaco). E pesquisas indi­cam que o coração dele bate ligeiramente mais rápido ao som da voz da mãe. Em torno das 14 semanas de gravidez já costuma ser possível ouvir o coração no consultório do médico, por meio de um aparelho chamado sonar.

A descoberta do sexo do bebê

É uma das informações mais valorizadas pela família e pelos amigos. Claro que a frus­tração caso o sexo não seja o esperado pelos pais não dura muito tempo. Esse passo é supe­rimportante para começar a formar a perso­nalidade do bebê – é agora que os nomes de menino ou de menina começam a ser cogita­dos, e aí, dá-lhe briga para se resolver entre Rafaela ou Júlia, homenagear o avô com um segundo nome ou herdar o nome do pai. É também a hora em que os pais começam a projetar suas próprias expectativas sobre a criança: vai ser forte como o pai, delica­da como a mãe etc. Para as mães mais ansio­sas, a descoberta do sexo acontece na oitava semana pelo exame de sangue. Outra opção é realizar o ultrassom morfológico, que pode ser feito a partir da 12ª semana. É importan­te ressaltar que em nenhum dos dois exames é possível ter 100% de certeza. Isto porque a constatação é feita no exame de sangue pela presença do cromossomo Y no material cole­tado e, quando não há a presença dele, presu­me-se que o bebê seja uma menina. No caso de gêmeos, não dá para ter certeza total­mente, a menos que sejam duas meninas. O nível de certeza oferecido por este exa­me é de 97%. Já no ultrassom morfológico o que dificulta a identificação do gênero é a posição do bebê: o que tem de ser visto é o apêndice genital, pênis ou clitóris. Quando é homem, o apêndice aponta para cima; quan­do mulher, aponta para baixo. A chance de o diagnóstico dar errado é de 10%.

Os primeiros chutes

A sensação sentida pela mãe pode ser descri­ta como um pequeno choque ou um “tremorzi­nho”. Também pode se parecer com as famosas “borboletas no estômago”.

O bebê começa a se mexer lá pela nona semana de gestação. A mãe ainda não sen­te, porque ele é bem pequeno, tem cerca de 2,5 centímetros e pesa 2 ou 3 gramas, mas os movimentos já são visíveis no ultrassom. Só no quinto mês é que a mãe começa a sentir os movimentos do bebê. Se já tiver filhos, ela passa a percebê-los um pouco antes, por volta da 18ª semana. É que, um pouco por conta da falta de experiência, a mãe de primeira via­gem demora mais para perceber que os chu­tes são movimentos feitos pelo bebê, não por seu próprio corpo. Aliás, só 75% dos movi­mentos fetais são sentidos pela mãe.

À medida que cresce, a criança faz todo o tipo de movimento dentro da mãe: abre e fecha a boca, espreguiça e até “anda” – é o reflexo da marcha, que acontece entre a 19ª e a 20ª semanas. Isso ajuda no desenvolvimen­to ósseo muscular. “É como se fizesse ginás­tica”, compara o dr. Flávio. Quando ele ocu­pa mais integralmente o útero, o bebê deixa de cutucar a parede do órgão e passa a usá-la como apoio para seu corpo. Como se estives­se enrolado em um cobertor, faz movimentos que lembram o serpentear de uma cobra.

A partir do quarto mês o bebê responde aos estímulos com movimentos. É por isso que, quando a mãe quer que alguém ponha a mão na barriga para sentir o bebê, ela fala com ele.

No terceiro trimestre, o bebê tende a se mexer a cada 45 minutos, principalmente à noite. Isso pode até atrapalhar o sono da mãe, mas significa que o bebê está bem. Por isso é que, quando ele para de se mexer, especial­mente no final da gravidez, é bom ficar esper­to. O motivo para tanta “ginástica” é que ele não dorme, mas alterna estados de vigília e descanso e só vai descobrir o que é sono ao nascer. Estímulos indiretos também são res­pondidos: ele se mexe uma hora após cada refeição. Não dá para esquecer que, quando a mãe come algo, o bebê come por tabela.

Por aqui, a barriga já aparece e a gravidez é reconhecida por todos. Perceber os movi­mentos fetais tem um duplo efeito: assegu­rar à mãe que o bebê está vivo e que, agora, não tem mesmo mais volta.

O primeiro encontro!

Para dar uma ideia do que acontece quan­do a mãe segura o filho nos braços pela pri­meira vez, lembramos o que Miranda, perso­nagem do seriado Sex and the City, conheci­da por ser durona e irônica, fala na hora em que segura seu filho: “É estranho, é como se, de repente, houvesse uma girafa no quarto”. A comparação é bem esquisita, mas transmi­te a noção da mistura de surrealismo e felici­dade que toma conta do momento.

Hoje em dia a mãe já segura o bebê na sala de parto, logo depois que ele é banhado e vestido. No caso de parto humanizado o bebê vai suji­nho mesmo para o colo, antes do corte do cor­dão umbilical, tudo para fortalecer o vínculo entre mãe e filho. O dr. Flávio conta que, nes­ta hora, o choro vem e é da mãe, do pai e, às vezes, até do corpo médico: “É emocionante ver. A mãe segura o bebê com força, como se dissesse: ‘Daqui ninguém tira!’”. E esse conta­to é fundamental, para tranquilizar a mãe de que tudo está bem com o filho.

Fortalecer o vínculo com o pai também é essencial, óbvio, e é por isso que, cada vez mais, os pais entram na sala de parto com a mulher, acompanham tudo e, no final, ain­da cortam o cordão ou ajudam no primeiro banho. Aumentar o vínculo entre o bebê e os pais fortalece a relação do casal e nada melhor do que isso para uma família feliz, certo?

O nascimento trata-se também da separa­ção de dois seres que, até então, viviam de modo interdependente. Não se culpe se sen­tir-se como se tivesse perdido uma parte sua e agora esteja ali com aquele desconhecido mal-humorado e faminto no colo. Nem fique se sentindo a pior das mães por não achar seu recém-nascido lindo. Geralmente, nossa imagem ideal de bebê corresponde à de uma criança de 3 meses, que ri e interage com a mãe. E ele ainda está um tanto amassado e se sente uma parte sua. Dê tempo ao tempo. Seu filho vai ajudá-la a se tornar a melhor mãe que você pode ser. Feliz Dia das Mães!


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