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Silêncio, nunca

Publicado em 11/12/2013, às 16h06 - Atualizado em 19/06/2015, às 13h39 por Redação Pais&Filhos


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Acompanhamos nos últimos dias a polêmica em torno de um menino e sua escola em Guarulhos, São Paulo, por causa de seu cabelo Black Power. De acordo com a mãe do menino, a diretora da escola sugeriu que ele cortasse o cabelo e, por não cortar, a mãe diz não ter conseguido fazer a rematrícula da escola. A diretora negou o motivo.

Entenda o caso

Black Power: http://revistapaisefilhos.uol.com.br/na-midia/black-power

O ocorrido teve repercussão enorme e a discussão “preconceito e escola” veio à tona.

De acordo com o educador e autor do livro “Ensinando sobre o Holocausto na Escola” (Editora Penso, 2013), Ilton Gitz, pai de Ariel, Rafael e Sabrina, a grande questão que envolve o caso é que a escola reflete a sociedade em que vivemos. “A escola deveria discutir esta forma como a sociedade age. Isso garantiria que alunos críticos se formassem, indo contra essa correnteza de preconceito, mudando o todo. Acredito que a boa educação deveria ser dessa forma, mas percebemos que isso não acontece no Brasil sempre”, afirma.

Ilton lembra que ainda não existe nenhuma informação oficial, nem fala explícita de um racismo no caso de Guarulhos. “Tem de haver um cuidado para perceber se houve realmente preconceito, ou apenas um mal entendido entre as duas, mãe e diretora. Não posso afirmar. Mas, com certeza, existe o bullying, opreconceito, em muitas escolas”.

Sim, existe. Fizemos uma enquete sobre preconceito na escola e nossas leitoras contaram muitas histórias em que seus filhos sofreram. E o número é impressionante: 80% das crianças já passaram por situações constrangedoras por suas características físicas ou psicológicas. Coisas como a cor da pele (por ser branco, por ser negro), cor do cabelo (por ser loiro, por ser moreno), pelo tamanho do cabelo (por ser cumprido), pelo peso (por ser magro demais, por ser obeso), pelos dentes (por serem tortos ou cumpridos), por saber ler! (sim, isso mesmo), por ter dificuldades (sim, isso mesmo!)… E assim vai.

Rosemare Cristina Barbosa contou que seu filho já sabia ler e escrever quando foi pra escola. “E a professora o desdenhava por isso, perguntava por que ele ia pra escola se já sabia tudo!”, lembra. Outra história que relaciona o preconceito e escola, outra vez vindo da professora, é da nossa leitora Rose Batista Messias. “A professora chamava meu filho de feio e dentuço. Foram os amigos dele que o convenceram a me contar e pedir ajuda. Fui até a diretoria da escola e fiz uma reclamação; a diretora, por sua vez, abafou o caso”, disse.

O Holocausto de nosso dia

O educador Ilton disse que o livro que escreveu faz uma reflexão sobre o preconceito – e até onde ele pode ir, dando um olhar especial sobre pequenos atos de preconceito dentro de sala de aula. “Não podemos deixar o preconceito ir pra frente, ele não pode avançar. É um tema importante a ser trabalho, porque pode ser perigoso, como o Holocausto”. Ainda segundo ele, a escola é um lugar onde o preconceito aparece, e o segredo é perceber como tratar isso. “O educador tem que trabalhar, pensar, trazer o tema em discussão. O bullying está dentro da escola e da sociedade em geral. Acho que estamos percebendo isso de forma mais clara e o sofrimento que isto causa na vítima. Meu conselho é saber o que está acontecendo dentro da aula e alertar sobre este ato na escola e na sociedade”, finaliza.

Consultoria: Ilton Gitz, pai de Ariel, Rafael e Sabrina – Educador e autor do livro (juntamente com o também educador Nilton Pereira) “Ensinando sobre o Holocausto na Escola” (Editora Penso, 2013).


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