Imagine que seu filho, que está na escola hoje, estará no mercado de trabalho em 2070. Nós nem sequer sabemos se neste ano as profissões ou até mesmo as tecnologias como conhecemos existirão. Será que o modelo educacional como conhecemos hoje ainda faz sentido? Este foi um dos questionamentos que Marjo Kyllonen, secretária de educação da cidade de Heksinki, na Finlândia, trouxe para a palestra que inaugurou o Transformar 2015, evento organizado pela Fundação Lemann, Instituto Península e Instituto Inspirare. O evento, que está em sua terceira edição, traz um importante debate sobre quais rumos a educação seguirá.
Segundo a especialista, a escola atual foi criada para as necessidades da era industrial, ou seja, da produção em massa. Mas este tipo de padrão não pode mais ser seguido no século 21. “O mundo mudou, mas e as escolas? Não vemos muitas diferenças. Nós estamos repetindo o modelo tradicional de ensinar, não estamos preparando os alunos”. Então a pergunta-chave com a qual nos deparemos hoje é: qual é o papel da escola?
A escola de hoje deve ter o foco nas habilidades que os alunos precisarão para esta nova era digital. Para Marjo, as principais funções deste novo modelo de ensino seriam:
– Colaboração
– Habilidades Sociais
– Pensamento crítico
– Criatividade
E o papel do professor nesse novo cenário é de ser um agente transformador que entenda que o processo de aprendizagem acontece em qualquer lugar e não apenas na escola. “A vida não é dividida por matérias, então por que a escola ainda é assim? Por isso, proponho uma educação baseada em fenômenos”, ou seja, em situações do dia a dia que trazem o aprendizado, mesmo que de forma indireta. Um passo e tanto a frente do modelo educacional tal qual conhecemos!