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Filho de peixe

Publicado em 18/12/2012, às 22h00 por Redação Pais&Filhos


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Meu filho tem, hoje, 6 anos. Ano passado, quando tinha 5, participou, na escola, de um projeto sobre fábricas e o processo de criação de produtos e marcas. Parece complexo, né? Também achei,
mas, na época, o processo nasceu do filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e foi levado de maneira tão simples que parecia fazer parte (e faz mesmo) do dia-a-dia daquelas crianças.

Tudo começou com a observação de que as marcas, nas ruas, tinham símbolos.
Ou seja, logotipos. No dia em que meu filho, de 5 anos, chegou em casa dissertando sobre logotipos, eu achei que ele deveria estar soletrando alguma letra errada. “Meu filho não pode estar falando sobre logotipos.”Mas ele continuava tagarelando atrás de mim: “mamãe, não é que o M amarelo significa McDonald’s? E aquela concha no posto de gasolina significa Shell?”

“Hã”? – respondi, com mil argumentos prontos na minha cabeça para questionar
a professora no dia seguinte sobre aquele tema tão absurdo discutido em sala de aula. “Logos? Por que estudar logos? Com apenas 5 anos?”

Bom, respirei fundo e dei um voto de confiança, afinal, adoro a escola em que meu filho estuda e sei que ela trata cada idade com a imaginação e o conteúdo lúdico que merece. Decidi acompanhar passo a passo o que estavam fazendo: alunos e professores foram visitar algumas fábricas para ver como as empresas trabalham e decidiram, em sala de aula, criar uma fábrica do próprio grupo. Tudo era feito na base da velha e boa votação “levanta a mão”. O que venderiam? Doces! Qual seria o nome da fábrica? Cada criança tinha que sugerir um nome, o mais votado foi o nome que o Rafa, amiguinho do Tom, sugeriu: “Mundo Doce”. Fábrica Mundo Doce. E qual seria o logo? Mais uma vez, as crianças se dividiram: papel e giz de cera na mão. Cada um fez um desenho. Mãozinhas para cima, novamente, e decidiram o logo vencedor.

Meu filho chegou em casa todo orgulhoso contando “mamãe, o meu logo da fábrica Mundo Doce foi o mais votado!” Minha missão: escanear o logo do meu filho em alta resolução. Resultado: no último dia de aula do semestre, os alunos fizeram uma apresentação da fábrica, toda construída com sucata, papel marchê e papelão, com o logo que meu filho desenhou estampado na fachada e na camiseta de todos os “alunos-funcionários” da fábrica, e ainda por cima, cantaram um jingle (uma musiquinha quase sem rima nenhuma) que eles mesmos criaram.

Sei que o tema parece discutível, afinal, nessa mesma escola meu filho já estudou sobre trens e chegou no compositor Villa-Lobos, estudou sobre linhas e aprendeu sobre as linhas do corpo-humano, estudou sobre saci-pererê e conheceu lendas, quadros de bichos estranhos como o Abaporu e as histórias do Monteiro Lobato.

Mas logos, marcas e fábricas também fazem parte da observação da criança
(de todo mundo, afinal de contas) e a maneira como estudaram o assunto nada tinha de consumista.
O nome dessa seção é Orgulho de Mãe e confesso que foi assim que eu me senti. Sou publicitária e foi inevitável sorrir, daqueles sorrisos bem largos, cheios de orgulho, ao ver o logotipo do meu filho estampado na fábrica de sucata e no peito dos 20 amiguinhos da sala."

Andrea Siqueira, mãe coruja de Tom e Estela, é baiana, diretora de criação da agência de publicidade África.


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