Mãe que nasceu sem útero celebra chegada do filho com ajuda de barriga de aluguel

Kitty Cunningham foi confrontada com um diagnóstico difícil aos 16 anos de idade: ela havia nascido sem útero e nunca iria poder ser mãe. A britânica sofre com síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, problema que causa o subdesenvolvido – ou a ausência completa – do órgão e da parede interna da vagina. Aos 34 anos, ela e o marido, James, acabam de celebrar a chegada do primeiro filho com a ajuda de uma barriga de aluguel.

“É uma coisa muito adulta para se preocupar com essa idade.Eu tinha 16 anos e ainda não tinha ficado menstruada, então os médicos investigaram um pouco mais e me disseram que eu não tinha útero. Obviamente foi um choque, fiquei muito assustada. É provavelmente o pior momento para descobrir algo assim, quando você é uma adolescente e está lidando com muitos hormônios de qualquer maneira.Pensei em como seria não ter uma família, enquanto essa deveria ser a última coisa em minha mente naquela época”, desabafou a mulher em entrevista ao The Sun.

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O sonho da maternidade

Com a certeza de que precisaria de ajuda para realizar o sonho da maternidade, Kitty admite que tinha medo de não conseguir formar uma família ou de ser rejeitada pelo companheiro por isso. “Quando íamos nos casar, as pessoas ficavam obcecadas em perguntar ‘ooh, quando é que você vai ter filhos?’. o que foi uma conversa perturbadora para mim na época.Habituámo-nos a dizer ‘Não tenho útero e vamos precisar de uma barriga de aluguel’, mas isso sempre foi dito de forma bastante vazia.Era algo que você podia dizer às pessoas, então parecia que você tinha um plano – mas não tínhamos realmente um plano”, explicou.

Em 2018, durante um evento que ajuda pais e mãe com problemas de fertilidade, o Surrogacy UK, o casal conheceu Jemma Black, de 34 anos. Na época, a mulher estava gerando o primeiro bebê como barriga de aluguel de outra família, e logo se aproximou de Kitty e James, se dispondo a ajudá-los.

A barriga de aluguel

“Eu conheci Kitty e James quando eu estava grávida de 15 semanas e pensei, que casal incrível, quem vai conseguir torná-los pais vai ter muita sorte.Eu esbarrei com eles de novo em muitos eventos sociais e quando eu estava com cerca de 35 semanas de gravidez que pensei: ‘Oh Deus, eu poderia realmente ajudá-los.’Não há dúvida sobre isso, foram eles que me fizeram querer ajudá-los tão rapidamente porque tínhamos aquela conexão natural – tornou-se realmente genuíno”, conta Jemma.

Alguns meses após o parto de Jemma, o trio deu início ao processo da gestação do primeiro filho de Kitty e James. Os três ficaram tão próximos que as visitas foram acontecendo com um intervalo cada vez menor, até se tornarem semanais. O parto naturalizado foi na casa do casal, no dia 4 de outubro deste ano.

Agora, mês depois, Kitty diz que mal consegue acreditar que é mãe.Ela disse: “Fiquei em choque nas primeiras 24 horas, sabíamos que ele era real, tínhamos visto Jemma a cada duas semanas e meia – ele sempre foi real, mas ter um bebê é incrível. Ele se parece exatamente comigo também – eu não estava pronto para isso.Você não pode se preparar para esse sentimento quando você queria algo por tanto tempo e ele está realmente lá – ele é um pequeno diamante”, explica.

“James disse que não estava pronto para o quanto eu iria amá-lo – acho que ele se resignou ao fato de darmos uma chance à barriga de aluguel, mas nunca pensamos que seria realmente um sucesso”, finaliza Kitty.

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