Publicado em 30/08/2020, às 05h43 - Atualizado às 05h55 por Jennifer Detlinger
Na corrida para a vacina contra a covid-19, o prazo mais otimista para que ela chegue aqui no Brasil é em outubro. Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, é também nesse mês que vamos receber cinco milhões de doses da vacina chinesa. A afirmação foi feita nesta sexta (28).
Segundo o jornal Extra, o planejamento do país é de entregar 45 milhões de vacinas ao Ministério da Saúde até o fim do ano. Mas isso depende da conclusão da fase de testes clínicos e de registro junto à Anvisa.
A farmacêutica americana Pfizer também está prometendo para outubro a liberação do uso de sua vacina, produzida em parceria com o laboratório alemão BioNTech e a fábrica de remédios chinesa Fosun Pharma.
A má notícia é que os cientistas acreditam que uma vacina capaz de gerar imunidade contra o novo coronavírus só será possível a partir do ano que vem. O processo de desenvolvimento seguro de uma vacina é complexo, cheio de etapas e pode levar até dez anos para ser concluído.
“Estamos desenvolvendo vacinas uma velocidade nunca vista, nos valendo das vacinas que estavam sendo produzas contra a Sars e a Mers. Então, não saímos do zero. E, com isso, ganhamos um tempo enorme. Consideramos também que os processos estão sendo acelerados, como registros, publicações e revisões de estudos. Mas existe o tempo da ciência, e não podemos jamais abrir mão dos critérios rigorosos que temos de licenciamento”, afirma Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A vacina russa, por exemplo, já conseguiu registro em seu país. Mas não cumpriu todas as etapas necessárias para comprovar sua eficiência e está sendo vista com desconfiança por cientistas de todo o mundo.
A vacina é a grande esperança para frear a transmissão do novo coronavírus, que até ontem já tinha matado 120 mil pessoas no Brasil. “Embora a vacina possa ser potencialmente uma solução para esse problema, há outros que devem permanecer no nosso radar: existe o risco de mutação da covid-19 e há, ainda, outras doenças infecciosas que se disseminam constantemente pelo mundo todos os dias. Por isso, é fundamental melhorar nossos hábitos para diminuirmos os riscos de novas infecções, seja pela covid-19 ou por outras doenças”, defende Ana Helena Figueiredo, infectologista e imunologista do grupo Iron.
Por isso, especialistas defendem que ainda é necessário manter medidas de isolamento e distanciamento social, uso de máscaras e higiene constante das mãos sempre que se ficar doente.
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