Publicado em 19/09/2024, às 15h33 por Malu Lopes, Estagiária | Filha de Carmem e Single
Neste mês, nosso planeta experimentará um fenômeno astronômico interessante: o asteroide 2024 PT5 passará a orbitar a Terra temporariamente, atuando como uma espécie de “segunda lua”. Essa curiosa ocorrência foi identificada por um estudo recente publicado no periódico The Research Notes of the AAS.
O 2024 PT5 é um pequeno asteroide que faz parte do cinturão de asteroides conhecido como Arjuna. Ele se aproxima da Terra devido a perturbações gravitacionais provocadas pelo Sol. Quando esses corpos celestes se aproximam do nosso planeta a uma distância de cerca de 4,5 milhões de quilômetros e a uma velocidade relativamente baixa de aproximadamente 3.500 km/h, eles podem ser capturados pela gravidade da Terra, estabelecendo uma órbita temporária.
Diferentemente da nossa Lua, que acompanha a Terra há cerca de 4 bilhões de anos, o 2024 PT5 deve permanecer em órbita por aproximadamente dois meses antes de seguir de volta para o cinturão de asteroides, sem completar uma volta ao redor do planeta.
Fenômenos semelhantes, conhecidos como mini-luas, ocorrem com certa frequência. Esses episódios geralmente têm uma duração curta, não chegando a completar uma órbita ao redor da Terra. Entretanto, há casos em que as mini-luas podem ficar na órbita terrestre por mais de um ano. O asteroide 2024 PT5 se encaixa na categoria das mini-luas de curta duração, mas sua presença no céu é uma oportunidade para refletir sobre a dinâmica do nosso sistema solar.
Um ponto importante a destacar é que, durante sua passagem, o asteroide 2024 PT5 provavelmente não será visível para a maioria dos observadores amadores. Carlos de la Fuente Marcos, um dos autores do estudo e professor na Universidade Complutense de Madrid, enfatizou essa questão em uma entrevista ao Space.com. Ele afirmou que o objeto é “muito pequeno e escuro para telescópios e binóculos amadores”.
Para visualizar o 2024 PT5, seria necessário um telescópio profissional de grande porte. Segundo Marcos, “um telescópio com um diâmetro de pelo menos 30 polegadas, além de um detector CCD ou CMOS, é necessário para observar este objeto; um telescópio de 30 polegadas e um olho humano não serão suficientes”. Essa informação pode ser desanimadora para muitos que esperam ver a mini-lua no céu, mas ressalta a importância de equipamentos adequados para a observação astronômica.
A passagem do asteroide 2024 PT5 pela órbita terrestre nos lembra da vastidão do espaço e dos diversos eventos que podem ocorrer ao nosso redor. Fenômenos como esse não apenas despertam a curiosidade científica, mas também nos conectam a um universo maior, onde cada pequeno corpo celeste desempenha um papel.
Os asteroides são corpos rochosos que orbitam o Sol e são encontrados principalmente entre as órbitas de Marte e Júpiter, no cinturão de asteroides. No entanto, alguns asteroides podem, ocasionalmente, se aproximar da Terra e até mesmo ser capturados por sua gravidade, como no caso do 2024 PT5.
As mini-luas, embora sejam fenômenos temporários, são importantes para o estudo da dinâmica orbital e da formação do sistema solar. Elas oferecem oportunidades valiosas para os cientistas entenderem melhor como os corpos celestes interagem entre si e como a gravidade influencia suas trajetórias.
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