“Se fosse uma mãe, teria viralizado tanto?”, reflete repórter que entrou ao vivo com filho no colo

A internet foi tomada pelo vídeo do repórter Felipe Kieling, correspondente do Grupo Bandeirantes em Londres, que entrou ao vivo com o filho, Lucas, no colo, enquanto trazia as notícias na manhã desta quinta-feira, 30 de junho.

Em seu perfil no Instagram e no Twitter, Felipe publicou o vídeo ao lado do filho. “Lucas não pôde ir pra creche, a gente não tem família perto e a minha esposa estava numa reunião importante. Ele veio comigo pro trabalho e não deu muito sossego…faz parte”, escreveu na legenda. A cena inesperada repercutiu positivamente nas rede sociais.

Em entrevista exclusiva à Pais&Filhos, o repórter correspondente deu mais detalhes sobre a situação que vivenciou ao lado do filho e defendeu que cenas como a que ele vivenciou sejam cada vez mais normalizadas. “São coisas da vida, a gente precisa falar sobre esses assuntos para que seja normal. E eu até me perguntei: ‘Se fosse uma mãe, no meu caso, teria viralizado tanto? Ou a sociedade já espera que a mãe faça mais?’. É algo que eu acho que a gente tem que conversar e normalizar. A TV está mais perto da audiência, então tem que se abrir um pouco mais”, finalizou.

“No momento, eu não fiquei nervoso, sabia que poderia acontecer. Sou bem tranquilo em relação a isso, são coisas que acontecem na vida. Eu estava com o Lucas, se ele chorasse eu não poderia ignorar isso. Nunca ignoro coisas que acontecem ao vivo. Já aconteceram outras situações. Inclusive, eu acho que a melhor coisa a se fazer, é mostrar a realidade. Ele [Lucas] estava agitado, querendo pegar o meu fone de ouvido e eu continuei falando, tentando manter a concentração para passar a informação”, contou Felipe.

Rede de apoio

Felipe, que mora em Londres com a esposa e o filho, contou que não tem uma rede de apoio da família por perto, mas encara tudo com muita naturalidade. “Muitas mães passam por isso, outros pais também. A vida é real. Não deu para deixarmos o Lucas com ninguém hoje. E eu fico feliz que, no meu trabalho, as pessoas são abertas a isso. O próprio apresentador falou: “Pega o seu filho no colo”. Acredito que a gente tem que falar sobre isso, explicar e naturalizar. Porque nem todo mundo tem uma rede de apoio. Nem todo mundo tem como deixar [com alguém] o filho. A gente precisa trabalhar, a gente precisa viver, e essas coisas acontecem”, defendeu o jornalista.

“Em Londres, a gente não tem família por perto, a minha esposa é da República da Irlanda e eu do Brasil. Então, a gente tem amigos, vizinhos, mas foi de última hora que tudo aconteceu. Ontem, a creche tinha avisado que o Lucas estava com cocô mole. E que, se persistisse, era para não levá-lo para a creche. Ficou em cima da hora para tentarmos pedir ajuda para alguém”, explicou Felipe.

O jornalista conta que ele e a esposa decidiram então, se virar nos 30.”Ela tinha uma reunião muito importante de manhã, e eu disse: ‘Beleza, eu fico com o Lucas de manhã. E aí, na parte da tarde, que eu preciso fazer outras coisas, a matéria do jornal da Band, ela poderia ficar com ele’. Então eu saí com o Lucas para fazer as entradas ao vivo da manhã. Minha primeira entrada fala de dois assuntos. Eu estava falando sobre a reunião da Otan, só que ele [Lucas] estava acordado já, e de fundo ele ficava: ‘Bá, bá, bá’. E o apresentador, o Luiz Megale, escutou. Aí ele [Luiz] falou: “É o Lucas falando aí ao fundo?”. E eu falei: “É, ele não pôde ir para a creche e eu estou com ele”. Ai o Luiz disse: “Poxa, então pega ele [Lucas] no colo”. Ele já foi trabalhar comigo outras vezes e acabou não viralizando, pois ele se comportou e tudo mais. Hoje ele estava um pouco mais agitado, tentando pegar o meu fone de ouvido”, brincou Felipe.

Essa não foi a primeira vez que Lucas apareceu na TV. Em agosto do ano passado, quando o bebê tinha apenas um mês de vida, Felipe apareceu ao vivo com o filho durante uma entrada ao vivo com o jornalista José Luiz Datena.