Publicado em 14/04/2022, às 15h13 - Atualizado às 15h14 por Cecilia Malavolta
Depois que cerca de 150 casos de salmonela em produtos da Kinder Ovo foram detectados em países europeus, foi a vez do Ministério da Justiça e Segurança Pública aqui no Brasil emitir uma notificação para a marca Ferrero pedindo para que haja um recall do chocolate ou esclarecimento sobre a segurança do produto – tudo isso dias antes da Páscoa.
“Considerando que, até então, a Ferrero do Brasil não emitiu comunicado específico destinado à Senacon, a referida empresa foi notificada em prol da transparência nas relações de consumo. Recomenda-se que as subsidiárias e importadoras de fornecedores de produtos e serviços informem às autoridades brasileiras competentes que os produtos ou serviços objeto do recall no exterior não atingiram o mercado brasileiro. Se o produto tiver indícios de risco aos consumidores em território brasileiro, o fornecedor deve formalizar o recall imediatamente”, pediu a Senacon, em nota, após os casos de salmonela.
A salmonelose é uma condição causada pela bactéria Salmonella, que provoca casos de intoxicação alimentar e gastroenterite. Em alguns casos muito graves, pode levar o paciente a óbito. Em crianças, aparece entre as que possuem menos de 8 anos com mais frequência e tem como principal sintoma a diarreia aguda. Algumas pessoas, no entanto, mesmo após contaminadas com a bactéria não apresentam sintomas. A contaminação ocorre por alimentos, água e até contato com animais infectados.
A salmonelose gera diversos sintomas que variam de intensidade de acordo com a quantidade de alimento contaminado ingerido e o nível de contaminação, mas o mais frequente são os que acometem o trato gastrointestinal: dor abdominal, diarreia, náuseas e vômitos. Além disso, a pessoa com a condição pode apresentar outros sinais:
Quando falamos de casos de Salmonella não tifoide (cujas bactérias são Gram-negativas), os sintomas do paciente são parecidos com os de outros problemas causados por alimentos: diarreia, febre e prostração. Mas, em casos de salmonelose tifoide, a preocupação é maior. Ela pode causar quadros graves que até levem à morte. Pessoas com deficiências do sistema imunológico também correm mais risco – podendo ter um quadro disseminado de infecções ou com localizações atípicas, como meningite ou osteomielite causadas pela bactéria.
Na maior parte dos casos, a salmonelose é tratada de acordo com os sintomas de febre, náuseas e vômitos, acompanhada de muita hidratação e repouso. Quando o paciente apresenta quadros leves ou moderados da condição, não é indicado o uso de antibióticos. Já em casos graves, a reposição venosa pode ser necessária. Em grupos de risco, de acordo com o quadro, pode ser necessário o uso de antibióticos e internação.
Depois do pedido do Ministério da Justiça, a Anvisa emitiu uma nota oficial sobre a situação, alegando que não há indícios que esses chocolates europeus tenham vindo para o Brasil.
“Anvisa recebeu alerta internacional divulgado pela Rede Internacional de Autoridades de Segurança Alimentar (Infosan), que comunicou sobre surto de Salmonella Typhimurium em chocolates da marca Kinder. De acordo com o alerta, o Brasil não está incluído na lista de países para os quais o produto foi distribuído”, esclarece a nota.
A Agência também garantiu que está acompanhando o caso de perto. “A Agência está monitorando as informações das autoridades na Europa sobre os casos de infecção por Salmonella Typhimurium associados ao consumo de chocolates da empresa Ferrero fabricados na Bélgica e distribuídos para diferentes países. Os representantes da empresa Ferrero no Brasil enviaram comunicado oficial à Anvisa, no qual informaram que a contaminação por Salmonella aconteceu na fábrica em Arlon, na Bélgica, e que as operações naquela planta fabril haviam sido suspensas. No comunicado, a empresa afirma que iniciou recolhimento dos produtos, que foram fabricados na Bélgica, em todos os países de destino, e que a contaminação não atinge os produtos comercializados no Brasil. A Anvisa segue o monitoramento do caso junto a empresa e acompanha as informações veiculadas por outras autoridades internacionais”, completa.
Como ressaltado pela Anvisa até o momento, os chocolates da marca no Brasil não estão na lista dos que possivelmente estariam infectados. Mesmo assim, a Agência emitiu algumas recomendações para as pessoas que já compraram ovos da marca ou que pretendem comprar. A dica é checar no rótulo os dados do fabricante do produto. Os que foram recolhidos são os fabricados por: Ferrero Ardennes S.A – Rue Pietro Ferrero, 5 Arlon 6700 Belgium. Especialmente dos seguintes produtos:
Consultoria médica: Dra. Vera Lúcia Ângelo Andrade, gastroenterologista, especialista em doenças funcionais e manometria pelo Hospital Israelita Albert Einstein; Dr. Carlos Milton de Coutinho Ottoni, gastroenterologista pediátrico do Hospital Vila da Serra, pai de Luiza, Julia, Leonardo e Bernardo e avô do João Lucas e Maria Fernanda.
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