Família

Pai também sofre a perda do filho

Publicado em 29/04/2013, às 15h01 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h31 por Redação Pais&Filhos


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Nesse momento tão complicado, não é apenas a mãe que perde o bebê, mas também o pai, os avós, os tios e os possíveis irmãos da criança que estava a caminho. Como a mulher era quem a carregava, as atenções costumam estar mais voltadas para ela. Mas, essa criança não foi feita e sonhada sozinha: existe, principalmente, um pai que também está vivendo o luto de seu filho e que precisa ser respeitado e ouvido.

O luto pelo bebê que não veio

“Infelizmente, alguns homens ainda não se permitem chorar, como se isso fosse um sinal de fraqueza, o que não é. Sentir também requer força. Quando os pais da criança se unem para superar a dor da perda gestacional, o casal pode encontrar força e apoio mútuo de uma maneira muito única e especial”, esclarece a psicóloga Renata Kraiser.

Além disso, o homem tende a ser mais racional e, nesse momento, pode ter o comportamento de proteger e poupar a mulher de maiores frustrações, o que não significa que ele não está sentindo a perda do bebê. No caso dos outros filhos, procure contar com calma e pensamentos de força em vigor. “Para comunicar a eles, aja com amor e cuidados – como levar em conta idade s e saúde mental-, que cada um deles necessita”, recomenda Tânia Maria Alves, psiquiatra e coordenadora do Ambulatório de Luto do Hospital das Clínicas (FMUSP).

O lado psicológico de toda a famíliia que está vivendo esse luto deve ser cuidado com muito carinho, respeito e tempo. “Mesmo antes de alguém comunicar sobre o fato, as crianças, inclusive as de pouca idade, percebem que algo ruim aconteceu com sua família. Isso pode gerar fantasias e até mesmo sentimentos como culpa e angústia, além das alterações comportamentais. O recomendável é contar o quanto antes e expor a verdade. A maneira como o pai e a mãe lidam com a situação, reflete diretamente na forma como vão comunicá-la aos seus filhos”, detalha Maria Cristina.

É necessário que se crie um espaço para que todos possam falar de sua dor, de suas fantasias e dificuldades. O bebê que se foi é filho, irmão, sobrinho e neto, ainda que ocupe um lugar apenas emocional e não físico. É importante reforçar: ele existiu e sempre existirá na memória e na história dessa família. “Logo depois da morte do irmão, Carol me pedia para contar a história de um gato que caía do telhado. Eu insistia em fazer o gato voar , se salvar de alguma maneira. Mas ela falava: ‘Não, mamãe, ele não voou, ele morreu mesmo’” Era o jeito dela de elaborar que era definitivo”, conta Larissa, que, após a morte do filho, procurou, com o marido, apoio psicológico. “No começo, eu e ele íamos às sessões, o que foi ótimo, pois era difícil conseguirmos conversar sobre o que sentíamos”, conta.

É comum o homem não externar tanto os sentimentos, por uma questão cultural mesmo (meninos não choram) e até com a intenção de parecer mais forte para apoiar a mulher, cuja dor parece mais concreta, já que vivida também fisicamente, pois o bebê estava dentro de sua barriga. No entanto, o impacto é grande para ambos.

“Só sei dizer que, quando a médica começou a procurar os batimentos cardíacos e não os encontrou,… foi como se o mundo tivesse parado. Meu filho, oito meses na barriga da mãe, não sobrevivera à necessária redução do liquid amniótico, recomendada para tentar evitar que o volume de liquid crescesse muito e levasse a um parto prematuro. Sabíamos que, se o procedimento desse certo, o pós-parto seria bastante penoso. Ele tinha uma malformação no intestino, que requeria cirurgia assim que nascesse. Estávamos preparados para dias difíceis. Mas não para o que aconteceu. Acho que só comecei a superar o trauma quando tive minha filha caçula, Babi, nos braços pela primeira vez, os olhos enormes fixos em mim, pouco mais de dois anos depois de perder meu filho”, conta o jornalista Daniel Japiassu, marido de Larissa e pai também de Carol e Duda.

Consultoria:

Maria Cristina Oda, psicóloga do Hospital Beneficência Portuguesa, http://www.beneficencia.org.br/

Tânia Maria Alves, psiquiatra e coordenadora do Ambulatório de Luto do Hospital das Clínicas (FMUSP), http://www.ipqhc.org.br/


Palavras-chave
Comportamento

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