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O manual do medo

Imagem O manual do medo

Publicado em 04/07/2011, às 21h00 por Redação Pais&Filhos


Todo mundo sente medo. Saiba como minimizar a situação com quem está mais vulnerável a ele: as crianças

Por Nivia de Souza, filha de Tânia e Renato

Medo é uma palavra simples, mas de significado complexo. É um sentimento presente no cotidiano de todas as pessoas e em inúmeras situações. Ele libera adrenalina no cérebro e indica duas opções: lutar ou fugir.

É normal e comum sentir medo, pois ele é um sentimento primário e necessário para a perpetuação da espécie humana. Qualquer um pode sentir. Entretanto, as crianças estão mais vulneráveis a este tipo de emoção. Isso acontece porque a mente infantil tende a misturar realidade com fantasia e, esta última, costuma vencer. “A pior parte do medo é este sentimento de desamparo”, diz a psicóloga Iara Montibeller, mãe de Rafael e Alexandre.

Segundo Iara, os pais devem sempre ter uma atitude de acolhimento com seus filhos, em qualquer circunstância, além de demonstrar interesse pelos assuntos deles. Crianças ansiosas são potencialmente mais propensas ao desenvolvimento de medos e fobias. Por isso, é preciso educá-las visando sua autonomia. É preciso não só apontar os erros, mas também elogiar e manifestar confiança nos pequenos.

Alguns medos são passageiros. Escuro, fantasmas e palhaços são apenas alguns exemplos de coisas típicas que as crianças costumam ter medo e, com o tempo, deixam de ser um problema. Se acontecer de os medos passageiros não passarem, a psicóloga aconselha que um profissional especializado seja procurado. “Ele pode contribuir para avaliar a frequência dos eventos de medo, a intensidade deste comportamento, além de outros aspectos que estão envolvidos nesta situação”, complementa.

Ainda não é hora

Atualmente, uma grande preocupação por parte dos pais é em relação aos conteúdos que chegam até seus filhos. “Tenho dúvidas se a maior fonte de informações é a TV. Hoje, o computador e a internet são, muitas vezes, fontes até maiores”, opina Iara.

Os pais precisam ter clareza das regras e dos limites que irão desenvolver com seus filhos. Pai e mãe precisam falar a mesma língua. “As regras e limites precisam ser conversados e discutidos pelos dois”, indica a psicóloga. A tarefa mais difícil é, portanto, a parte prática, ou seja, deixar claro que o controle do que ver, quando e como assistir é dos pais. “Tenha paciência e perseverança para que as regras sejam respeitadas e obedecidas”, completa a profissional. Sobre a internet, Iara recomenda que os pais supervisionem seus filhos na hora de usá-la. “Uma dica é o local onde este computador está instalado em sua casa”.

Camuflar a realidade e minimizar situações não são boas saídas. “A verdade dos fatos é sempre a melhor a escolha. A imaginação infantil, frequentemente, torna os medos ainda piores. O conhecimento dá a sensação de poder pessoal”, diz Iara. “Nunca diga ao seu filho que ‘injeção não dói’, por exemplo, pois, isto não é uma verdade. Diga que ele precisará tomara uma injeção e que pode doer, mas que você estará ao lado dele”, recomenda a psicóloga. Assim, você transmite segurança para seu filho e o ajuda a enfrentar não somente as situações fáceis, mas as adversas também.

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Dicas

Iara ainda dá cinco dicas importantes para os pais lidarem melhor com o medo de seus filhos:

Escute seu filho: Organize seu tempo para que você possa sentar ao lado de seu filho para saber sobre o que quer que esteja o assustando. Concentre-se nas preocupações dela, pois falar sobre o que aflige é aliviante. Reconheça também seus próprios sentimentos, medos e preocupações. Nunca tenha esta conversa antes de dormir, pois esta pode ser uma forma que a criança encontra para poder ir dormir mais tarde. É importante perceber isso.

Use linguagem positiva: Os pais são modelos importantes para os filhos e precisam dar o exemplo de como usar a linguagem positiva. Esta positividade, quando constante, contribui para a autoestima da criança. Por exemplo, quando ela estiver com uma xícara cheia em mãos, a mãe diz: “não derrame”. O que você acha que vai acontecer? Ela vai derramar. Ao invés disso, diga positivamente: “cuidado”.

Ensine seu filho a desenvolver o diálogo interior: Os pais precisam ensinar os filhos que todo mundo tem a capacidade de “conversar consigo mesmo dentro da cabeça”. É preciso que este seja um diálogo positivo. Vamos a um exercício prático de treino:
O que exatamente me assusta?
Estou com medo do escuro.
O que é certo e verdadeiro?
Na verdade está tudo bem e meus pais estão por perto. Estou em segurança.
O que é positivo e fácil?
Boa oportunidade para relaxar, vou fechar os olhos.
Cumprimente-se por enfrentar o medo.
Que ótimo! Estou indo bem. Meus pais vão ficar orgulhosos de mim.

Seja exemplo: Os pais são exemplos e devem tomar cuidado de não passar para os filhos seus próprios medos. Por exemplo, uma mãe que é apavorada com cachorros. Como ela não conseguiu desenvolver autocontrole, seus filhos também têm medo de cachorros.

Desenvolva proteção e conforto: Os pais devem manter os filhos protegidos do perigo e os filhos confiam nos pais para organizarem o ambiente, de modo a evitar situações assustadoras. Ter uma rotina diária é fundamental.

Consultoria: Iara Montibeller, mãe de Rafael e Alexandre, é psicóloga. Contato: (11) 4221.3883


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