Publicado em 21/08/2020, às 07h20 - Atualizado às 09h35 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
Você provavelmente sabe que existe uma grande chance de seus filhos ficarem mais altos que você. Talvez, fique até imaginando quando aquela pequena criança crescerá ao ponto de alcançar as prateleiras que hoje você não alcança. Para algumas mães, no entanto, essa mudança acontece bem mais cedo que o esperado. É o caso de Ariete Gemelgo Angotti, mãe de Catherine, 5 anos. Ela e o marido, Ederson Cardoso Angotti, possuem nanismo do tipo acondroplásicos e, juntos, tiveram uma filha com estatura normal.
O casal, que se conheceu pela internet em 2012, não demorou muito para se apaixonar e decidir passar o resto da vida juntos. Depois do casamento, a chegada dos filhos era esperada e era um dos grandes sonhos de Ariete. “Eu sempre sonhei em ser mãe, mas sempre fui muito recriminada devido à minha deficiência. Eu sabia que teria uma dificuldade maior com os cuidados do bebê, além dos riscos de dar à luz prematuramente, que não conseguisse sobreviver, devido à minha condição”, conta, em entrevista exclusiva à Pais&Filhos.
Apesar disso, o sonho falou mais alto. Determinada como é, Ariete nunca deixou a deficiência impedi-la de fazer o que quisesse e sempre fez questão de alcançar seus objetivos. A gravidez veio de surpresa. “Após 4 meses de namoro, veio o casamento com o meu marido Ederson, e 2 anos depois a surpresa que estava grávida“, relembra.
Foi aí que as dúvidas começaram: afinal, será que a bebê também nasceria com nanismo? Ou será que teria estatura normal? Ariete sempre bateu de frente quando recebia críticas e, no fundo, já sabia: para ela, a filha nasceria com estatura normal. “Sempre quis e pensei isso. Não por não aceitá-la e sim, por questão de encarar mundo tão preconceituoso”, explica.
Aos 7 meses de gestação, depois de um ultrassom, as questões foram respondidas: Ariete teria uma filha com estatura normal. A família toda comemorou a descoberta. “Todos agradeceram, até mesmo porque ela poderia nos ajudar nas alturas e contribuir com a nossa segurança”.
A cesárea foi tranquila, mas depois do nascimento as dificuldades começaram a aparecer. “O carrinho de bebê ficava na nossa altura, era sempre muito pesado pra carregar e colocar no carro. As grades do berço eram bem altas. Carregá-la no colo era muito difícil, principalmente quando ela precisava ficar enrolada em um cobertor. Muitas vezes precisava carregar minha filha, a bolsa de bebê e minha bolsa. As pessoas perguntavam ‘cadê a Ariete?’, sempre embaixo de tudo”, brinca.
Por sorte, o casal sempre pôde contar com a ajuda da madrinha da criança, a Cibele, que contribuiu muito quando Catharine era bebê. Aos poucos a filha foi crescendo, se tornando mais independente e as coisas foram ficando mais fáceis. Hoje, é ela quem ajuda a mãe. “Quando vou ao mercado, não me importo de mostrar que não alcanço as coisas e, quando não tenho oportunidade de pedir ajuda, coloco ela nas costas e peço pra ela pegar pra mim”.
Hoje, Catherine é apenas 10 cm mais baixa que a mãe e sabe da importância que tem para ajudar os pais. Apesar de estar habituada a viver em uma família com diferenças e não ver nenhum problema nisso, a garota precisou aprender desde cedo que, algumas vezes, o mundo não é tão legal assim. “Uma vez estávamos no shopping quando uma moça, que estava com o filho, que na época tinha a mesma idade dela, 2 anos, olhou pra gente, apontou e falou: ‘olha, uma criança de estatura normal com dois pais anões’, e dava risada sem parar. Fiquei séria com a situação e ela percebeu. Quando veio até o meu lado eu disse: ‘tenho dó do seu filho tão lindo e inocente, com uma mãe tão ignorante como você’. Ela saiu brava e me xingando”, relembra.
Desde esse episódio, Ariete e o marido fazem questão de mostrar a realidade para a filha e fazer ela entender que sim, sua família é normal. “Sempre ensinamos e, quando vemos artistas da nossa estatura na TV, fazemos questão de mostrar que somos diferentes, mas capazes de nos adaptar ao mundo”.
Para Ariete, para construção de um mundo melhor e mais justo, é fundamental que outros pais também ensinem os filhos a lidarem e respeitarem as diferenças. “Não existe padrão. Eu falo para minha filha: seus pais são pequenos, você será alta. Mais o que prevalece é o amor, que é capaz de superar as distâncias e diferenças”, finaliza.
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