Família

Estudante de pós-graduação denuncia universidade: “Perdi o mestrado porque virei mãe”

Reprodução / Instagram

Publicado em 02/06/2022, às 13h03 por Redação Pais&Filhos


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A bióloga Ambar Soldevila Cordoba, estudante de pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), contou em entrevista dedicada ao jornal Estado de Minas, que teve o título de mestre negado, mesmo após ter apresentado a dissertação sobre a flora de sempre-vivas na Serra do Caraça. Em relato, ela contou que, o motivo pelo qual ela não pôde concluir o mestrado, foi por não ter conseguido entregar as correções no texto dentro do prazo estabelecido. Ambar é mãe de Caetano, o qual nasceu 19 dias após a apresentação do projeto final.

Com o nascimento do filho, ela pediu ao Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ecologia de Biomas, a prorrogação do prazo de entrega da dissertação, visto as dificuldades do puerpério – além de questões financeiras, já que ela perdeu a bolsa de R$ 1.500,00 que recebia do mestrado. “A resposta foi muito clara: eu não tinha direito à licença maternidade, e deveria trabalhar com o tempo que tinha”, lembrou.

A bióloga contou que engravidou no último ano do mestrado e que apresentou a dissertação com 36 semanas de gestação, já que foi negado o pedido de licença maternidade, por conta do filho ter nascido fora do período de regência da bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). No entanto, o órgão estabelece que as bolsistas de mestrados grávidas têm direito a quatro meses de licença-maternidade, estabelecidos após o nascimento da criança.

Ambar desabafou nas redes sociais (Foto: Reprodução / Instagram)

Ainda de acordo com o jornal, no manual do aluno disponível é possível encontrar informações sobre o prazo improrrogável para a entrega. Sendo assim, caso essa determinação não seja cumprida, o estudante não tem direito ao título de mestre, mesmo que ele tenha concluído todo o curso. Ambar e marido são donos de uma pizzaria, a qual foi gravemente impactada por conta da pandemia. Dificultando mais ainda o processo maternal e financeiro – fazendo com que ela não conseguisse terceirizar os cuidados do recém-nascido e com a rotina doméstica.

Dada a situação, ela foi impossibilitada de entregar as correções em tempo hábil. Inicialmente, o caso foi encaminhado ao Colegiado do PPG, mas depois direcionada ao setor jurídico, que determinou que a solução seria do próprio Colegiado. Ambar foi às redes sociais para desabafar sobre o caso. “As oportunidades de emprego são ainda maiores quando se tem títulos de mestrado e de doutorado, ainda mais sendo mãe. Eu vou lutar, recorrer da decisão e fazer tudo o que for possível por esse título de mestre. Pois ele é meu, por direito!”, pontuou.

Posicionamento da UFOP

Em nota dedicada à imprensa, a Universidade Federal de Ouro Preto disse: “O caso está sendo acompanhado pela coordenação do programa de pós-graduação envolvido e pelas instâncias superiores já há dois meses, quando a questão foi julgada. A possibilidade de definir prazos ou de oferecer condições diferenciadas para estudantes devido a fatores ou circunstâncias que possam interferir em seus processos de formação”, afirmou.

“Solidarizamo-nos nas discussões sobre a necessidade de que o campo da pesquisa tenha maior sensibilidade com as mulheres que se dispõem a fazer pesquisa no Brasil, oferecendo contribuições excepcionais em todas as áreas. Este debate é urgente e não afeta somente a nós mesmas! É primordial para toda a sociedade!”, finalizou a nota assinada pela Reitora da universidade, Profª. Cláudia Aparecida Marliére de Lima, e pela Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Profª. Renata Guerra de Sá Cota.


Palavras-chave
Família Maternidade estudo Universidade Federal de Ouro Preto Mestrado UFOP

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