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Doação de órgãos e tecidos: a conversa que pode salvar vidas na sua família

Campanha “Doação de órgãos e tecidos. Precisamos falar SIM”. - (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Publicado em 27/09/2024, às 11h58 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


No Brasil, milhares de pessoas aguardam ansiosamente por uma segunda chance de vida, uma oportunidade que só pode vir por meio da doação de órgãos e tecidos. Mesmo sendo o país com o maior programa público de transplantes do mundo, essa lista de espera ainda cresce, tornando a conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos essencial para salvar muitas vidas.  

O Ministério da Saúde acaba de lançar uma campanha nacional com o mote “Doação de órgãos e tecidos. Precisamos falar SIM”. A campanha visa estimular o diálogo entre as famílias brasileiras, principalmente entre pais, mães e filhos, sobre a importância de declarar em vida a intenção de ser um doador de órgãos e tecidos.

O que muitos não sabem é que, mesmo que uma pessoa tenha a vontade de doar, é a família quem toma a decisão final. Por isso, é essencial que essa conversa aconteça de forma clara e aberta, para que, em um momento de perda, os familiares saibam qual era o desejo do ente querido.

A realidade da doação no Brasil

O Brasil é referência mundial na área de transplantes, sendo o quarto país que mais realiza o procedimento no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) financiou mais de 28 mil transplantes de órgãos e tecidos em todo o país, incluindo mais de 6 mil transplantes de rim e mais de 2 mil de fígado. Esses números refletem o esforço do governo brasileiro em oferecer esse serviço de forma gratuita e acessível a todos que precisam, mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados.

Atualmente, mais de 43 mil pessoas estão na lista de espera para transplante de órgãos, e cerca de 28 mil aguardam por um transplante de córnea, somando mais de 71 mil pacientes em lista de espera. Mesmo com o aumento do número de transplantes realizados, essa lista continua extensa. A espera por um órgão compatível é longa e, muitas vezes, angustiante. A campanha do Ministério da Saúde busca incentivar mais famílias a dizer SIM para a doação, ampliando as chances de salvar mais vidas. 

Campanha “Doação de órgãos e tecidos. Precisamos falar SIM”.
A campanha do Ministério da Saúde busca incentivar mais famílias a dizer SIM para a doação (Foto: Divulgação)

A importância de conversar sobre o tema dentro de casa

Falar sobre a doação de órgãos e tecidos é, para muitos, um assunto delicado, mas necessário. É comum que a morte e os processos que a envolvem, como a doação, sejam temas evitados em conversas familiares. A campanha do Ministério da Saúde usa um experimento social para mostrar o impacto desse tema na vida das pessoas. 

No vídeo, famílias são convidadas para refletir sobre a doação de órgãos e tecidos para transplante, e o desconforto inicial ao discutir a doação logo se transforma em uma profunda reflexão, quando eles são confrontados com a ideia de que alguém próximo poderia precisar de um transplante. Por isso, é fundamental humanizar e conversar sobre o tema antes que seja tarde. Afinal, todos nós podemos precisar de um transplante em algum momento da vida. Mas, sem a doação, não há transplante.

O processo de doação e a importância do SUS

No Brasil, todo o processo de doação e transplante é financiado pelo SUS, o que garante que a doação de órgãos seja uma opção acessível e segura para todos. Desde a retirada dos órgãos até o transplante, todo o processo envolve uma rede de profissionais e cuidados que visam assegurar a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Para que um transplante aconteça, muitos fatores precisam ser considerados, como a compatibilidade entre doador e receptor, o estado de saúde do receptor e a urgência do caso. A lista de espera não segue uma ordem de chegada, mas, sim, critérios médicos rigorosos, sempre priorizando quem mais precisa naquele momento.

Campanha “Doação de órgãos e tecidos. Precisamos falar SIM”.
No Brasil, todo o processo de doação e transplante é financiado pelo SUS (Foto: Divulgação)

O que você e a sua família podem fazer

Ser um doador de órgãos e tecidos é um ato de amor e solidariedade. Para se tornar um doador, é simples: basta informar sua família sobre o seu desejo. Não é necessário deixar nenhum documento formal, mas a comunicação com os entes queridos é essencial, pois eles serão os responsáveis por tomar essa decisão final.

Além disso, é importante que as famílias conversem abertamente sobre o tema, não apenas para declarar o desejo de doar, mas também para entender as implicações e os benefícios que a doação pode trazer. Cada doador pode salvar ou melhorar a vida de até oito muitas pessoas, além de transformar o futuro de inúmeras famílias que dependem dessa chance.

A campanha “Doação de órgãos e tecidos. Precisamos falar SIM” tem como objetivo mudar essa realidade, promovendo a conscientização sobre o tema e incentivando que mais brasileiros façam parte desse movimento de solidariedade e esperança. 

Assista ao vídeo da campanha abaixo:


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