Publicado em 18/03/2020, às 09h01 - Atualizado em 20/03/2020, às 12h52 por Redação Pais&Filhos
Um grupo de cientistas australianos identificou pela primeira vez como o sistema imunológico reage e combate o novo coronavírus (Covid-19). De acordo com pequisa publicada pela equipe na revista especializada Nature Medicine, as pessoas infectadas com a doença se recuperam de forma muito semelhante ao processo de recuperação de uma gripe.
Pelo mundo, muitas pessoas já se recuperaram da Covid-19, o que demonstra que o sistema imunológico consegue combater efetivamente o vírus, já que hoje ainda não existe um tratamento específico para a doença. De acordo com os pesquisadores do Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade, de Melbourne, foram identificados quatro tipos de células do sistema imunológico que combatem o novo coronavírus. Elas foram observadas a partir do acompanhamento de uma paciente que teve sintomas entre leves e moderados e não tinha nenhum problema prévio de saúde.
A paciente em questão é uma mulher de 47 anos de Wuhan, na China, mas que foi internada em um hospital na Austrália e se recuperou em 14 dias. Três dias antes da mulher começar a apresentar sinais de melhora, células específicas foram identificadas em sua corrente sanguínea. Os pesquisadores constataram que são as mesmas células que aparecem no mesmo estágio de recuperação de pacientes com influenza, a gripe comum.
“Nós ficamos muito animados com nossos resultados — e com o fato de que nós podemos realmente registrar o aparecimento das células imunológicas no paciente infectado antes da melhora clínica”, disse Katherine Kedzierska, co-autora do estudo, em entrevista à BBC. E completou: “Esta descoberta é importante porque é a primeira vez que estamos realmente entendendo como nosso sistema imunológico combate o novo coronavírus.”
Em janeiro, o Instituto Peter Doherty se tornou o primeiro no mundo a recriar o vírus fora da China. Kedzierska também pontua que o próximo passo para os cientistas é determinar por que a resposta imunológica é mais fraca nos casos mais graves do novo coronavírus. “É realmente essencial entender o que falta ou o que é diferente nos pacientes que morreram ou que tiveram doenças mais graves — para podermos entender como protegê-los”, afirma a especialista. Também de acordo com a BBC, o ministro da Saúde da Austrália, Greg Hunt, disse que a descoberta poderia também ajudar a acelerar a produção de uma vacina e de potenciais tratamentos para pacientes infectados.
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