Família

Caso raro: médica ‘queima’ tumor de bebê ainda no útero em cirurgia inédita

Reprodução/ Arquivo pessoal/ BBC

Publicado em 23/06/2022, às 14h51 - Atualizado às 17h57 por Redação Pais&Filhos


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A jornalista Polyana Resende Brandt deu à luz ao primeiro filho no dia 18 de maio e relatou algo surpreendente. Ela falou para o veículo BBC Brasil que o nome escolhido para o bebê era ‘Ragnar’, que é um nome de guerreiro, mas mal ela sabia o que estava por vir.

Quando ela estava no segundo trimestre da gravidez, foi identificado em exames um tumor no tórax do bebê, era um quadro raro chamado ‘sequestro pulmonar’, pelo tumor se parecer com o formato de um pulmão mas sem função específica.

Esse tumor, apesar de não ser maligno, ou seja, não ser um câncer, estava crescendo e comprimindo os órgãos do bebê, além de ‘roubar’ parte do sangue do corpo e fazer com que água ficasse depositada na região do pulmão”, falou Danielle do Brasil, a cirurgiã especializada em cirurgia fetal no Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

Os médicos ao ver os exames, falaram que se a gravidez não tivesse acompanhamento especializado, ela poderia perder o filho. “Foi desesperador descobrir isso. Tive que manter a fé e buscar os melhores especialistas. A gente tem que valorizar a ciência e saber que ela pode, sim, andar de mãos dadas com a fé. Foi o que eu e meu marido, que esteve ao meu lado em todos os procedimentos, fizemos”, contou ela.

A médica que a jornalista foi atrás se chama Danielle do Brasil, e ela fez uma especialização em casos de alto risco na King’s College, em Londres. Uma das saídas para o caso de Ragnar era queimar um dos vasos que abasteciam o tumor com sangue.

Polyana e o marido viveram boa parte da gestação, angustiados (Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal/ BBC)

“Assim, com uma agulha grossa que contém fibra de laser dentro, podemos queima esse vaso, e a massa ‘morreria’ e depois seria absorvida pelo corpo. A ideia também era retirar o líquido do tórax para ajudar os pulmões expandirem. Queimamos o vaso perfeitamente, e toda a equipe estava bastante satisfeita. Mas infelizmente após 10 dias, o tempo usual que esperamos para ver se a técnica ofereceu benefícios, descobrimos circulação do tumor fez outro caminho, fazendo com que a massa voltasse a crescer e aumentando o líquido no tórax”, falou a médica.

Procedimento inédito

Danielle do Brasil contou que foi difícil falar para os pais que não tinha tido sucesso no primeiro procedimento: “Pense em um casal que imaginou, durante boa parte da gravidez, que o bebê poderia morrer. Mas do sufoco, nasceu a criatividade”, falou ela, se referindo aos próximos passos do caso.

A equipe médica decidiu destruir o vaso com a mesma técnica, e Polyana e o marido não aceitaram a tentativa. “Quando a gente se torna mãe, nasce uma força colossal”, falou a jornalista.

O outro procedimento durou duas horas e meia, “Foi o mais difícil da minha vida. Na cirurgia fetal, nem sempre sabemos os passos de tudo que vai acontecer – não é para todos os casos que temos clareza do que está lá dentro. Eu tinha um alvo móvel que era o tumor, dentro de outro alvo móvel que é o líquido amniótico – e tentando atingir a massa com uma base imóvel, que era a minha agulha”, afirmou a médica.

O tumor do bebÊ foi queimado ainda no útero (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal/ BBC)

Após o sucesso do procedimento, Ragnar nasceu no final da gestação e o primeiro raio-x do tórax do bebê não tinha nenhum sinal de tumor. Porém, a médica irá continuar em observação. Em três meses faremos uma tomografia de tórax, um exame mais completo. Nossa expectativa encontrar áreas de fibrose por cicatrização do tumor que foi destruído. E claro, que esse neném não precise mais cirurgia”, falou a médica.

A equipe que realizou a cirurgia está reunindo provas e procedimentos para enviar um relato de caso para revistas científicas e tornar o caso mundialmente conhecido.


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