Publicado em 08/04/2021, às 07h38 - Atualizado às 07h40 por Letícia Mutchnik
A mãe de Henry Borel, a professora Monique Medeiros, foi ao salão de beleza um dia após o enterro da criança, que foi no cemitério do Murundu, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. No estabelecimento, que fica a cinco minutos de carro do condomínio Majestic, onde ela morava com o menino e o namorado, o Dr. Jairinho, ela fez escova, manicure e pedicure, gastando um total de R$ 240.
Monique, que assim como o vereador foi presa na manhã desta quinta-feira, dia 8 de abril, frequenta o local desde que se mudou, em novembro do ano passado, dois meses após conhecer o vereador durante um almoço profissional no Village Mall. Eles, segundo O Globo, começaram a namorar em setembro e escolheram o apartamento 203 do bloco I do Majestic para dividir com Henry.
Em depoimento prestado na delegacia, Monique contou que, às 3h30 do dia 8 de março, ela e Jairinho encontraram Henry caído no chão com mãos e pés gelados e olhos revirados. Ela disse acreditar que o filho pode ter acordado, ficado em pé sobre a cama, se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona e caído no chão.
O casal levou a criança ao hospital, mas ele já chegou sem vida. O laudo médico aponta hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, e que seu corpo apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões. O advogado de Monique e Dr. Jairinho, André França Barreto, não quis comentar a ida da mãe ao salão de beleza.
A Polícia Civil da 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira, 8 de abril, Dr. Jairinho e Monique Medeiros pelo caso de Henry Borel, de 4 anos, que aconteceu no dia 8 de março. De acordo com os investigadores, o menino morreu em decorrência de agressões.
Segundo informações do G1, Monique e Dr. Jairinho foram presos por atrapalhar as investigações e por tentar combinar versões com testemunhas. Os mandados com os pedidos de prisão pelo assassinato foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri.
Os polícias ainda afirmaram que o padrasto já tinha histórico de violência contra o menino e que antes do fim de semana da morte, ele já agredia o menino com chutes, rasteiras e golpes na cabeça — a mãe já sabia das agressões, ainda de acordo com a polícia. Dr. Jairinho teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o enteado em fevereiro.
O casal não deu declarações ao serem presos, em Bangu, nem quando chegaram à 16ª DP na Barra da Tijuca. A defesa de Monique e Jairinho também não respondeu as tentativas de contato do G1. Até então, eles negavam qualquer envolvimento do casal com o caso e afirmavam que teria sido um ‘acidente doméstico’.
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