Família

Caso Bel no YouTube: vamos respeitar de uma vez por todas os direitos das crianças e adolescentes

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Publicado em 22/05/2020, às 10h02 - Atualizado às 16h19 por Yulia Serra


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(Foto: iStock)

A infância tem data para começar e para acabar. Tudo tem a idade certa para acontecer. A superexposição das crianças na internet pode desencadear várias complicações no presente e futuro. A única obrigação nessa fase deve ser brincar, estudar e fazer amigos e, isso, para ficar claro, precisa ser algo divertido para todos os envolvidos. Mas em alguns lares é comum vê-las assumindo papéis que não cabem à idade e ao preparo psicológico delas. Por mais maduro que seu filho seja, ele não pode e nem deve assumir as responsabilidades de um adulto.

O caso está sendo investigado (Foto: reprodução/YouTube)

Nos últimos dias, o caso de uma menina de 14 anos chocou vários brasileiros. Bel é uma youtuber mirim e tem o canal “Bel para meninas”, que soma mais de 7 milhões de inscritos no YouTube, controlado pela mãe, Fran. O perfil existe desde que ela tem 6 anos de idade. Nos vídeos, a menina é obrigada a passar por situações constrangedoras que, nitidamente, não quer fazer. Em diversos registros, Bel inclusive chega a pedir para a mãe parar. Entre os vídeos, aparecem momentos desde a mãe e o pai empurrando a cara dela na farinha, obrigando a beber líquidos nojentos, ao caso em que ela é deixada no mar sendo levada pela correnteza, quase se afogando, enquanto pede socorro.

Atento aos sinais

A história viralizou depois de vários usuários do Twitter denunciarem as atitudes, tais como a infantilização de Bel e o ganho financeiro em cima do sofrimento da menina. Basta assistir alguns episódios para entender o motivo de tanta revolta. A Pais&Filhos, desde sempre, se posiciona contra esse tipo de exploração infantil e recrimina tais atitudes. De acordo com uma pesquisa feita em 2018 pelo portal médico WebMD, nos Estados Unidos, 72% das crianças entre 5 e 13 anos demonstram sinais de estresse e 60% dos pais não notam. 

A correria do dia a dia pode fazer esses sinais passarem despercebidos, mas isso deve mudar. Por isso é tão importante expor e não dar audiência para canais como o da Bel. As crianças não podem ser adultizadas e nem os adolescentes infantilizados. Cada fase tem tempo para começar e acabar e devem ser respeitados. Os impactos psicológicos também precisam ser mencionados. Sem conseguir se defender, as situações em que as crianças são submetidas podem levar a um trauma emocional que se reflete em outras áreas da vida e, por muitas vezes, é silencioso. 

Brincadeira é coisa séria e precisa ser levada à sério. Humilhar, obrigar e colocar em risco a integridade de alguém, principalmente, sem o seu consentimento não pode ser visto como entretenimento. O caso serve de alerta e aprendizado para todos nós. É o momento de parar para refletir sobre o que você assiste online, assim como o que o seu filho está procurando. Cuidar das crianças e adolescentes é cuidar dos futuros adultos e próximas gerações.   

Manifesto da infância

A Pais&Filhos acredita que a criança deve ser tratada como criança, com o direito de viver a infância plenamente

  1. Criança não trabalha, criança dá trabalho!
  2. Criança não namora. Tem amigos. Não dá para comparar o que eles chamam de namoro com o relacionamento dos adultos
  3. Criança tem a obrigação de brincar (e muito!)
  4. Cada criança é única, com suas particularidades e preferências: não as compare ou obrigue a serem algo que não são
  5. Criança tem que se vestir como criança, sempre de acordo com a idade
  6. Criança também deve ter deveres e limites bem estabelecidos pelos pais
  7. Criança precisa ter liberdade e autonomia para se aventurar e se frustrar sozinha, mas receber ajuda quando pedir
  8. Criança precisa conviver com diversidade cultural e social
  9. Criança não pode ser tratada como um miniadulto
  10. Criança precisa de pais presentes, com qualidade de tempo, e não apenas quantidade
Criança precisa ser tratada como criança (Foto: iStock)

Como usar a internet de forma segura? 

O mundo, hoje, está interligado com a internet. De acordo com uma pesquisa realizada pela TIC Kids Online Brasil, 86% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos  têm perfil em alguma rede social. Assim, além do cuidado com o tempo de tela, também é fundamental se atentar a forma como o seu filho está usando essa ferramenta. O mesmo estudo apontou que 82% têm fotos que mostram perfeitamente o rosto, 75% divulgam o sobrenome no perfil e 23% chegam até a divulgar o endereço. A segurança online precisa ser tratada como prioridade. 

Nesses casos, o especialista em segurança da informação da ESET Camillo Di Jorge, pai de Ana Clara e Lisa reforça que o caminho é o diálogo. Você precisa manter a porta aberta para o seu filho falar sobre o assunto, o que significa se mostrar não apenas interessado em dizer, mas principalmente, ouvir o que ele tem para falar. Assim, também é fundamental que os pais saibam o que os filhos, se são menores de idade, estão acessando. A internet é demais e ajuda muito, mas é preciso usar com segurança.

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