Publicado em 23/07/2015, às 06h31 - Atualizado em 13/01/2021, às 09h35 por Com a Palavra
“A woman’s intuition is a powerful tool. Use it.” Olhei aquilo atentamente. A frase solta na página saltava aos olhos. Era o anúncio de um banco numa época em que as agências de propaganda nos Estados Unidos pareceram entender a importância e a força da mulher. No mercado, lógico. Posição de poder em empresas, poder de compras, independência, essas coisas. Mulher ganhando mais. Saíram fazendo campanhas pra nós. O banco, danadinho, nem perdeu tempo. Eu tinha 20, 21 anos e vi o tal anúncio em uma revista de política que eu assinava, muito metida a gente grande que era.
Olhava, olhava… resolvi recortar a frase. Prendi no mural, próximo a uma foto em preto e branco de minha mãe, em que ela aparecia segurando o microfone, uma única lágrima escorrendo no canto de um dos olhos. Era mamãe e “a woman’s intuition” bombando naquele mural, dentre tantos outros cacarecos.
Nesse mesmo período, uma das questões mais abordadas entre as amigas era maternidade. E eu, nada gente grande que era, rejeitava a ideia: como ser uma coisa que eu nunca tive? Mãe é mãe. Ligação que não se explica (lamento, Freud), apenas se sente, e eu não tive a oportunidade, então a decisão estava tomada e não se fala mais nisso. “Mãe” era um recorte de revista preso a um mural. Até que um belo dia me descobri grávida.
Em frente ao espelho, olhava o contorno da ainda inexistente barriga, imaginando o coração que ali já batia. E pensei “que venha”. Foi quando a serenidade me pegou de surpresa: aquela estrela me escolheu, e se me escolheu foi porque sabia de alguma coisa que eu não sabia. Dali em diante, a cumplicidade que desenvolvi com meu menino foi – e ainda é – insuperável. E vinha aquela voz de dentro ensinando, guiando, dando a certeza de que tudo é só do amor. Intuição vem guiada pelo amor. E isso basta. Porque é real, é o que nos mantém sobreviventes, é o que nos acorda no meio da noite sem aparente motivo antes mesmo da cria acordar delirando em febre, é o que nos permite segurar a criança do tombo antes mesmo dela cair, é o que nos leva a não dar um medicamento só porque conhecemos nossa cria melhor do que qualquer médico, é o que nos faz ter um poder de cura digno de curandeira, é o que nos dá o calor do colo que acalma a cria até em momentos felizes. Vivi – e vivo – tudo isso aí. Foi como me entendi mãe. Sou mãe-instinto. E hoje o vendo já quase um cara, tenho absoluta certeza de que ele veio para mim. Para confirmar tudo o que eu sempre soube mas nunca soube que sabia.
Sempre ouvi falar em intuição feminina. Talvez por isso a frase no anúncio tenha me atraído tanto. De ouvir falar, passei a acreditar. E afirmo e bato no peito e levanto a bandeira, porque minha cabeça de mãe só sabe isso. A powerful tool. Use it. Oh, heck yeah!
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