Socialite é condenada a 8 anos de prisão por racismo contra filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank

Nesta sexta-feira 23 de agosto, o ator Bruno Gagliasso e a apresentadora Giovanna Ewbank divulgaram uma nota oficial nas redes sociais para anunciar a vitória no processo movido contra a socialite Day McCarthy.

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"Hoje celebramos uma vitória contra o racismo. Sabemos que essa conquista se deve à nossa visibilidade como brancos, algo que infelizmente não é acessível à população negra, que continua lutando desde que foi sequestrada para este país. Nunca é tarde, mas ainda é tarde", afirmaram.

Na publicação, eles relembraram o caso de racismo que deu início ao processo. Em 2017, quando sua filha Chissomo tinha apenas quatro anos, ela foi vítima de racismo pela primeira vez. Conhecida como Títi, ela ainda era muito jovem para entender a gravidade do preconceito. "O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet um ambiente propício para disseminar ódio. Demos voz aos idiotas?", questionaram.

O casal comentou que o processo demorou anos para ser concluído. "Mesmo com nossos privilégios, o caminho foi longo: somente em maio de 2021 conseguimos formalizar a denúncia. E apenas na última quarta-feira, 21 de agosto de 2024, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado", detalharam.

Esta é a primeira vez que a Justiça brasileira impõe uma pena de prisão em regime fechado exclusivamente pelo crime de racismo. Anteriormente, uma condenação similar ocorreu em Caruaru (PE), mas envolvia outros delitos além do racismo.

Segundo um estudo elaborado pela Faculdade Baiana de Direito em parceria com JusBrasil e o PNUD, entre julho de 2010 e outubro de 2022, nenhum condenado por crime racial na internet havia recebido pena em regime fechado no Brasil. Se mantida a condenação, Day McCarthy, que reside fora do Brasil, poderá ter sua extradição solicitada pelas autoridades.

Gagliasso e Ewbank destacaram a importância da atuação consistente do judiciário e enalteceram a Procuradoria da República do Rio de Janeiro pela postura firme no caso. "Agradecemos à advogada Juliana Souza e sua equipe por nunca nos deixarem esmorecer. Como pais, estamos emocionados e reconhecemos que a comoção pública foi fundamental para esse avanço. Seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar."