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Segurança na internet: como proteger a privacidade do seu filho no mundo digital

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Publicado em 26/01/2023, às 05h05 - Atualizado às 15h01 por Redação Pais&Filhos


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O avanço da tecnologia digital trouxe inúmeras melhorias, mas também chamou a atenção para o fato de que milhares de dados estariam sendo expostos sem que os usuários tivessem conhecimento.  Por isso, o dia 28 de janeiro foi declarado como o Dia Internacional da Privacidade de Dados, para conscientizar sobre os perigos que o mundo virtual pode oferecer. A comemoração não é recente: a data foi escolhida pelo Conselho da Europa em 2007 e além de lembrar os adultos, reforça o quão importante é pensar na segurança do seu filho na internet.

Guilherme Martins, CEO da PlayKids e pai de Valentina e Pedro, recomenda que você avalie as plataformas que seu filho utiliza diariamente. Como CEO da PlayKids, aplicativo infantil que visa educar e divertir, ele explica que a empresa tem versões grátis e pagas voltadas para o público infantil e que garante a segurança da criança que utiliza os meios digitais. “Temos que ficar atentos ao que deixamos nossos filhos acessarem”, pontuou.

Monitorar o histórico de navegação do seu filho é uma maneira de saber o que ele está tendo contato (Foto: Freepik)

Pensando em dicas de como evitar que as crianças caiam em golpes ou conteúdos impróprios e boas práticas para evitar o uso excessivo das telas, a Pais&Filhos fez um manual sobre segurança na internet. Veja!

Manual Pais&Filhos de segurança na internet

Pense na internet como se fosse o parquinho ou a praça do seu bairro. A atitude dos pais tem que ser parecida nas duas situações: não deixar o filho brincando sozinho e dar uma vistoriada básica para ver se não há algum perigo à vista. Selecionamos, das entrevistas realizadas e dos manuais da AVG e da ESET (Empresa de Soluções para Segurança online), os cuidados que as aventuras de seu filho na internet demandam de você:

1- O computador deve ser mantido de preferência em algum cômodo da casa em que as atividades das crianças na internet possam ser facilmente acompanhadas. A sala é o melhor lugar para os pais se manterem atentos aos pequenos usuários.

2- Se a criança vai usar um computador de uso comum de todos, uma providência básica é criar uma conta de usuário para ela, mantendo-se como usuário administrativo. Assim, fica simples de controlar as atividades do seu filho na rede.

3- É uma boa ideia manter uma pasta de favoritos para as crianças com sites já aprovados por você. Combine que são esses que seu filho pode visitar por conta própria – sites educativos podem entrar nessa seleção.

4- Monitore o histórico de navegação – assim você pode saber direitinho os sites e páginas em que seu filho entrou. Isso é especialmente importante para pais de crianças mais velhas, que podem ter curiosidade de ver conteúdo sexual. E, se o histórico aparecer apagado, é uma boa razão para você desconfiar que algo está sendo escondido…

5- Se uma rede social ou site pede cadastramento prevendo um limite mínimo de idade para a inscrição, isso é para ser respeitado. É sua responsabilidade (até porque responde legalmente por elas) manter as crianças fora do Facebook, Myspace, Twitter e outras redes sociais até terem idade para isso.

6- Combine um limite de tempo diário de permanência de seu filho no computador. Pode ser duro tirar seu filho do game, mas lembre que ele precisa correr e brincar ao ar livre para crescer bem.

7- Habitue a habilitar as ferramentas de controle parental para evitar acesso a conteúdo impróprio. Os pacotes de seguranças costumam incluir essas ferramentas, e seu uso não é nenhum bicho de sete cabeças. “O da nossa empresa traz possibilidade de bloquear temas por categorias, como sexo, ou entretenimento, já que em filmes e séries as crianças podem ter acesso a conteúdos impróprios”, explica Camillo Di Jorge, diretor-geral da ESET Brasil, pai da Ana Clara. Para facilitar, o programa da ESET dá ao pai a opção de simplesmente assinalar o filtro automático por faixa etária.

Ensine seus filhos a desconfiar de links, que têm possibilidade de conter vírus (Foto: Freepik)

8- Ensine as crianças que na internet vale aquela regra de não conversar com estranhos. Insista com seu filho que a pessoa do outro lado pode não ser quem diz. “Aceitar amizade apenas de quem já é amigo no mundo real é uma boa prática”, aconselha o diretor de marketing da AVG Brasil, Mariano Sumrell, pai de Pedro e Karina.

9- Fique atento a sinais de angústias ou de mudanças de comportamento que possam estar relacionados com a internet. E crie sempre espaço e oportunidade para ele contar a você algo que o estiver perturbando.

10- Preste atenção quando juntar uma garotada no computador do seu filho. É aquela coisa: em turma as crianças ficam tentadas a furar as regras colocadas pelos pais.

11- Os pais devem evitar postar fotos dos filhos e informações sobre eles na internet – dar o exemplo, sempre! Ensinar os filhos a não dar informações pessoais ou da família. “Eles não devem informar onde moram nem locais que frequentam”, diz Sumrell. Muitas crianças e adolescentes têm saídas criativas para isso: declaram nos seus perfis que estudam em Hogwarts, por exemplo.

12- Aplicativos (ou apps) de smartphones também merecem atenção, alertam os advogados Francisco Britto e Dennys Antonialli. “Fique atento aos termos de uso do aplicativo e procure desmarcar opções de compartilhamento automático de dados”, aconselham. Esses compartilhamentos, em geral, são usados para orientar publicidade. Por precaução, com crianças pequenas, prefira baixar os apps por ela.

13- Ensine seus filhos a desconfiar de links, que têm possibilidade de conter vírus. Aos poucos, eles aprenderão a ter precauções também. “Se o filho usa o computador da família, o cuidado com vírus é mais crítico”, acentua Di Jorge.

14- As crianças precisam ser ultrassuperalertadas para não baixar filmes e músicas, nem programas ou ferramentas de busca. Se até os adultos têm dificuldade de reconhecer a procedência segura de um arquivo ou os possíveis efeitos nocivos de aceitar um programa (que pode, por exemplo, roubar dados do computador), isso está acima das possibilidades das crianças.

15- Não superestime as crianças: elas intuitivamente se entendem com os meios eletrônicos, é verdade. Mas são crianças! “Lembre que o costume no uso da internet não é o mesmo que ter conhecimento profundo das implicações das tarefas realizadas”, diz o Guia para Pais de Proteção Infantil na Internet, da ESET.

16- Preste atenção na indicação de idade apropriada para cada jogo.

17- Para seu filho, use senhas simples e de seu conhecimento. Mas para você faça senhas seguras e… difíceis para uma criança. Essa é uma boa prática e deixa seus dados a salvo de um uso desastroso que seu filho possa fazer. O cuidado que você toma, com certeza, serve de exemplo para seu filho. Uma senha segura mistura caracteres (letras minúsculas e maiúsculas; letras intercaladas por números e caracteres especiais, como @, $, <, *, se for permitido; e não inclui palavras comuns, em português ou outra língua.

18- Ainda sobre senha, elas devem ser tratadas como a chave de casa: a família pode ter cópias, mas ela não deve ser dada a estranhos.

19- Em um dado momento, a escola começa a solicitar pesquisas ou indicar que as crianças entrem em sites educativos, você pode verificar se eles estão dando orientação sobre o uso seguro. Afinal, vai ficar mais fácil se esse trabalho de educação for feito em parceria, com apoio mútuo dos pais e da escola.

Proteger de quê?

Na internet, crianças estão expostas a colegas mal-intencionados, a pedófilos e a gente metida com pornografia infantil. Motivos sérios para os pais orientarem seus filhos. Tudo isso é crime digital.

Cyberbullying – É o nome que se dá ao bullying quando acontece na internet. As agressões e provocações que antes aconteciam comumente nas escolas hoje ganham um fôlego novo nas mídias sociais – onde a garotada fica meio encorajada pela distância física. E como aprontam uns com os outros!

Child Grooming: é se tornar amigo ou próximo de uma criança, a fim de torná-la menos inibida e suscetível a ceder ao abuso ou à exploração sexual. Às vezes, isso é feito mentindo a idade, como se o abusador fosse criança também.

Sexting: (sex + texting) é a divulgação de conteúdos eróticos ou sensuais por meios eletrônicos – telefones celulares, webcams etc. Houve recentemente uma onda de adolescentes fazendo isso. Pode provocar uma tempestade na vida dos envolvidos, e há relatos de suicídio de meninas expostas por ex-namorados.

Pedofilia: é um desvio no desenvolvimento da sexualidade, caracterizado pela opção sexual por crianças e adolescentes, de forma compulsiva e obsessiva. Vira um crime se envolve a efetiva satisfação sexual, mesmo sem violência física. Na internet, a aproximação é feita por mensagens instantâneas, chats, blogs, fotologs e redes de relacionamento e pode acabar como:

Abuso online: uso de linguagem sexual, nudez ou masturbação diante de webcams; veiculação de fotos eróticas ou pornográficas;

Pornografia infantojuvenil online: apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por meio da internet, fotografias ou imagens com cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente.

Aliciamento online: usando webcams e ferramentas de bate-papo, entre outros recursos, o adulto ou adolescente mais velho convence a criança – por meio da sedução ou de chantagem – a produzir e distribuir fotos ou filmes eróticos de si mesma.

Quem é seu filho na hora de abrir o presente? Vem ver o vídeo do projeto #RirEBrincarÉSóComeçar e conta pra gente!


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