Publicado em 28/04/2016, às 16h36 - Atualizado em 02/12/2020, às 12h47 por Adriana Cury
Julia Spezia, de 19 anos, é chamada de professora por seus alunos, apesar de não ensinar conteúdos tradicionais e não ter licenciatura ou graduação em pedagogia. Ela tem síndrome de down e trabalha desenvolvendo atividades lúdicas com as crianças ou como Raquel Stumpf, diretora da escola Yellow Tree, mãe de Otávio, prefere dizer: “compartilhando habilidades e conhecimentos”. A diretora já havia sido professora de Julia na infância em outra escola.
Julia trabalha na escola, que fica em Blumenau, em Santa Catarina, nas terças, quintas e sextas e não segue um planejamento. Ela chega e diz para as professoras com qual turma quer ficar e o que quer fazer. As atividades variam entre contar histórias e promover brincadeiras, mas o que ela mais gosta mesmo de fazer é música. “Adoro tocar violão e pandeiro com as crianças”, conta Julia.
Além das atividades descontraídas, é interessante como tudo é feito com naturalidade e cumplicidade. Tudo é feito no tempo em que a Julia e as crianças se sentem mais à vontade. Veja no vídeo a seguir como Julia e a diretora Raquel conversam sobre o que fazer.
Essa cumplicidade entre as duas não é de hoje. Julia foi aluna de Raquel quando tinha 4 anos de idade. Leandro Spezi, pai de Julia, conta que ele e a mãe, Cilene Spezi, tinham dificuldades de encontrar escolas com professores auxiliares e que conseguissem acompanhar a filha na escola. Raquel foi a primeira com quem Julia teve mais empatia. “Ela tinha métodos diferentes e conseguia fazer Julia acompanhar os estudos com menos dificuldade”, explica o pai.
Mais de dez anos depois, Julia e Raquel se reencontraram em um shopping da cidade e o reconhecimento foi imediato. “Julia olhou pra mim e disse: ‘essa é a Raquel, minha professora’ Isso foi lindo”, lembra a diretora. Assim, surgiu a ideia de Julia ajudar na escola. Agora, então, a parceria é profissional. Julia trabalha três dias por semana e ganha um salário, que, por sinal, é gasto de uma forma deliciosa. “Compro salgadinho e refrigerante”, nos contou.
Não é apenas o salário que vale a pena para Julia, no entanto. Nesses dois meses de trabalho na escola, ela compartilhou conhecimentos, mas também aprendeu muito. “Está mais segura, confiante e alegre. Chega em casa cheias de histórias para contar”, conta o pai, todo orgulhoso.
Essa atitude de inclusão e parceria não estão presentes apenas na relação de Julia e Raquel. A diretora pensa nessas características para sua escola e para todos os alunos. “Aqui, sala de aula é um recurso a mais, não um espaço obrigatório. Criança tem que brincar na rua, subir em árvore e, principalmente, tem que ter sua individualidade respeitada. Incluir é respeitar cada criança de forma única, porque ela é única em sua essência, independente dela ter ou não um diagnóstico.”
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