Publicado em 20/05/2022, às 17h43 por Redação Pais&Filhos
Após uma escola em Guatambu, Santa Catarina, dar uma palestra sobre abuso sexual, oito estudantes do local relataram para o Conselho Tutelar sobre os abusos que já sofreram.
Essa atividade da instituição fazia parte de apresentações pensadas sobre o tema, para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil. Essas apresentações foram oferecidas para mais de dois mil alunos das redes municipal e estadual de Santa Catarina.
O tema principal de uma das palestras tinha o objetivo de orientar os jovens sobre limites de contato e o respeito sobre eles, sendo de amigos e familiares. Segundo a NSC TV, emissora regional, oito alunos foram atrás do órgão para contar sobre abusos que já tinham sofrido.
Conforme informações, o Colegiado Superior de Segurança Pública do estado, de janeiro a abril de 2022, Santa Catarina teve 714 registros de ou exploração sexual infantil, ou abuso.
Os casos foram relatados depois que uma menina de 12 anos em Chapecó, entregou um bilhete para o motorista do transporte escolar em que utilizava, escrito que o padrasto abusava dela e pedindo ajuda.
Você já conversou com seu filho sobre o que é abuso sexual? O tema é bastante delicado, mas as crianças precisam se sentir seguras para contar aos pais ou para pessoas de confiança quando alguém tenta tocá-las de forma inapropriada ou até abusá-las de alguma forma. Por se tratar de um assunto que ainda é considerado tabu, muitas pessoas ignoram o problema. Só que é muito importante dizer para seu filho que, sempre que ele se sentir incomodado com algum toque, ele deve dizer “não” e contar imediatamente para alguém de confiança o que está acontecendo.
Falar sobre sexualidade com as crianças é um dos melhores caminhos para evitar os abusos sexuais. A Organização das Nações Unidas já se posicionou dizendo que a educação sexual ajuda a evitar casos de violência, abuso infantil e gravidez na adolescência. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também defende a informação de qualidade como um dos melhores jeitos de prevenção. E os especialistas são categóricos: essa é uma conversa que deve começar dentro de casa.
Você não precisa (e nem deve) bombardear seu filho com todas as informações de uma vez só. O ideal é que as explicações venham aos poucos, quando a criança der “brechas” para isso. Um estudo publicado no Journal of Adolescent Health mostrou que uma única conversa não resolve o problema. É preciso que esse papo aconteça de forma constante e natural, desde cedo.
“Os pais devem conversar frequentemente com seus filhos sobre muitos aspectos da sexualidade de uma forma que ajude a criança a se sentir confortável e ouvida, mas nunca envergonhada”, explica Laura Padilla-Walker, uma das autoras da pesquisa. Os resultados também mostraram que quem tem esse canal de comunicação aberto durante a infância costuma ter relações sexuais mais seguras quando adulto.
O importante é que seu filho veja em você uma fonte confiável de informação e se sinta confortável para fazer perguntas sempre que aparecer alguma dúvida. Quando isso acontecer, deixe os questionamentos da criança guiarem a situação. Você não precisa responder nada além do que foi perguntado. Dê respostas simples e adequadas para a idade, mas nunca deixe de respondê-las.
Hoje, com tantas tecnologias e fontes de informação, pode acontecer de seu filho entrar em contato com esse assunto por meio de outras pessoas. É justamente por isso que você, como pai, mãe ou responsável, deve ser o primeiro a introduzir esse tema, mostrando que está sempre aberto para responder todas as dúvidas que aparecerem. Assim, evita que a mensagem chegue errada, incompleta ou de uma forma que você não gostaria.
Ficar de olho no que as crianças assistem na televisão e nos conteúdos que elas consomem na internet e nos videogames também é uma boa. Sempre que puder, tire um tempinho para participar dessas atividades junto com o seu filho. Além de supervisionar as informações a que ele tem acesso, você ganha uma oportunidade interessante de falar sobre sexo e sexualidade. Se estão vendo um filme e aparece uma cena de casamento, por exemplo, é uma chance legal de conversar sobre como funcionam os relacionamentos.
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