Publicado em 25/06/2017, às 05h38 - Atualizado em 26/06/2017, às 06h55 por Jéssica Anjos
“A fundação Thiago Gonzaga e o Vida Urgente não começaram em uma prancheta de marketing, nasceram em 1996 quando recolhi meu filho do asfalto”, conta Diza Gonzaga, presidente da Fundação e mãe do Thiago. Embora o depoimento seja forte, foi isso que essa mãe sentiu quando o filho faleceu em um acidente de trânsito por causa do álcool.
Dessa perda tão dolorosa, nasceu a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga que hoje têm várias ações sobre conscientização do trânsito, e principalmente, sobre o que o álcool pode causar quando combinado com a direção, em todo o Rio Grande do Sul. “Eu li na internet, no órgão do ministério do transporte que a principal causa de morte entre jovens de 14 a 29 anos é o trânsito. As pessoas precisavam saber disso”, relembra Diza.
Os projetos que ela planejou se tornaram realidade, até a aprovação da lei seca é um mérito que a Fundação se orgulha em fazer parte. “Nós fizemos uma pressão enorme no congresso. Na época, recolhemos mais de 100 mil assinaturas”, comenta Diza. Nos primeiros 40 dias da implantação da lei, cerca de 48% dos hospitais reduziram as internações.
Hoje, a Fundação Thiago Gonzaga, realiza intervenções voluntárias através da marca “Vida Urgente”. As ações são feitas com pessoas de várias idades, até para as crianças. Diza defende que o aprendizado deve começar cedo.
Vida Urgente tem três formas de abordagem com crianças, a primeira é o conta comigo. Uma peça teatral feita para a faixa-etária de 2 a 4 anos. “A ideia é ensinar a criança a dar a mão quando atravessar a rua, ficar sempre na calçada, tudo através de música e danças para que eles entendam o recado e se divirtam aprendendo”, explica Diza.
A segunda, para um público de 5 a 7 anos, é um vídeo transmitido nas escolas e no final o educador conversa com as turmas e faz um jogo de tabuleiro sobre os cuidados que eles devem ter no trânsito. “Com a educação infantil e ensino fundamental fazemos o Jogo da Vida, um espetáculo para idades entre 8 a 11 anos”, diz Diza. A peça é completamente interativa e feita para a linguagem deles.
No ano passado a Fundação comemorou 10 anos. E uma intervenção especial foi feita por cinco pais que perderam seus filhos no trânsito por causa do álcool. Eles deram carona para jovens que estavam saindo da balada e tinham bebido. No trajeto, os pais contavam por que estavam fazendo aquilo. “A ideia é estimular que todas as pessoas sejam caronas de pai”, compartilha Diza. O vídeo foi indicado ao prêmio de Cannes, veja por que é tão especial:
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