A compreensão da capacidade intelectual das crianças tem evoluído, ultrapassando a tradicional avaliação do Quociente de Inteligência (QI). Segundo Quézia Bombonatto, renomada psicopedagoga e integrante da Associação Brasileira de Psicopedagogia, a análise do potencial cognitivo infantil demanda uma abordagem multifacetada.
A especialista ressalta que as crianças apresentam habilidades diversificadas, destacando-se em áreas distintas como música e matemática. Ela sugere que uma avaliação abrangente, idealmente composta por 10 sessões, é fundamental para um entendimento completo das múltiplas inteligências dos jovens.

A importância da amamentação na inteligência, juntamente com estratégias para fomentar a felicidade e confiança na infância, são pontos adicionais destacados pela especialista. Embora a curiosidade possa motivar a realização do teste de QI em crianças sem dificuldades de aprendizado, Quézia Bombonatto enfatiza que essa avaliação é especialmente relevante quando existem problemas de aprendizagem identificados por profissionais da saúde.
Mônica Salomão, neuropsicóloga e neurocientista, concorda com a perspectiva de que o teste de QI pode ser um recurso valioso para diagnosticar condições específicas como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e dislexia. Através deste teste, é possível avaliar habilidades matemáticas, verbais, memória e reconhecimento de vocabulário e formas geométricas.
Além disso, Salomão aponta para outros métodos de avaliação cognitiva adequados para crianças menores, como o teste Colúmbia, que explora as capacidades cognitivas através de tarefas visuais. O momento ideal para submeter uma criança à avaliação de suas capacidades linguísticas é após sua introdução formal ao tema na escola, geralmente a partir dos 5 anos de idade.

No entanto, se houver suspeitas de dificuldades ou transtornos específicos, quanto mais cedo for realizada a avaliação, melhor será para o desenvolvimento da criança. Neste contexto complexo e multifacetado da avaliação da inteligência infantil, emerge um consenso entre especialistas: a necessidade de uma abordagem holística e personalizada.
As ferramentas de diagnóstico e intervenção precoce são essenciais não apenas para identificar desafios específicos mas também para reconhecer e cultivar os talentos únicos de cada criança.