Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), no último sábado, 8 de janeiro.
De acordo com a tia da menina, Adriana Silva Adriano, a menina estava deitada na rede da casa onde morava com a família, em Ribeirão do Pinhal, a 117 quilômetros de Londrina, quando reclamou para os pais de dor de cabeça e desmaiou. As informações são do G1.

“Ela desmaiou e, de imediato, os pais a levaram para o hospital da cidade. Ela foi atendida pelo médico de plantão e onde começaram com os primeiros atendimentos […] . Era uma menina dedicada aos estudos e muito inteligente. Amava os animais e tinha sonho de ser veterinária”, disse Adriana.
Maria Julia foi transferida para o hospital de Bandeirantes para realizar o exame de tomografia. No laudo médico, foi detectado que havia um sangramento no cérebro da criança. A equipe viu a necessidade, então, de interná-la e fazer uma nova transferência para o Hospital Universitário (HU) de Londrina, na Unidade de terapia intensiva (UTI). “Foi detectado que o quadro dela era gravíssimo e, então, constatado de fato que era o AVC”, disse a tia.
AVC em crianças
O caso de Maria Julia chama atenção já que, segundo a comunidade médica, os casos de AVC em crianças são raros. “A incidência estimada do AVC na infância é de 1 a 6 casos para cada 100 mil crianças por ano”, explica o Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico. O AVC é definido como uma perda súbita da função cerebral. Existem dois tipos de AVC:
- Hemorrágico – quando artérias que levam sangue ao cérebro se rompem, em geral ele é mais
- Isquêmico – quando as artérias que levam sangue ao cérebro entopem ou obstruem, causando falta de oxigenação numa área específica do cérebro
Causas do AVC em crianças
Diferentemente dos adultos, onde existe predomínio da isquemia cerebral, as causas que levam ao AVC nas crianças são diversas. Entre elas, estão:
- As cardiopatias congênitas, quando a criança nasce com lesões no coração que podem gerar problemas para a circulação cerebral;
- Doenças hematológicas como anemia falciforme, leucemias, linfomas, entre outras
- Doenças relacionadas à coagulação do sangue
- Doenças relacionadas após quadros infecciosos como por exemplo meningite, varicela e recentemente a covid-19
- Anomalias vasculares relacionadas à presença de aneurismas cerebrais, malformações artério venosas ou a doença de moyamoya
- Infartos venosos, doenças metabólicas
- Traumas relacionados aos acidentes que podem levar hematomas intracerebrais ou compressão do espaço subdural e epidural.

A tia de Maria Julia, no entanto, afirma que não havia nenhuma condição pré-existente e que os médicos que atenderam a menina consideraram uma fatalidade, ainda segundo o G1. O laudo apontou que houve um aneurisma – dilatação dos vasos sanguíneos – que rompeu e se espalhou no cérebro.
Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente um lado do corpo, confusão mental, alteração da fala, alteração da visão, alteração do equilíbrio, da coordenação, tontura, alteração na forma de andar, dor de cabeça súbita, intensa, sem uma causa aparente.