Criança

Festa no dentista

Imagem Festa no dentista

Publicado em 15/10/2012, às 21h00 por Redação Pais&Filhos


Na sala de espera, os pequenos não se cansam de perguntar: minha vez ainda demora muito?  Dos consultórios que parecem parques de diversão aos tratamentos que dispensam o temido motorzinho, descubra como os homens de branco deixaram de ser vilões. Mãe, quando tem dentista?

No desenho Procurando Nemo, o simpático peixe-palhaço se perde do pai e acaba dentro de um aquário na sala de um dentista. Distraído pelos peixes que tentam escapar, o doutor, sem querer, arranca um dente do paciente no susto. Sem anestesia. Muito marmanjo sentiu um certo mal -estar ao ver a cena. Quando a gente era pequeno, dentista era sinônimo de sala de espera com revistas velhas, barulho de motorzinho e daquela dor muito da chata. Do seu lado, seu filho, provavelmente, se acabava de rir. Ele já sabe que tudo isso é mentirinha. Para as crianças de hoje, ir ao dentista é, literalmente, uma festa.


Do consultório mais simples a verdadeiros parques de diversão, todos se adaptaram para receber a clientela dente-de-leite. Com novas técnicas de tratamento, que dispensam o tão temido zuuuuiiiiiiiiiiiiiiimmmm do motor, eles estão mais preparados para receber os pequenos. Hoje, nem precisa dizer, a criançada já sabe: dentista não morde. Tem consulta amanhã? Oba!!!!!!!!!!


Um dos exemplos máximos dessa tendência é o Planeta Dentilândia, consultório da dentista Andrea Lílian Goldmann, filha de Sara e Natan, em São Paulo. Lá a diversão já começa na sala de espera, equipada com uma fonte de água e brinquedos, para garantir um "relaxamento pré-consulta". Nesse mundo maravilhoso todo mundo entra na dança e acaba fantasiado (a dentista, sua secretária e até os pais). A criança põe óculos escuros para se proteger do “sol” (o refletor) e acompanha a trilha de um trenzinho no teto.

Andrea leva ao extremo a ideia que revolucionou a imagem dos dentistas: a de que é preciso ter prazer em cuidar dos dentes. No fim do tratamento, o pequeno paciente ganha um "diploma" e uma festa, com direito a chapéu em forma de bolo e parabéns. A idéia é evitar aquela associação automática que a gente, na nossa não tão distante infância, fazia: dentista = dor e sofrimento. Com Isabella Arazi, 2, está funcionando. "De quatro em quatro meses, ela vai ao consultório. Gosta tanto que, na sala de espera, costuma perguntar quando será sua vez de entrar", conta sua mãe, Beatriz.


Nem todos os profissionais, no entanto, têm uma abordagem tão lúdica. O importante, para os mais ortodoxos, é levar a criança precocemente ao consultório, no primeiro ano de vida, para que ela, ainda sem cáries, se acostume com a idéia de visitar periodicamente o dentista. "Antigamente, só com 3 anos era feita a primeira visita ao dentista. Com essa idade, já aparecem cáries. Daí é preciso usar o motorzinho, e o resultado é o trauma", afirma Maria Angélica Hueb, mãe de Paula, Marcelo e Renato, odontopediatra. . "Hoje, orientamos as mães a fazer a limpeza da boquinha do bebê desde que ele nasce. Com a prevenção, reduzimos a dor e, consequentemente, o medo", afirma. Pensando em diminuir a ansiedade das crianças no consultório, a odontopediatra ainda foi idealizadora da chamada Luva para Carpule, o dispositivo criado em parceria com a empresa Angelus imita um brinquedo em formato de jacaré – dai o nome Jacarezinho – que encapa a seringa Carpule, fazendo com que a criança não tenha a impressão de haver um contato direto da agulha com a boca.

"Não é só o visual [que importa], mas a maneira de atender o paciente", diz o dentista Sergio Junqueira, pai de Pedro e Julia. "É preciso começar pela profilaxia, removendo o tártaro, por exemplo, para criar um condicionamento. Eu faço as crianças virem ao consultório e nem cobro", conta. O odontopediatra Daniel Korytnicki, pai de Marcos e Andrea, não é contra o método lúdico, mas defende um certo limite nos vôos de imaginação. "Tem de ter o equilíbrio de uma coisa séria, mostrando que a criança não está num parquinho. Meu consultório é colorido, tem bonecos com dentes enormes, na sala de espera há brinquedos. Mas a de consulta é mais ‘clean’", afirma.

Pasta, só sem flúor


Para escovar os dentinhos que começam a nascer, nada de pasta com flúor. Guarde-as para quando seu pequeno já conseguir cuspir. Antes disso, ela acaba engolindo a maior parte do produto, e o excesso de flúor em seu organismo pode causar fluorose (intoxicação por flúor). O resultado é que os dentes começam a nascer porosos e manchados. "Temos excesso de flúor em todo lugar. Água fluoretada, alimentação (o chá mate é o que contém o maior teor). Metade será excretado, e os outros 50% se alojam nos tecidos calcificados (dentes e ossos)", explica Márcia Amar, que faz questão de dizer que não é contra o flúor, reconhecidamente uma ótima ferramenta para prevenir a cárie. "Só que [no começo da infância] deve ser aplicado no consultório do dentista."


A primeira manifestação da fluorose são manchas brancas. No segundo estágio da doença, as manchas ficam escuras. Tomás Sampaio parou de sorrir aos 6 anos, por causa dos coleguinhas da pré-escola, que diziam que ele tinha dentes podres. Seus dentes-de-leite eram brancos, mas quando os permanentes começaram a nascer, estavam todos manchados. Eles também eram fracos e cheios de reentrâncias. "Tudo que tivesse corante ia manchando mais os dentes", lembra a mãe. Quando conheceram Márcia Amar, a solução veio rapidamente. Com uma técnica de microabrasão, ela "lixou" os dentes de Tomás, para depois aplicar uma espécie de ácido. A dentição voltou a ser branca na quarta seção do tratamento. Veridiana acredita que a causa do problema foi o fato de seu filho ter usado muita pasta com flúor desde que seus dentes começaram a nascer. "Sempre vou tratar muito bem dos meus dentes", diz Tomás, que agora alimenta o sonho de se transformar em dentista quando crescer. As pastas sem flúor podem ser encontradas nas lojas de produtos para bebês e nas farmácias de manipulação, como a da Weleda, à base de calêndula e InPhlOral, com essência de cravo e menta. A Mydori lançou o creme sem flúor com sabor de maça verde, disponível em farmácias comuns e supermercados.

Aparelho com cara de brinquedo


A ortodontia infantil também está entrando na era da prevenção. Agora, é possível usar aparelhos para evitar problemas futuros. A idade mínima para que o tratamento funcione é por volta de 4 a 6 anos, em média. "Se o paciente for mais novo que isso, ele não é colaborativo, e o tratamento não surte efeito", afirma o ortodontista e odontopediatra Marcelo Viola, filho de Décio e Maria Antonieta. Para conquistar essa turma, os aparelhos ganharam cores, glitter e até estampas com escudos de time ou personagens de desenho.

A odontopediatra e ortodontista Selma Sano Suga, filha de Julio e Susi, atende um bebê de 1,3 ano com dentinhos tortos. Esse caso requer um aparelho fixo, pois, com o móvel, a criança não colaboraria. A pergunta é: por que usar aparelho nesse caso, se os dentes de leite vão cair e ser substituídos pelos permanentes? Segundo Suga, se continuarem tortos, a criança passará a morder
de maneira errada, e sua mandíbula vai se encaixar torta. Com isso, os dentes permanentes vão apresentar o mesmo problema.

O tratamento escolhido e a idade do paciente dependem do problema. Para mordida aberta ou cruzada (falha no encaixe dos maxilares), segundo Suga, quanto antes, melhor. É recomendável um aparelho removível a partir dos 4 anos. Para casos de problemas ósseos (mandíbula muito para trás, por exemplo), ela costuma esperar um pouco mais, até acontecer o surto de crescimento (entre 8 e 9 anos para as meninas e entre 10 e 11 para os meninos). "Essa será a fase em que a criança mais vai precisar do tratamento, e se ela já estiver usando o aparelho há alguns anos, vai se cansar e não vai mais querer colaborar", analisa.

Segundo Marcelo Viola, um tratamento "interceptador" com aparelhos removíveis, ou até mesmo fixos, nos casos com maxilares estreitos promove um alargamento das arcadas e redireciona o crescimento. "A mordida aberta anterior e a mordida profunda acentuada também são tratadas nesta fase [infância], evitando problemas mais sérios no futuro", diz.

O tratamento nas crianças hoje é praticamente indolor. Os aparelhos possuem um formato mais anatômico, confortável e fácil de usar. Além disso, são bem coloridos e têm adesivos variados, que a criança escolhe, ajudando bastante na motivação. "Hoje, com estudos mais avançados, temos como definir o tipo de face do paciente e fazer uma previsão de crescimento das arcadas e da face. Os aparelhos são melhores, mais eficientes. O tratamento vai redirecionar o crescimento facial, com resultados muito bons e que, em muitos casos, não vai precisar se estender até a adolescência", afirma Viola.

Consultoria:Daniel Korytnicki, odontopediatra/ Marcelo Viola, ortodontista e odontopediatra/ Maria Angélica Hueb, odontopediatra/ Andrea Goldmann, odontopediatra e Selma Sano Suga, odontopediatra e ortodontista


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