Colunas / Se eu pudesse eu gritava

A primeira adolescência

Publicado em 15/12/2013, às 22h00 por Tatiana Schunck


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Um ano e oito meses, data marcante (entre tantas outras, na verdade) na vida do meu moleque. A gente sempre dá um jeito de inventar o que dizer sobre esse ou aquele momento na vida de um ser que acaba de chegar a este mundo. Porque tudo é tão grandioso, urgente, concreto e surpreendente que até parecemos exagerados. Não que os médicos não tenham razão quando delimitam as fases do crescimento, Deus me livre duvidar deles.

De vez em quando, preciso escolher quais serão os momentos selecionados para contar a vida do meu filho. Esse menino atraente, carinhoso, bonito – quem não diz tudo isso dessa mesma forma sobre seu próprio filho? Então, acredite no que quiser sobre essas descrições acerca dos filhos, hein? Pois é, esse ser tão interessante e enigmático, no auge de sua primeira adolescência, resolve esbravejar seus horrores em tardes de calor intenso. Vejam só.

Primeiro, é um excesso de volume sonoro que não tem fim durante as 12 horas do dia, no mínimo, nas quais ele não dorme. Ele resmunga, reclama, grita grave e agudo numa escala expressiva bem longa, chora, sorri, se joga no chão, joga a cabeça para trás independentemente de que parede esteja por trás, não quer comer, quando reconhece o chuchu põe boca pra fora, quer bolacha doce, fruta nem pensar, não quer trocar a fralda, quer ficar pelado, faz xixi no chão, e escorrega e reclama. Só reclama. Durante três dias seguidos.

 Depois, fica uns dois dias lindo, carinhoso, brincalhão, dorme a noite toda, ainda reclama para comer ou quando quer colo, mas é muito mais acessível para alguma conversa. Depois, ainda, irrompe de volta das trevas horrorosas e devora sua mãe. Mais depois que, ainda, sorri acordando e dizendo “Mamãe, mãe”, e olha no fundo dos seus olhos. Daí você pensa: “Alguém viu isso? É a mesma pessoa? Que horas ele virou e apareceu outro, mais outro e outro ainda…”

A mãe, sem entender, enlouquece, chora, ri, melhora, piora, desiste, retoma, descansa, enrijece, reflete e… Culpa-se! Ô, coisa destruidora essa culpa, ela dura um dia inteiro sem saída nem acesso ou desvio. É mais ou menos assim: se ele reclama, eu faltei em algo, se ele não come, fui eu quem não ensinou algo, se ele só come andando e não senta, fui eu quem não dei o exemplo, se ele se joga no chão fui eu quem não eduquei o moleque, mas… E se ele sorri? Eu? Não tenho nada a ver com isso… Depois, alguém dentro da mãe resolve acolher e dar espaço, acarinha e dorme. No dia seguinte, a mãe também tem a sensação de ter escapado e de ter voltado outra pessoa… De uma coisa eu tenho certeza, são dias de cura!


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