Colunas / Se eu pudesse eu gritava

A filha e o urso

Publicado em 02/09/2013, às 21h00 por Tatiana Schunck


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Outro dia cruzei com uma mãe, um urso e uma filha. A mãe, que não media mais de um metro e meio, com rosto suave e delicado, com expressão de menina, carregava em seu braço esquerdo a filha de mais ou menos quatro anos e em seu braço direito o urso de pelúcia maior que a menina. Foi tão engraçado, eu sorri para ela e ela para mim sem nos controlarmos. Foi um momento de “eu sei o que você está sentindo e eu sei que você sabe que eu sei e eu sei que você sente o que eu sinto e eu sei que você sabe que eu sei”… Porque eu descia a rua com o meu filho no colo, fora do sling, pois ele já não aguentava mais ficar dentro dessa “casa”, e sorria livremente com as pernas soltas no ar. Se contorcia em movimentos espirais em direção ao chão. E eu me contorcendo em mantê-lo íntegro entre ar e chão.

As mães compartilharam ‘ser’ mães com o peso nos braços, com o peso nas costas e com a alegria de ter o que carregar. A imagem dessa mãe jovem, carregando sua cria e a cria de sua cria, tocou fundo o meu coração. Foi uma experiência de tombo, sabe essas experiências que a gente se dá conta que escorregou para dentro? Sem questionar nem controlar… Sorri alegremente por ter um filho e pelo sol na rua. Imagina se chove? Pensei comigo mesma e ri da possível situação: um urso de pelúcia enorme molhado e mais pesado. As mães com os cabelos desgrenhados, as bolsas molhadas caídas no chão com zíperes abertos, o filho tentando beber a água da chuva na calçada e rindo à toa, a menina correndo para pular nas poças, as mães levantando e sentando e, por fim, se entregando ao chão. Fiquei imaginando essa mãe saindo de casa e sua pequena filha insistindo que só sairia se o urso fosse levado… A mãe respirando fundo e consentindo decidida a sair de casa ainda assim. Porque não é tão fácil sair de casa com um filho, ainda mais com o filho e com seu urso.

Imaginei os futuros amigos que meu filho iria criar em sua vida, seus pequenos e grandes ursos de estimação, seus carrinhos e carrões que eu terei que carregar para cima para baixo. Eu que gosto tanto de andar a pé, sem carro, de metrô… Daí, ontem sai de novo. Meu filho que anda correndo extrapolou toda minha sanidade, escapou às ruas e sentiu-se livre – mas tudo isso condicionado pela presença da mãe que corre atrás dele, senão, não teria uma só graça. As crianças devem rir muito da cara de suas mães que correm com os lobos. Ah! Agora entendi o livro da Clarissa Pinkola Estés… Fica a dica!


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