Colunas / Nanna Neném

Mais amor, por favor!

Publicado em 22/03/2015, às 21h00 por Nanna Pretto


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Eu tinha um texto pronto para a coluna desta semana. Mas guardarei para uma próxima, porque tenho um pedido a fazer, em nome do meu e do seu filho. Cuidado com o que você fala na frente das crianças. Cuidado com o que você grita na janela no panelaço aos domingos. Cuidado com o que você diz na frente dos seus filhos.

“Mãe, por que chamam a Dilma de v**** e v********? Isso é palavrão?”

“Filho, isso não vem ao caso. Isso é feio e, mesmo se ela for, não podemos xingar as pessoas assim.”

Desculpem, brasileiros, protestar é uma coisa, ofender é outra.

A ação dos nossos filhos é reação aos nossos atos. Em qualquer esfera, até a política.

Não quero, pelo amor de Deus entrar na questão de certo ou errado, de vermelho ou azul, de partido político ou corrupção.

Queria falar um pouco sobre exemplo.

Ir às ruas e falar que você não acha correto, que não está feliz com o que está acontecendo na política do nosso país: certo, ok! Vamos explicar aos nossos filhos que vivemos numa democracia.

Sair xingando pela janela quem quer que seja, na frente das crianças: errado! Poxa, não tá vendo que é isso que elas terão como exemplo?

Bater boca com amigos por causa de política na frente das crianças, deixar escapar palavrões, exagerar no tom de voz, nas ameaças e na grosseria? Para quê?

Nossos filhos são criados com base em exemplos. Nossas atitudes são uma espécie de espelho para eles. Se xingamos, eles xingam, se gritamos, eles gritam. Se batemos panela, eles batem. Já imaginou no dia que você, mãe, resolver colocar seu filho para dormir às 8 da noite e ele não concordar?

Cuidado, um panelaço pode acontecer na cozinha na sua casa.

E quem ensinou?

Me assusta a proporção que as coisas tomam. Me assusta a mãe que não tem controle na educação do filho e o envia para um acampamento militar como um rebelde sem causa. Me assusta a mãe que não impõe limite na quantidade de açúcar e refrigerante que a criança consome por semana. Ou no tom da voz que ela imprime no dia a dia.

Não, não acho que precisamos criar modelinhos certinhos de filhos. Que falem baixo, andem limpinhos e durmam impreterivelmente às 7 da noite. Acho que devemos ensinar o que é respeito e o que é amor. A nós mesmos e ao próximo, principalmente. O tal gentileza gera gentileza, sabe? O direito de cada um ter a sua escolha. E respeitarmos isso.

Falta paciência dos pais para educar. Educar uma, duas, três vezes. Fazer tudo errado e repetir, e repetir. E mesmo assim conseguir manter o amor, a paciência, os limites. Falta generosidade. Falta tempo. Alegamos não ter tempo para ler uma história para o filho antes de dormir, mas sabemos o que se passa no feed do Facebook ou na timeline dos amigos da academia.

Está na hora de nós, mães e pais, aprendermos um pouco sobre respeito, educação, cidadania e limites. Para passarmos esses valores para as crianças e aí, sim, podermos pensar em mudanças.

Enquanto a tela de 7 polegadas for mais importante do que o olho no olho, a gente só vai conseguir se expressar gritando, e batendo panela na janela.


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