Publicado em 22/08/2013, às 21h00 por Nanna Pretto
Há um ano eu treinava 50 quilômetros por semana para fazer a meia-maratona do Rio, a minha oitava prova no meu histórico de corridas de 21 km. Já falei muito no blog e repito aqui o quanto a corrida me ajuda não só na maternidade, mas a passar por duas depressões, a desanuviar da pressão do trabalho e dos meus meninos, que muitas vezes me tiram do sério (esse mérito é do marido também, não fica apenas com o filho, hehehe).
Mas, se o primeiro trimestre de gravidez já é chato pra caramba, ele fica quase insuportável porque, justamente ela, minha corridinha sagrada, é interrompida. Precisar parar, de verdade, não precisa. Mas é bom, e minha médica e eu decidimos por uma gravidez conservadora, no bom e velho estilo clichê: o seguro morreu de velho.
Então mantive as caminhadas, escorreguei na dietinha algumas vezes e sofri com o tédio de não ter nada pra fazer. E sempre questionei a questão do esforço. “Você não pode fazer esforço”, me diziam. “Esforço pra mim é ficar deitada e quieta. Quero correr, ver gente, quero suar”, eu pensava. Isso, na minha rotina, não é esforço, é prazer… E aí, como lidar?
Mas vamos às recomendações médicas que, para isso, eu sou xiita. Marquei minha volta aos treinos exatamente na 12a semana da gravidez, acompanhados de uma provinha de 5 quilômetros, no estilo paquitagem, como falamos entre as amigas mães corredoras.
E já que é para paquitar, vamos comprar roupa nova. Ahhh, engana-se quem pensa que isso foi diversão pura. As marcas de fitness/corrida simplesmente não fazem roupa para gestante. “É que grávida não faz exercício, né?”, me disse a moça da loja, e eu quase avancei nela, aqui do alto dos meus milhões de hormônios. É que não faz exercício o quê!!!! Faz e deveria fazer linda, de sainha e top lindo como as maratonistas treinadinhas. Emburrei na terceira multimarca que percorri e decidi adaptar o que há hoje no mercado para o corpinho grávido.
A calça legging G ficou folgadinha na barriga, de forma confortável, mas quase um saco de batatas nas pernas, mas vai ser ela mesmo. E as camisetas… o jeito foi apelar pras do marido, que ficam mais folgadinhas na barriga e no peito, que a essa altura já aumentou dois números. O tênis, resolvi investir num novo, com amortecimento zerado, para garantir maior estabilidade, coisa que vamos perdendo com a frouxidão ligamentar que acompanha a gestação. E o monitor cardíaco, que eu sempre usava como cronômetro, agora tem sua função definidíssima, de acordo com o aval médico: entre 140 e 160 batimentos por minuto. E nada mais.
Isso me dá direito a um trote leve, daquele que a gente consegue cantarolar a música que está tocando no Ipod. Pelo menos enquanto meus pulmões não estão esmagados pelo meu bebê tamanho goiaba de 12 centímetros.
Confesso que estou megafeliz em poder voltar a trotar e que a endorfina não acompanha o ritmo lento (ufa!), e chega a milhão na minha corrente sanguínea. Voltei também a fazer os exercícios funcionais com personal trainer, evitando os trabalhos de abdômen. Claro, tudo isso com supervisão de três médicos e dois treinadores.
Sem pressão ou culpa, vou nesse ritmo enquanto der. Se for como na primeira gestação, manterei as atividades físicas até a semana do parto. Fazendo adaptações, incluindo exercícios aquáticos no final e muita técnica de relaxamento e respiração. Mas também, se tiver que parar tudo, pararemos. Pego um bom livro, filmes e fico tranquilona esperando o bebê chegar.
Acho que o mais importante nesta fase é fazer o que gosta, não é? Sem cobrança, sem pressão. É correr pra quem gosta de correr, nadar pra quem gosta de nadar, meditar pra quem gosta de meditar. E nada para quem tem pavor de exercício físico. Se não fazia antes, mamãe, não é agora que vai inventar moda.
Por enquanto nós estamos aqui, correndo rumo à 17a semana!
Ah, a calça folgadinha (mas não é de gestante) é da Nike e a cinta pra gestante, EXCELENTE para compensar as dores da lombar e superindicada para quem treina, é da Salvapé. E a equipe que me acompanha tem o aval da Dra. Patrícia Sella, minha GO.
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