Colunas / Nanna Neném

Cinco meses e uma aula

Publicado em 30/06/2014, às 21h00 por Nanna Pretto


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Semana passada eu estava demasiadamente melosa. O filho mais velho entrou na fase dos seis anos, da segunda mão de anos como ele mesmo diz. “A primeira mão é de bebezinho, a segunda de menino grande e a terceira de adolescente, né?”, resume. A minha licença maternidade acabou oficialmente e eu voltei a esquentar a cadeira do trabalho.

A saudade do meu mais novo aperta demais. Foi uma semana conturbada, emocionante, daquelas que a gente chora no meio do metrô quando entra uma música do MPBaby na playlist do ipod. Ontem, de presente de 5 meses, Rafinha ganhou seu primeiro dia de aula. E, para acalentar o meu coração de mãe, foi tudo bem!

A saudade aperta, claro. Não porque ele está num berçário, mas porque ele não está em meus braços. Não foi preciso adaptação, ele entrou sorrindo, se jogou para o colo da tia da escola (aiiii) olhou tudo sem parar, virando a cabecinha de um lado para o outro, e caiu na gargalhada quando focou num coleguinha da escola. Rafael não me deu tchau, mas riu enquanto eu me despedia como se dissesse “vai que eu estou bem.” E assim permaneceu por todo o dia. 

Eu passei a segunda-feira g-r-u-d-a-d-a no celular, até na hora do xixi. Achava que a qualquer momento ele tocaria com uma voz do outro lado pedindo que eu voltasse, pois meu filho estava aos prantos. Nada. Cheguei para pegá-lo e ele sorria, da mesma forma que eu o deixei. Estava cheiroso, alimentado e feliz. Voltamos para casa e ficamos um bom tempo agarradinhos, matando a saudade. Até ele entrar num banho quentinho de balde, mamar e dormir. Profunda e tranquilamente.

A dor da despedida é nossa, da mãe. A gente sente isso porque somos controladoras e chatas. Não admitimos que o nosso filho possa ficar bem com qualquer outra pessoa que não seja nós mesmas. Olha eu, durante o dia: esperando o telefone tocar com uma notícia de que algo deu errado. Louca, claro! Eu queria correr, abraçá-lo e provar para o mundo (e para mim) que só eu faço ele ficar bem. Por que passamos a vida pedindo provas de que o amor de mãe é insubstituível?

Esse rompimento da semana passada foi essencial para eu entender isso. Nos últimos dias ele ficou com a vovó, o que me deixa extremamente tranquila de que ele está bem cuidado. Sofri, chorei, gritei (porque confio, mas não sou EU quem está ali). E passou. Ontem ele foi para o berçário. Eu estava mais segura, mais confiante. Tive saudade, mas administrei bem e no fim do dia isso foi resolvido. E agora todos ficamos bem.

Sim, foi mais fácil do que eu pensava. O telefonema não aconteceu, eu não precisei pegar o meu filho na escola às pressas e ele sobreviveu (óbvio) à minha ausência. Ele sorriu e demonstrou alegria em estar ali. Eu trabalhei e, ao fim do dia, nos encontramos e trocamos olhares apaixonados de mãe e filho. Olhares de um amor insubstituível. Sem sofrimento, só com saudade mesmo. E eu tive a certeza de que se ele está bem, feliz e eu posso ficar (um pouco) longe, porque isso não vai mudar em nada o nosso amor. 


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