Publicado em 16/09/2016, às 09h48 - Atualizado às 09h51 por Nanna Pretto
Todo mundo fala da fase dos dois anos, dos terrible two, do desgaste que é esse momento para os pais. Tá todo muito certo. É uma fase, eu diria, enlouquecedora. Mas tem um misto de loucura materna/paterna e loucura das descobertas. Porque é impressionante como cada dia é um novo dia na vida de uma criança com seus dois anos.
E a loucura vem porque eles querem tudo! Querem contar, falar, bancar, pular, querem tudo do jeito deles e na hora deles. E aí isso desorganiza totalmente a sua vida!
Socorrrrro!
Mas, me diz, como lidar com uma carinha macia e uma voz manhosinha falando: “não vai, mama. Binca com eu!”, quando você está pronta para descer para a academia? Como não sorrir com um “você tá happy?”ou “você tá báva?”, quando ele retruca uma bronca por algo que fez?
Eu costumava ter medo dessa fase. Acho que limitei tanto Gabriel nessa idade, pensava tanto no quanto ele incomodaria as pessoas num avião, no shopping ou na casa de amigos, que chegou a ser traumático para mim. Eu acho que limitei um potencial de expressão do meu filho naquela fase, que hoje, com o segundo filho, eu relaxei.
Relaxei no sentido de entender que essa fase passa e que o livro riscado é só um livro. Que o sofá vai ficar encardido mais um ano e que a cozinha suja, após a janta, não é nada perto de ver Rafael aprendendo a enrolar um macarrão sozinho.
Relaxei com a independência dele e hoje eu me impressiono quando ele pega um banco pequeno, um banco grande, faz uma escada, abre a geladeira e duas garrafinhas de água, para ele e para o irmão (sim, ele pensa no irmão mais velho a todo instante).
Eu deixo o Rafa ser Rafa dentro das expectativas que ele cria. Quer agora? Ok, vamos ver o que é possível fazer. Vai riscar a parede? Então vamos separar uma parede da casa para ele riscar. Quer ficar horas e horas no banho? Colocamos baldes cheios de água dentro do box e fechamos o chuveiro para não gastarmos água desnecessariamente.
As vontades dele, os nossos limites e uma boa dose de flexibilidade. Algo bem diferente do que eu vivi com o primeiro filho.
É uma fase que tem tudo para ser difícil. Mas se você parar e escutar seu filhote, se permitir a viver esse momento e curtir essa fase, vai por mim, será inesquecível. E passa rápido. Por isso, aproveite as descobertas! E descubra a adorável fase dos dois anos!
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