Publicado em 18/03/2015, às 21h00 por Patricia Broggi
Meu filho Tiago tem 15 anos e 1m87. Joga polo aquático duas horas e meia por dia. É um monstro. E come como um. Ops, não me entenda mal, ele é educado, mas o volume de seus pratos é que é assustador. Tiago também come lanches no meio da manhã e no meio da tarde. Todo dia lá vai ele para a escola com um saco plástico contendo um sanduíche, uma barrinha, um suco… É a lancheira dele. Eu amo lancheiras!
Desde pequenos, tanto o Tiago quanto o Luca levam lanche quando querem comer no meio da manhã. Nunca compraram comida na lanchonete da escola. E explico o porquê. Além de esse tipo de lanchonete oferecer várias tentações não tão saudáveis, em geral o lanche acaba saindo caro. Já com uma lancheira eles podem levar a quantidade que quiserem e eu gasto muito menos.
Hoje está tudo bem resolvido na cabeça deles e não é mais mico levar lancheira, eles até comentam do sanduíche que outro amigo leva que é muito bom, ou de uma ideia que poderíamos fazer que experimentaram com um terceiro colega – meus filhos não são os únicos a levar lanche de casa. Mas já houve época em que eles achavam chato. Ficavam meio sem graça de levar lancheira. Queriam comprar na lanchonete.
Na pré-escola eles comiam um lanchinho oferecido pelo próprio colégio, mas quando entraram no ensino fundamental comprei lancheiras bacanas de super-heróis, que eles amavam. Esse período de amor pela lancheira acabou em um/dois anos, quando meus filhos repararam em alguns amigos que levavam dinheiro para comprar o que quisessem na lanchonete da escola. E davam bala para todo mundo, comiam batatinha, bebiam refrigerante. Uma tentação. É claro que eles acharam muito normal fazer a mesma coisa.
Em vez de brigar expliquei que eles poderiam fazer o mesmo, mas se o lanche fosse de casa quem pagaria seria eu, se a opção fosse para comprar no colégio o valor sairia da mesada deles. Rapidamente eles notaram o quanto perderiam com essa escolha.
A partir desse momento optaram pela lancheira e nunca mais voltaram atrás. É claro que hoje o nome lancheira significa um saco de papel ou de plástico que cumpre muito bem a função e não mais um compartimento enfeitado de super-heróis. Desde pequenos falo com meus filhos sobre como usar o dinheiro de forma consciente, por isso eles mesmos se sentem megasseguros de contar para os amigos que trazem lanche de casa, que é mais gostoso e mais barato e que assim sobra dinheiro da mesada para as outras coisas que querem fazer. Alguns amigos não entendem essa opção, pelo simples fato de seus pais darem para eles tanto a mesada quanto um dinheiro a mais para o lanche. Mas meus filhos também já aprenderam que a vida é assim mesmo, cada casa tem o seu jeito e existem muitas diferenças entre eles e seus colegas. Na nossa família o dinheiro é um só e eles têm que aprender a administrá-lo fazendo escolhas. Escolhas que começam com uma simples decisão.
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