Publicado em 13/11/2021, às 06h17 por Dra. Ivanice Cardoso
É verdade que ainda estamos diante de uma pandemia que exige cuidados e isolamento físico. E isso significa mais contatos por meios digitais e muitos cuidados nos contatos presenciais. E vendo as reações das pessoas quando reclamam de mais uma live, mais uma mentoria online, mais uma reunião pela internet, isso me faz pensar em exatos 2 anos atrás.
Em novembro de 2019, eu estive na WebSummit Lisboa, a maior feira sobre internet do mundo. Naquele momento, o foco de discussões da feira era como as indústrias de tecnologia fariam para aumentar a privacidade do usuário. Um assunto que parecia tão distante do dia a dia dentro das casas. Ao mesmo tempo havia um deslumbramento de que tudo pela internet era mais legal, as crianças não queriam desgrudar da telinha por nada na vida. E vamos combinar, nem nós, mães!
Mas a pandemia veio, nos colocou todos em frente às telas por horas e horas em aulas, reuniões, trabalhos, consultas, compras e até audiências judiciais. E tudo isso foi mais do que suficiente pra nos deixar um tanto quanto traumatizados com aquelas que antes nos fascinavam.
Estamos vivendo quase que um pós-trauma digital. É só alguém falar de um encontro virtual que já trememos de nervoso. Aula virtual, então, só se for por motivo de doença. E as consultas médicas já voltaram à vida normal. Mas não dá pra ficar vítima desse trauma de termos sidos jogados na vida online muito além do limite do saudável, muito mais do que queríamos.
Essa imersão online foi necessária, mas já entendemos que não precisa ser permanente. Qual o remédio pra todo esse trauma? Equilíbrio! Como resultado do isolamento social, a gente descobriu que tem coisas que acontecem superbem através da internet, de modo saudável e realmente produtivo. Elas ajudam a poupar tempo pra ser investido no que realmente importa, encurtar as distâncias e complementar algumas experiências presenciais.
Outras, a gente finalmente concluiu que para serem experiências completas e mais humanas, precisam ser presenciais. Nada substitui aquele abraço carinhoso e aquela risada gostosa dada nos encontros com quem desejamos estar. Aceleramos em décadas o uso das tecnologias em todas as áreas da nossa vida. Mas descobrimos que elas não substituem a vida ao vivo, para a nossa alegria.
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