Colunas / De olho no cotidiano

Você saberá quando crescer

Publicado em 07/09/2014, às 21h00 por Ligia Pacheco


Compartilhe:


Lembro como se fosse hoje a sensação desagradável que eu tinha quando ao fazer uma pergunta obtinha tal resposta: “Você vai entender quando crescer.” Isso valia para questões sobre o Papai Noel, sexo, de onde vinham os bebês, para onde a lua ia quando era dia, o porquê dormirem meus pais dormirem juntos e eu sozinha, como o coelhinho da páscoa conseguia colocar ovos de chocolate, entre tantas outras. Na escola, não era diferente. Quando perguntava à professora o porquê aprendia tal coisa, ela sempre respondia: “Quando você chegar na série tal você entenderá.” E eu pensava: “Então por que me ensinam agora?”

Sei que o desapontamento foi me tomando, ficava com raiva e, com o tempo, fui me desinteressando pelas perguntas. E isso é um crime que podemos cometer com qualquer ser. Afinal, a curiosidade é uma grande mola propulsora ao desenvolvimento. Demorei anos para perceber isso e voltar a perguntar.

Quando uma criança faz um pergunta, ou ela faz como treino de linguagem, ou por uma curiosidade momentânea ou por já estar pensando naquele assunto sem ter conseguido resolvê-lo por si mesma. É uma necessidade daquele instante e não para quando ela crescer. Por mais difícil que pareça, a pergunta deve ser respondida, ainda que seja um simples “não sei”.

 “Mas há coisa que não dá!”, reclama o leitor.

Concordo que há perguntas que nos deixam em “saia justa”. Mas há como sair dela sem precisar esquivar-se ou deixar para depois. Veja como.

Primeiro, certifique-se de que você está entendendo a pergunta. Uma criança questionou a mãe o que era sexo. Ansiosa, ela pegou os livros e, com dedicação, desenvolveu sua aula começando das plantas até chegar no ser humano. Ao final, perguntou ao filho: “Entendeu?” Ele respondeu que sim, levantando os ombros e dizendo: “Mas o que eu respondo no questionário: “Sou do sexo F ou M”? Cuidado com a cilada!

Após esse primeiro crivo, certifique-se que a resposta vai de acordo com a idade da criança e com os conhecimentos que ela já possui, pois só assim a fará sentido. Muitos pais tendem a dar uma explicação lógica e por completa, muitas vezes despertando na criança o que não convém para a idade. Uma boa dica é responder exatamente o que ela perguntou e não tudo o que sabemos a respeito. Se ela não estiver satisfeita, ela fará novas perguntas. E então, repita o procedimento.

Também não convém inventar histórias para aliviar a resposta. A avó de uma criança morreu e a mãe disse que ela havia virado uma estrela. Meses depois, foi ao cemitério e a filha quis ir junto. Foi e encheu a mãe de perguntas até que lhe deu um xeque mate: “A vovó é uma estrelinha no céu, ou está dormindo em baixo da terra?” Coloque-se no cérebro da criança e veja a confusão instalada e instaurada. Evitemos.

Por fim, instigue a criança a fazer perguntas, problematize e a ajude a construir suas respostas, mas não a espere crescer. Entenda a pergunta, não invente e responda o que ela realmente perguntou. Simples, assim como é a criança.


Palavras-chave

Leia também

Gravidez

Sintomas de gravidez: nos primeiros dias, que ninguém sabe, de menino e menina e muito mais

Bebês

Nomes japoneses femininos: 304 opções lindas para você conhecer

Bebês

180 nomes femininos diferentes: ideias de A a Z para você chamar a sua filha

Família

Filha desabafa após mãe não querer a presença dela no casamento: “Ofendida”

Família

Eliezer e Viih Tube recriam a foto que fizeram na 1ª gravidez e detalhe chama atenção

Bebês

Nomes americanos femininos: mais de 1000 opções diferentes para você se inspirar

Família

Belo anuncia romance após separação de Gracyanne Barbosa: "Não estou solteiro"

Família

Sophie Charlotte e Daniel Oliveira anunciam fim de casamento: "Foi uma grande viagem"