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38 – Cuidado para não atrapalhar o desenvolvimento do seu filho!

Publicado em 26/05/2013, às 21h00 por Ligia Pacheco


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Como vimos, para desenvolver é preciso aprender. E então, a maior parte do que o seu filho sabe sobre o mundo, as pessoas e ele mesmo não foi construída em seu cérebro ao nascer, mas foi aprendida por meio da experiência. Mas, a experiência não é o que acontece ao seu filho, mas o que ele faz com o que acontece com ele.

Na experiência, a criança tem várias oportunidades de aprendizagens e desenvolvimentos, mas ela precisará interagir com estas oportunidades para apreendê-la. Porém, muitas vezes o adulto atrapalha. Esquece que a criança não tem dentro de si os mesmos conhecimentos que ele, ou tenta facilitar a resposta para se livrar logo, ou responde de qualquer jeito quando crê ser muito difícil resolver aquela situação. Vejamos um exemplo.

Estava com minha família em Alagoas na beira de uma praia com os olhos fixos no mar. Nós e um grupo de pessoas aguardávamos a lua cheia nascer. Uma criança com cerca de 4 anos estava inquieta e perguntava à sua mãe: “Quando a lua vai nascer?” E eu pensava: “O que seria para ela o nascer da lua? Brotaria ela do mar?” Afinal, vemos a realidade a partir do que já temos construído em nós, e dificilmente aquela criança tinha a dimensão tão abstrata da rotação da Lua em volta da Terra.

Eis que a lua nasce, a criança a olha fixa e encantadamente, mas a lua se esconde por trás de uma grande nuvem. A criança não hesita e pergunta à mãe: “Para onde foi a lua?” Observe que ela está tentando entender este fenômeno e se pudéssemos entrar em sua cabecinha veríamos vários neurônios se conectando na busca de compreender e dar sentido ao funcionamento daquela parte do mundo.

Mas, rapidamente um adulto ao lado a responde: “A lua foi ao shopping!” Senti vontade de esganá-lo, afinal se entrássemos novamente na cabeça da criança veríamos a grande confusão causada. Ir ao shopping é algo que ela já conhece. E, fiquei a imaginar, por ela, a lua estacionando o carro, entrando nas lojas e saindo cheia de sacolas. Respirei fundo, comecei a conversar com a criança e fiz-lhe a mesma pergunta: “Para onde a lua foi?” E de supetão ela me respondeu: “Foi ao shopping!” Que pena! E que trabalho terá para reorganizar seus neurônios.

Quando a criança questiona algo, a melhor saída é nos contermos e responder com a mesma questão. Pois se ela pergunta é porque já pensou sobre isso. E, ao devolvermos a mesma pergunta saberemos exatamente como ela está processando lá dentro de sua cabecinha. Em geral, elas não respondem corretamente, mas ainda assim, não devemos dar a resposta certa. Mas, a partir do que ela vai colocando, devemos fazer novas perguntas que a levem a pensar sobre as suas contradições e erros de pensamento até que a resposta certa seja construída por ela. E tenha uma certeza: não se desenvolve no lugar do outro, mas há como ajudar no desenvolvimento do outro. Então, contenha-se e colabore! E fuja dos senhores que acreditam que a lua vai ao shopping!


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