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O Carnaval e as lembranças de minha malunga… Mãe

Arquivo Pessoal

Publicado em 27/05/2022, às 06h53 por Toda Família Preta Importa


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**Texto por  Liana Conceiçãodos Santos, criadora do perfil do Instagram @lianadafrikamodas, conhecida como Liana d’Afrika

Resistência é necessária e a minha mãe é um exemplo de força negra (Foto: Arquivo Pessoal)

Ana Maria da Conceição da Silva, mulher preta, mãe solo de 3 filhos costurou a vida com fios de ferro. Aos 68 anos se encaminhou pro orum, deixando memórias, legados. Uma malunga completa na sua essência de ser e como toda mãe preta desceu o morro pra contar sua história.

Minha relação com a cultura popular se dera através de pesquisas, estudos e vivências. E lá fui eu descer as ladeiras do morro, pra fazer minha história. Mulher preta, apaixonada por moda afro, cultura, música e arte, resolvi costurar as roupas com identidade africana.

Ao som do candogueiro, aprendi amar o jongo; cultura popular que diz muito de sobre mim. O canto, a dança, a umbigada, o girar da saia vai curando minhas memórias, fortalecendo minhas alma de filha que ama.

Eu minha mãe tínhamos uma relação de amizade, afeto e trocas. Impossível não rememorar essa conexão ancestral. Minha mãe era apaixonada pelo Carnaval, foliar no bola preta, cantarolar com as marchinhas e sua apreensão por ver cada escola entrar na avenida e desfilar toda a sua magia. E quando eu fui convidada pra desfilar na ala “resistência” do Salgueiro com um samba vivo, que cantava a história das mães pretas baianas que desceram o morro pra fazer história no lugar onde nasceram, os gatilhos emocionais foram gigantes.

Referências negras fazem toda a diferença na criação das futuras gerações (Foto: Arquivo Pessoal)

Impossível não se lembrar de minha mãe, seu sorriso, sua alegria e da falta de tê-la na folia comigo.
Ah, mas o céu estava brilhante e lá estava ela, me desejando boa sorte pra entrar na avenida e cantar com força. Salgueiro o amor que bate no peito da gente, sabia sou diferente…

Um samba lindo, com uma mensagem potente de como as mães pretas, são resilientes, resistentes, felizes, apesar de suas dores. Vestida de rainha, linda, em glória, as lágrimas rolam e eu digo: “Mãe, eu tô aqui, pra saudar a mim, a ti e aos nossos. Me guia nessa avenida e me sustenta até o fim”. Eu e a conexão de nós duas se faz muito potente. Gratidão minha malunga, meus ancestrais por essa chama, chamada amor, amor pelo Carnaval.


Palavras-chave
carnaval racismo antirracismo cultura negra

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