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Marcos Piangers e Ana Cardoso mandam a real sobre ter filhos: “Viva cada momento porque o tempo não volta”

Publicado em 02/05/2020, às 08h26 - Atualizado em 13/01/2021, às 09h01 por Ana Cardoso e Marcos Piangers


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ELA DIZ

“Um chá de maternidade”

Outro dia, na sala de espera de um médico, encontrei um livro sobre chás, yoga e  meditação. Está aí uma trilogia que me interessa. A parte que eu mais gostei explicava como o momento de fazer um chá pode ser de grande paz e aprendizado para nós. É preciso parar, colocar a água pra ferver e esperar. Imediatamente me lembrei da minha ansiedade ao esquentar mamadeiras no micro-ondas. Eu deixava 30 segundos e parecia uma eternidade, se minhas filhas estivessem chorando. Eu  ficava nervosa… 1, 2, 3… Não chegava nunca no 30. Estamos falando de segundos e aquela angústia com mísero meio minuto, hoje, vista de uma distância de muitos anos longe das mamadeiras, parece-me absurdo.

Como as meninas estão na escola e não choram mais de fome, voltemos ao chá. O livro explicava que durante a fervura da água é normal sentirmos ansiedade e que isto é bom e necessário. Tudo na natureza leva tempo e para a água ferver não seria diferente. Quando as bolinhas começam a se formar, é hora de contemplar. Sabe quando a primavera chega, os dias  ficam mais longos e os canteiros mais verdes? É bom, não é? A gente sente uma pitada de esperança de coisas boas por vir. Com as bolhinhas de fervura é a mesma coisa.

Podemos ter a mesma sensação, se a gente se permitir esse encantamento. Ferveu, chegou a hora de colocar água sobre as ervas que escolhemos. Aí vem o aroma, que devemos inspirar e fechar os olhos. Que cheiro bom! Depois, é o momento de observar a cor do líquido se organizando. A água, antes transparente, vai assumindo nuances que podem ser amarelos, laranjas, verdes, rosas, marrons e de outras tantas cores. A hora de sorver o líquido é boa, mas não substitui o prazer de todo o processo.

Com os filhos, é a mesma coisa. Para curtir mesmo, a gente precisa parar de fazer algumas coisas, prestar atenção, respirar fundo, contar até dez, muitas vezes. Cada fase tem as suas apreensões e os seus deleites. Você pode contemplar e estar presente ou pode fazer tudo tão correndo que arrisca se queimar ou usar ervas que já estavam vencidas (seriam as velhas crenças como usar violência na educação?). Muitos foram os momentos que eu perdi a calma, chorei,  fiquei perdida na maternidade.

Ser mãe não é um chazinho com bolo. Uma das melhores memórias que eu tenho são os banhos que eu dava na minha segunda  filha. Sempre no mesmo horário, no  nal da tarde. Eu aquecia o banheiro, preparava a água, colocava a música “Júlia” dos Beatles no celular e lavava a pequena. Por meses fiz assim. Era minha terapia. Tão bom quanto o melhor dos chás.

ELE DIZ

“Aproveite agora”

Você, que acabou de descobrir que vai ter um filho. A melhor coisa que alguém pode te dizer, neste momento, é: “Parabéns, cara. Espero que tudo seja incrível. Espero que você tenha tempo pra aproveitar tudo de perto”. É isso que desejo pros meus amigos. Desejo isso pra mim mesmo. Ter tempo para seus filhos é uma fortuna. A pior coisa que alguém pode te dizer é: “Te prepara! Aproveita pra dormir agora! Depois de ter filho você não vai conseguir!”. Existem crianças que, realmente, choram muito, estão sempre com fome, têm cólicas. Mas são exceções.

A grande maioria das crianças alterna um soninho gostoso (daqueles que dá vontade de ficar olhando) com noites eventuais de choro e reclamação. Mas, cá entre nós: quantas noites você virou acordado bebendo com os amigos? Ou quantas noites ficou acordado estudando? Ou vendo bobagem no Facebook? Existem momentos chatíssimos na paternidade; um jogo de tabuleiro com uma menina de três anos, por exemplo. Você joga o dado. Dá cinco. Ela leva cerca de vinte minutos para contar as bolinhas pretas do dado. “Cinco! Vamos logo, filha!”, você sentirá vontade de gritar. Então, ela segura a sua peça e vai pulando casas e tentando contar. “Um…”, e pula duas casas. “Quatro…” e pula duas casas. “Oito!”, e coloca a peça no meio do tabuleiro, em um espaço que nem faz parte do trajeto.

Noites em claro, cocôs em restaurantes, choros incessantes enquanto você está dirigindo. Esses são os piores momentos. E, também, os melhores. Cada noite mal dormida vai te transformar em um herói. Cada noite em claro é um sorriso que você recebe, uma mãozinha segurando seu dedo. Cada fralda suja é uma chance de você fugir de uma conversa chata. Cada vez que você acalma o choro do seu filho, se sente um encantador de bebês. Você se sente pronto pra cuidar de dez crianças. Você se sente imbatível. Dane-se as noites de sono. Espero que tudo seja incrível. Espero que você tenha tempo pra aproveitar tudo de perto. É isso que desejo para os meus amigos.


Palavras-chave
Família Marcos Piangers Ana Cardoso

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