Publicado em 06/05/2016, às 09h11 - Atualizado em 13/01/2021, às 09h10 por Taís e Roberta Bento
Com o ano letivo a todo vapor, começamos a receber pedidos de socorro de mães desesperadas. O resultado das provas começam a chegar em casa e temos duas reações opostas, porém, igualmente inadequadas.
Pais assustados começam a procurar explicação para as notas baixas fora de casa, em consultórios médicos ou na escola. Os filhos, por sua vez, ainda estão tranquilos, “foram só as primeiras provas, pra que se apavorar?”.
Então vamos ajudar para que as famílias possam aproveitar o que tem de melhor nas duas reações extremas e colocar a situação nos trilhos antes que, de fato, essa marola se transforme em um tsunami no final do ano letivo.
Em primeiro lugar, pais, respirem fundo. Agora pensem que a situação não é com seu filho. Vamos fazer de conta que estamos falando do vizinho ou daquele sobrinho terrível, assim podemos enxergar melhor a situação, sem as desculpas que automaticamente vocês já criariam para aliviar a barra de seus filhos.
Há duas possibilidades nessa situação. Na primeira, o seu filho tirou uma nota baixa e todas as outras dentro da média ou acima. Na segunda, como em alguns casos que recebemos, a situação inversa aconteceu e talvez ele tenha uma nota na média e todas as outras abaixo, bem abaixo do esperado.
No caso de uma única nota ruim, não há porque entrar em pânico. A verdade é que uma reação negativa da sua parte pode desanimar seu filho, já que ele realmente se esforçou ao ponto de ter boas notas em quase todas as matérias. O fundamental é que você mantenha seu foco em elogiar as boas notas e valorizar o esforço que foi colocado para alcançar esse resultado. Quanto à nota baixa, basta perguntar qual o plano para melhorar esta nota na próxima prova. Depois, dê um tempo de – no máximo – um dia para seu filho apresentar o que planejou e mostrar que confia na capacidade que ele tem para reverter a situação.
Se a maioria ou todas as notas foram ruins, é o momento para acender a luz de alerta, mas sem transformar a situação em um caos dentro de casa ou na relação com a escola. Quanto mais tranquila for a reação, mais firme e segura você conseguirá ser em todos os aspectos necessários para ajudar seu filho a reverter a situação atual. Aqui vai o primeiro aspecto que você precisa aceitar para que possa ajudar: a responsabilidade pelas notas ruins é do seu filho e de mais ninguém. Por isso é importante tentar enxergar de fora, nada de procurar “o culpado” pelas notas baixas.
Quando tentamos encontrar alguém a quem culpar, o foco da situação é totalmente desviado e, seja quem for o escolhido, nada ou muito pouco de produtivo poderá ser tirado para reverter o quadro. Então, combinamos que não há culpados. O fato de você ter trabalhado demais, da professora de matemática ser brava demais, de seu filho ter ficado triste demais ou qualquer outro “demais” não deve ser usado como desculpa agora.
Se o responsável por estudar e tirar boas notas é seu filho, fica claro que ele pode – e deve – solicitar ajuda quando precisar, mas é ele quem vai ter que mudar algumas atitudes para que a situação não se repita. Seu papel como responsável é fundamental: guiando, apoiando, mostrando que acredita, estabelecendo e fazendo cumprir algumas regras. Mas nada disso vai adiantar caso seu filho não mude também.
A melhor maneira de conseguir isso é solicitar que ele faça uma lista das causas que podem ter gerado esse resultado. Lembre-se de não tratar cada matéria ou prova de forma isolada. Por exemplo, ele não deve pensar sobre o porquê de ter tirado 4,0 em Geografia, 5,0 em Ciências e 4,8 em Língua Portuguesa. A resposta que você quer dele é uma ideia do que pode ter causado tantas notas baixas. Se o seu filho ainda for muito novo, você pode fazer uma média de todas as notas e o foco será neste número, para facilitar o entendimento.
Dê a ele pelo menos o tempo de um dia para o outro para pensar em algumas possibilidades e volte a conversar. Ele deve trazer por escrito uma pequena lista dos motivos que podem ter gerado o resultado negativo. O objetivo final é que ele tenha a oportunidade de analisar suas próprias ações e comprometimento, talvez pela primeira vez! Prepare-se para surpresas boas. Seu filho é mais inteligente do que as notas mostram. Geralmente, falta a ele oportunidade para pensar sobre as próprias ações e para assumir responsabilidades que não podem ser passadas a ninguém, nem mesmo a vocês, responsáveis, que até então cuidavam de tudo!
No dia seguinte, deixe que ele fale. Não fale por ele. Ouça. Depois de ouvir a interpretação dele, pergunte o que ele pretende fazer para reverter a situação nas próximas provas. Novamente, seja paciente. Deixe que ele pense. Ouça. E somente agora, no momento em que ele assumiu a responsabilidade e precisa achar caminhos diferentes, você oferece uma pequena lista com suas sugestões de mudanças. Em nosso site, demos um exemplo de uma boa lista com 5 dicas para a hora que seu filho estiver estudando para as provas.
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