Publicado em 04/12/2013, às 16h00 - Atualizado em 19/06/2015, às 14h33 por Redação Pais&Filhos
Dentre os tumores malignos que afetam os homens, cerca de 5% ocorrem nos testículos. Embora mais raro que outros tipos de câncer, ele costuma afetar pessoas jovens, entre 20 e 35 anos de idade, que estão no auge da idade fértil.
Aproximadamente dois terços dos pacientes que se submetem ao tratamento desse tipo de câncer apresentam ausência completa de espermatozóides – a chamada azoospernia -, porém, o diagnóstico de um câncer no testículo não significa necessariamente o adeus à paternidade. De acordo com o médico especialista em reprodução in vitro, Marcos Sampaio, filho de Carlos e Leda, a capacidade de ter filhos pode ser mantida se o homem, ao receber o diagnóstico, recorrer ao congelamento de espermatozóides, procedimento simples em pacientes diagnosticados precocemente.
“A partir do momento em que o homem é diagnosticado, ele precisa ter paciência para pensar se quer preservar sua fertilidade, pois ele não precisa iniciar imediatamente o tratamento. Adiar em alguns dias o início não vai influenciar no resultado. Caso ele opte por congelar seus espermatozóides, o procedimento é simples e rápido”, explica o especialista.
Como identificar e tratar a doença
O sintoma mais comum do câncer de testículo é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. A dica é sempre fazer o autoexame com apalpamento já a partir dos 15 anos de idade.
Homens com histórico de câncer de testículo na família, que já tenham realizado cirurgia na região ou que já passaram por trauma forte que tenha causado inchaço nessa área, têm mais chance de desenvolver o câncer.
O tratamento inicial é sempre cirúrgico e, no caso de resultado positivo para câncer, é realizada a retirada do testículo, o que nada afeta a função sexual ou reprodutiva do paciente, desde que o outro testículo não tenha sido afetado.
Caso os dois testículos desenvolvam o câncer, as chances de o paciente manter suas funções reprodutivas, utilizando apenas tratamentos tradicionais, são bastante baixas. Mas existem técnicas capazes de retirar espermatozóides do tecido escrotal e preservá-los congelados, para que seja possível utilizar o material em uma futura fertilização in vitro (FIV). Assim, é possível preservar a fertilidade mesmo em caso de amputação dos dois testículos. “Houve um caso em que conseguimos coletar apenas sete espermatozóides de um paciente com azoospermia decorrente de câncer em ambos os testículos. Mesmo com poucos gametas, conseguimos realizar uma FIV bem-sucedida, que possibilitou ao paciente ser pai”, conta o especialista.
Consultoria: Marcos Sampaio, filho de Carlos e Leda, é diretor do Centro de Medicina Reprodutiva – Clínica Origen.
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