Publicado em 01/08/2013, às 08h48 - Atualizado em 17/06/2015, às 09h28 por Redação Pais&Filhos
Bebês que foram amamentados pela mãe têm maior probabilidade de ascensão social quando adultos, sugere um estudo da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha. Quanto mais tempo uma criança é amamentada pela mãe, maior a sua chance de subir na pirâmide social, de acordo com os resultados.
Segundo a pesquisa, em famílias em que uma criança foi amamentada pela mãe e um irmão foi alimentado com mamadeira, ainda foi verificada uma diferença nas chances de mobilidade social – o bebê que mamou do peito da mãe tinha uma chance 16% maior de subir de classe.
Nas análises, os pesquisadores perceberam que, entre os que foram amamentados com o leite materno, havia uma probabilidade 41% maior de subir de classe social do que aqueles que receberam mamadeira.
Uma das explicações para tal efeito, segundo os especialistas, pode ser a presença dos chamados ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LCPUFA), que são essenciais ao desenvolvimento do cérebro. No entanto, estudos anteriores indicaram que aqueles ácidos só por si não melhoram o desenvolvimento cognitivo.
Além de todos os benefícios conhecidos, os autores também defendem que o aleitamento materno pode ter impacto sobre o estresse: pessoas amamentadas indicam menos sinais de estresse.
Mas ainda falta uma resposta: se o que é mais benéfico para a criança são os nutrientes do leite materno ou se o que realmente importa é contato físico e a ligação entre a mãe que amamenta e o seu filho, ou, ainda, uma combinação dos dois.
O estudo
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 30 mil pessoas nascidas no Reino Unido, 17.419 em 1958 e 16.771 em 1970, comparando a sua classe social quando tinham 10 ou 11 anos e 33 ou 34 e se tinham ou não sido amamentados.
A classe social foi classificada numa escala de quatro pontos, variando entre não-qualificado ou semiqualificado e profissional ou administrativo/diretivo, segundo a agência France Presse.
No grupo de 1958, 68% das pessoas tinham sido amamentadas, em comparação com apenas 36% no grupo de 1970, indica o estudo, cujos autores dizem ser o maior até agora a investigar a relação entre a amamentação e a mobilidade social. Os investigadores recolheram informação por meio de um acompanhamento regular, com um intervalo de poucos anos.
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