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Não como legumes e verduras, mas não quero que o meu filho faça o mesmo

Imagem Não como legumes e verduras, mas não quero que o meu filho faça o mesmo

Publicado em 06/09/2013, às 15h49 - Atualizado em 22/06/2015, às 14h00 por Redação Pais&Filhos


Recebemos hoje na redação da Pais & Filhos a psicóloga, autora do livro A Culpa é da Mãe e colunista da revista, Elizabeth Monteiro que conversou com pais e mães sobre exemplo para os filhos. Afinal, você deve deixar de falar palavrão para que seu filho não fale? Se você não come frutas, deve passar a consumir para dar o exemplo para a criança? O tema é polêmico e, como tudo que diz respeito à educação, merece cuidado. Para a psicóloga, têm horas que os pais vão falar um palavrão e isso não quer dizer que a criança possa fazer o mesmo.

Algumas mães contaram que a diferença de idade entre os filhos faz com que um queira seguir o exemplo do outro, mas a psicóloga explica que tem sim de haver uma diferenciação entre as crianças, até mesmo pela idade de cada um. O filho de 15 anos pode comer algumas coisas que o de 2 ainda não pode. Faz parte do aprendizado da criança entender que há alguns limites que vão de acordo com sua idade. Veja quais as maiores dúvidas dos pais quando o assunto é exemplo para os filhos.

Pâmela Oliveira Santos: Não como frutas e nem vegetais e na maior parte das vezes nada que seja natural, tenho consciência de que não é saudável e não gostaria que meus filhos tivessem os mesmos hábitos alimentares que eu. Como posso educá-los para comer “de tudo”?

Betty Monteiro: Faça-os provar. Finja que você come, deixe a criança se melecar, descascar a fruta, partir a frutinha, limpar a verdura e preparar seu próprio prato. Pronto! Se ela perceber que você não come, diga-lhe que já comeu quando criança e agora, como adulta, pode dizer não a certos alimentos.

Vivian De Castro Mesquita Evito falar palavrão na frente da minha filha, mas confesso que muitas vezes falo e ela está por perto. Obviamente ela já fala alguns e inocentemente me pergunta até o que significa. Tenho reações diversas, desde ficar envergonhada até a dar bronca e pedir que não repita. Qual o procedimento mais adequado quando isso acontece?

Betty Monteiro: Peça desculpas a sua filha quando isso acontecer. Fala que, de vez em quando você fica nervosa, que está errado e não quer que ela repita. Combinem uma palavra para ela dizer quando está com raiva, por exemplo, “treque treque”, “bloc bloc” etc.

Flavia Hashimoto: Uma vez, eu e minha irmã acabamos nos desentendendo na frente das minhas filhas de 6 e 4 anos… depois tivemos uma conversa, nós duas, com elas pra nos desculpar e explicar que não foi legal pra nenhuma de nós duas. De qualquer maneira, elas têm brigado muito e sempre bate uma culpinha pelo ocorrido… sabe a sensação de não ter muita moral pra falar? Como posso orienta-las melhor?

Betty Monteiro: A briga entre irmãos é bíblica. Vem desde Caim e Abel. É importante dizer a suas filhas que irmãos brigam, discutem, mas que nunca devem se agredir, nem verbal e fisicamente.

Dalva Miranda: Quando meu filho fala palavrão, como devo agir.

Betty Monteiro: Não adianta repreender. Diga que palavrões só se diz no banheiro de porta fechada! Se a sua criança teimar muito ou te provocar, faça uma sessão de palavrões. Diga-lhe: hoje vamos falar todos os palavrões que conhecemos. Diga palavrões gritando, cantando, silabando… De todas as formas. Assim, diminuirá o desejo dele de te provocar. Faça isso de vez em quando, quando necessário.

Giuliana Vaia: Eu sou muito medrosa, em parte porque herdei isso da minha mãe. Ela me dizia que tudo era perigoso. Cresci achando a vida perigosa e às vezes me pego repetindo os mesmos padrões com minha filha e quando vejo a reação dela me sinto culpada. Mas é tão automático que às vezes nem percebo. Tem como mudar esse meu padrão de comportamento depois de 33 anos e não repassar isso pra minha filha? Possível?

Betty Monteiro: Difícil, porém possível. Você precisa entrar em contato com seus medos, entendê-los e enfrentá-los. Se, por alguma razão, você não conseguir dominá-los, explique a sua criança que você se assusta com algumas coisas que são bobagens porque colocaram medo em você. Exemplo, até pouco tempo atrás eu morria de medo de aves, expliquei aos meus filhos a razão deste medo e procurei controlar a minha reação diante das aves, meus filhos não temem nada.

Denise Bobadilha: Das muitas culpas que carrego, uma é deixar escapar um palavrão na frente dos filhos (meu marido vendo futebol também “liberta” uns xingamentos). Eu os proíbo, digo que é feio… mas saí, eles enxergam essa hipocrisia?

Betty Monteiro: Isso não é hipocrisia. Acontece no mundo adulto. Peça perdão aos seus filhos, diga que é errado e que só mamãe e papai podem deixar escapar essas palavras dentro de casa.

Daniel Japiassu: O que fazer para diminuir a culpa quando você passa a semana inteira vendo sua filha de 4 anos apenas por 30 minutos, de manhã, antes de deixá-la no colégio?

Betty Monteiro: Daniel, isso é fato, é a sua realidade. De nada adianta carregar essa culpa, pois a relação de vocês vai ficar sempre tensa. Encare essa realidade e procure fazer dos poucos momentos com sua filha, os melhores momentos de suas vidas.

Kathia Mendes Faggion: Eu não gosto da maioria dos legumes e ODEIO salada, mas queria muito que minha filha aprendesse a se alimentar bem. Sempre ouvi que ia ter que comer pra dar exemplo para ela, mas não adianta, não suporto verduras! Como posso fazer mudar isso e pra não carregar essa “culpa” nos ombros?

Betty Monteiro: Brinque com sua filha de fazer comidinha. Lavem os legumes juntas, deixe que ela corte com as mãos ou com uma faca que não seja perigosa, preparem o tempero e comecem a comer com as mãos. Você deve fingir que os come, pronto. E compartilhe este prato com resto da família.

Ana Franco: Como explicar que o doce/bala/chiclete que a irmã adolescente traz para casa não é bom para ela, que tem apenas 2 anos e meio? Ela quer copiar a irmã mais velha em tudo!

Betty Monteiro: Dizer que a mais velha pode porque já tem idade para isso e quando ela tiver a idade da irmã, ela também vai poder.

Viviane Rocha: Como faço para tirar a minha filha da minha cama? Ela dorme comigo até hoje, e já tem 3 anos.

Betty Monteiro: Se sua filha tem o costume de dormir com você, procure saber qual a razão disso. Se for medo, busque a razão desse medo e ajude a enfrentá-lo, por exemplo, se ela tem medo de monstro, pegue uma vassoura e vá com ela até o lugar em que este monstro está. Assuste este monstro: “xô, xô, xô, sai daqui, deixe minha criança em paz!”. Compre um boneco que ela escolha para dormir com ela. Faça um trato, diga-lhe que cada pessoa deve dormir em seu quarto e que toda vez que ela for para a sua cama, você a reconduzirá a cama dela. Quando ela sentir qualquer coisa, basta chama-la e não desista destas atitudes até que se transforme em hábito. Apesar do cansaço.

Fabiana Fontainha: Betty, como evitar que meu filho tenha medo de insetos como eu que tenho PAVOR de baratas?

Betty Monteiro: Controle-se diante desta sua fobia. Procure não demonstrar. Se o medo de insetos já se instalou, faça com que ele saia com o pai em busca de insetos para colecionar.

Karin Geissler: Minha filha tem 1 ano e 7 meses e pra tudo faz um drama. Como devo agir? Ela chora pra tudo (principalmente quando recebe um não). Meu marido fala que ela me puxou. Confesso: sou um pouco dramática. O que faço?

Betty Monteiro: Antes de você apontar qualquer comportamento em sua filha, olhe para dentro de você. Ou, para o ambiente em que a criança vive. Investigue por que sua criança está chorando, tão dramática. Por que você está dando atenção suficiente ou só quando ela dramatiza. Se você acha que é uma pessoa dramática, pense nisso e procure entender a razão dessa sua característica.

Danielle Saudades: Tenho dois filhos uma menina de 17 anos e um menino de 6, então transito entre dois mundos bem diferentes. Não tem como estar sempre fazendo o que e certo pois cada enxerga o meu exemplo de uma forma diferente? Qual a melhor maneira de fazê-lo entender que ela já é quase uma adulta, pois toda a vez o pequeno questiona. Por que ela pode fazer igual a você e eu não?

Betty Monteiro: É muito importante que exista a hierarquia em uma família. A hierarquia é o princípio da ordem. Os seus filhos precisam saber que você pode fazer algumas coisas porque você é mãe e tem idade suficiente para isso. A sua filha mais velha pode fazer aquilo que está dentro dos limites de sua idade e assim como o mais novo, ele tem que aprender que precisa chegar na idade da irmã para fazer as mesmas coisas. Faça isso sem culpa.

Jaqueline Carvalho: Elisabeth como explicar ao meu filho que uma determinada atitude minha não deve ser seguida por ele?

Betty Monteiro: Basta dizer que o que você faz está errado e que você vai tentar corrigi-la, controlá-la. E que ele não deve fazer o mesmo.

Renata Asprino: Como fazer com amizades na escola que acho que podem influenciar negativamente?

Betty Monteiro: Você não pode escolher os amigos dos seus filhos. Mas, deve orientá-lo nessa escolha. Se esta influencia for verdadeiramente negativa, dificulte este relacionamento de forma muito sutil e estimule a aproximação de outras crianças.


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