Mais

O melhor professor do mundo

Imagem O melhor professor do mundo

Publicado em 05/06/2012, às 21h00 por Redação Pais&Filhos


Por Julia Rabahie, filha de Marina e Gilberto

Esse trecho, retirado de um dos vídeos do professor Salman Khan, mostra o seu jeito de ensinar descontraído e que resultou em sucesso mundial com público de milhões de crianças. Essa é uma das mais de 3000 aulas que ele disponibiliza de graça em seu site (khanacademy.org). O estilo é bem-humorado, fácil de entender e com desenhos e gráficos que tornam a explicação muito mais compreensível. O site oficial também conta com exercícios que testam o que o aluno aprendeu durante sua “aula particular”.

No começo, seu diferencial era montar aulas mais divertidas do que as que estavam espalhadas pela rede, que Khan considerava longas, complicadas e que não aliavam o conteúdo apresentado com exemplos práticos do dia-a-dia. Hoje, porém, já existem outros sites com a mesma proposta, mesmo que nenhum tenha atingido ainda o sucesso da Khan Academy.
Um deles é o Quadrado Mágico (qmagico.com.br), lançado por estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em maio desse ano, já com 700 aulas de matemática, exercícios e ferramenta de perguntas e respostas. Ele é voltado para alunos do ensino fundamental e médio, e pretende disponibilizar aulas de português e física a partir desse mês. No Brasil já estão pipocando modelos parecidos, a fim de fornecer educação de qualidade. A maioria delas, no entanto, são voltadas para alunos do ensino médio.
Já Salman Khan oferece desde aulas bem básicas sobre adição e subtração a explicações sobre os tipos de respostas imunológicas e eletrostática. Mas tudo fácil de entender, acredite! “Acho que consegui aliar um bom conteúdo ao ritmo da rede. Passo meu recado, em média, em dez minutos”. Seu objetivo? “Que gente do mundo inteiro possa aprender de tudo sem pagar nada na Khan Academy”.
Ele mantém seu site com grandes doações, como a de Bill Gates, fundador da Microsoft, que conheceu os vídeos porque seus filhos assistiram e gostaram. Foi aí que o site começou a ganhar visibilidade na mídia. Os sites brasileiros de conteúdo para estudantes não contam com essas doações e pretendem cobrar uma pequena quantia dos alunos ou das escolas, oferecendo serviços como relatórios individuais sobre os estudantes.
Na Califórnia, 15 escolas já adotaram os vídeos de Salman Khan nas salas de aula. Por aqui, uma ONG brasileira, a Fundação Lemann, que trabalha com a promoção da educação pública, traduziu os vídeos para o português e disponibilizou no site fundacaolemann.org.br. Daniela Caldeirinha, filha de Walter e Rosângela, e coordenadora de projetos da fundação, acredita que a linguagem de internet é muito bem utilizada pelo professor. “São vídeos curtos, que tem uma lógica de web, com uma linguagem simples e descontraída, claro, sem perder o conteúdo e a qualidade”. O poder da Khan Academy de dialogar com pessoas já acostumadas a estudar pela internet é muito grande, o que aproxima os conteúdos das aulas à realidade de quem estuda. 
Khan em português 
Para traduzir os vídeos, a Fundação Lemann desenvolveu um método com professores mestres em suas áreas, que revisam e fazem as alterações necessárias para adaptar ao Brasil. Além da dublagem em português, a Fundação também está patrocinando um projeto piloto de introdução dos vídeos em algumas turmas de escolas municipais de São Paulo. É um teste que vai servir para analisar como a metodologia funciona quando aplicada em sala de aula. Em março os professores passaram por treinamento e as escolas por uma adequação de infraestrutura.
Os alunos começaram a usar os vídeos na segunda metade de abril. O material é usado de forma diferente por cada professor, podendo servir como estudo complementar, lição de casa, ou apresentado na própria aula. É possível acompanhar o desenvolvimento dos alunos através de um software. As informações chegam ao professor em tempo real e possibilitam um ensino mais individualizado, em que as crianças são atendidas conforme as suas necessidades e o tempo que precisam para aprender. 
Os vídeos da Khan Academy, assim como outras tecnologias, oferecem ótimos recursos à educação, desde que o professor saiba em quais contextos usá-los. Ele tem a função de mediador entre o aluno e a informação, por isso é importante que prepare a criança para que ela saiba o que fazer com os dados que chegam. Ou seja, não basta ver o vídeo para aprender tudo. “É preciso criar um ambiente que favoreça o aprendizado, seja de qualquer forma que isso aconteça”, diz a diretora pedagógica do Colégio Vital Brazil, Suely Corradini, mãe de Bruno, Raphael e Isabella.
Paulo Fontes, filho de Rosário e Paulo, e professor de informática do Colégio Albert Sabin, acha que os vídeos funcionam apenas como material complementar ao conteúdo visto em sala de aula, reforçando o papel do professor como mediador da informação. Segundo ele, as crianças são “nativas digitais”, ou seja, já nasceram e cresceram acessando a internet, o que faz com que o interesse pelos conteúdos passados através da web seja muito grande.  
Para o professor, a tecnologia atinge o aluno mais que outras formas tradicionais justamente pelo interesse que a internet desperta. Resta ao educador orientar seus alunos a usar direito essa ferramenta. 
Há quem diga que Salman Khan está revolucionando a educação. Os vídeos são, de fato, divertidos. Nós aqui na redação aprendemos tudo sobre a anatomia de um neurônio sem nenhum sofrimento. Mas é preciso, sim, ter pais e professores por perto, até porque o neurônio pode virar um clipe de música do Youtube em um clique.
O professor
Salman Khan é um americano filho de uma imigrante indiana. Estudou matemática, ciências da computação e engenharia elétrica no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Khan estava trabalhando no mercado financeiro quando começou a se envolver com vídeos educativos. No ano de 2004, uma prima lhe pediu ajuda nos estudos de matemática. Como ela morava em outra cidade, colocou os vídeos no Youtube. Foi um sucesso. Em 2009, com o apoio da mulher Umamia, médica e mãe dos seus dois filhos, Khan largou o emprego e se entregou completamente aos vídeos. 
Consultoria: Daniela Caldeirinha, filha de Rosângela e Walter, é coordenadora de projetos da Fundação Lemann. Paulo Fontes, filho de Paulo e Rosário, é professor de informática do colégio Albert Sabin. Suely Corridini, mãe de Bruno, Isabella e Raphael, é diretora pedagógica do colégio Vital Brazil. 

Palavras-chave

Leia também

Tadeu Schmidt - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Tadeu Schmidt expõe reação ao descobrir que a filha é queer: 'É decepcionante o que tenho a dizer'

Virginia Fonseca - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Virginia se pronuncia sobre atitude polêmica com babá da filha: "Não foi porque não quis"

Jogador do Corinthians - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Causa da morte de jovem após encontro com jogador do Corinthians vem à tona 2 meses depois

Lucas Lima e Vi Bueno - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Professora de yoga faz desabafo após romance com Lucas Lima: 'É uma pessoa que eu não me relacionaria'

Andreas Richthofen vive isolado - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Vizinhos do irmão de Suzane Von Richthofen contam triste rotina do rapaz: "Precisa de ajuda"

Ricardo está sendo procurado - (Foto: Reprodução/PCDF)

Família

Professor estupra criança por 4 anos e foge ao ser descoberto pela mãe do menino

Rafa Justus - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Rafa Justus mostra em vídeo resultado da rinoplastia feita aos 14 anos

De A a Z: confira os nomes femininos americanos para te inspirar - Getty Images

Bebês

Nomes americanos femininos: mais de 1000 opções diferentes para você se inspirar