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Conheça o nosso novo pediatra consultor e mande suas dúvidas

Imagem Conheça o nosso novo pediatra consultor e mande suas dúvidas

Publicado em 03/08/2012, às 07h00 por Redação Pais&Filhos


É do tipo de pediatra que te dá o telefone do consultório, o celular e até o número da casa. Atende a qualquer horário, não deixa ninguém na mão. Vem de uma família de pediatras e tem plena consciência de que está lidando com o bem mais importante das famílias. Recebemos tantas boas recomendações que decidimos convidá-lo para ser nosso consultor oficial. A partir desse mês, estará ao nosso lado, opinando nas nossas matérias e tirando suas dúvidas.

Por Mariana setubal, filha de Cidinha e Paulo / Foto Ike Levy, pai de Nina

Quando você se tornou pai, o que mudou na sua carreira?
Muita coisa mudou, porque uma coisa é você entender do assunto e outra é vivenciar. Acho que as experiências com meus três filhos contribuíram muito para que eu entendesse como funciona uma família. Principalmente no que diz respeito às ansiedades e dúvidas que a gente tem. Eu procuro muito me colocar, como pediatra, do outro lado, como se eu fosse o pai da criança.

Para os seus filhos, deve ter sido ótimo ter um pai pediatra.
Olha, é muito bom. Mas, na verdade, quem foi o pediatra dos meus filhos foi o meu pai.

Por quê?
Até certa idade, não é bom que o pai seja o pediatra, porque há fatores emocionais envolvidos. Então, meu pai foi pediatra das crianças até seus 2, 3 anos. Depois eu comecei a acompanhar. Apesar de que meus filhos ainda adoram falar com o avô quando têm algum sintoma. Para minha esposa, ter um pediatra a tiracolo é bacana. Mas por outro lado, eu trabalhava bastante, então as crianças sentiam a minha ausência.

Seu pai também não foi seu pediatra?
Não. Era um médico que trabalhava com ele. Mas chega uma hora em que você ali, na mesma casa, resolve as coisas. Por exemplo, quando meu filho teve apendicite, com 12 anos, eu fiz o diagnóstico em menos de uma hora.

Você tem um irmão pediatra também…
Isso, o Jairo trabalha comigo no consultório. Eu sempre digo que a pediatria é um estilo de vida, não é só uma profissão. Eu já nasci nisso, vivo nisso, me identifico muito. Às vezes, tem pai que me pergunta: “Cláudio, vou te incomodar se eu telefonar?” E eu respondo: “Lógico que não. Eu que vou ficar preocupado se você estiver com alguma dúvida e não me ligar”.

Conheço muita gente que fugiu totalmente da carreira do pai!
É. Exatamente. Algumas vezes eu tive dúvidas, mas a coisa foi natural. Tem essa ideia do médico cuidar das pessoas – e pediatra cuida do bem mais precioso. Tem uma médica que fala que você está cuidando do diamante das pessoas.

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Você atende os pacientes no consultório, dá aula na faculdade e ainda trabalha numa ONG. Como consegue fazer tudo?
Meu dia não acaba. Eu sou muito sistemático nos horários, acordo muito cedo. De manhã vou pra faculdade – a Escola Paulista. A ONG é lá mesmo, cruzando a rua. Isso me facilita muito. Geralmente, quando  saio de lá e vou para o consultório. Muitas vezes não almoço. A agenda do pediatra é muito inesperada. Por exemplo, à tarde estou com as consultas todas marcadas, mas se liga uma mãe preocupada com o filho doente, pra mim é natural atender. Não tem sentido pedir para a mãe de uma criança que está com 40 graus de febre que venha
no consultório às oito da noite.

Quando as pessoas te procuram pela primeira vez?
A maioria dos pacientes vem ainda na gravidez. É uma consulta muito boa. Passo algumas coisas que não se encontra nos livros, algumas experiências minhas. Eu foco muito em questões técnicas, como as primeiras vacinas, os exames de triagem, o que pode acontecer na maternidade. Explico que devem evitar o excesso de visitas logo depois do parto. É importante que a mãe, nesse começo, seja preservada. Dar de mamar requer que você esteja com o bebê a cada três horas, pelo menos. Destaco a importância do sono, de uma boa alimentação.

Nas primeiras semanas, qual é a maior preocupação dos pais?
A amamentação e o ganho de peso. A pediatria é uma ciência cheia de lendas. Tem muita coisa igual ao que tinha há 50 anos, mas tem muita coisa nova também, novos conceitos. Nesse começo, tento deixar os pais tranquilos. Eles perguntam sobre cólicas, soluços – as crianças soluçam muito, e isso é normal. Querem saber como vestir a criança, se põem muita roupa, qual é a posição no berço, se a evacuação está normal, perguntam sobre regurgitação. E a gente vai acompanhando o peso.

E depois dessa fase?
Ainda continua sendo a amamentação – hoje a recomendação é de que o aleitamento materno exclusivo seja feito até os 6 meses. Nesse período, é muito importante acompanhar o desenvolvimento neuro-motor das crianças, as etapas todas, quando começa a dar risada, que é aos 2 meses, quando começa a acompanhar o olho, que é entre os 3 e 4 meses; quando começa a ficar sentado, que é por volta dos 6 meses. Também vejo muito a parte da vacinação e do relacionamento da mãe com o bebê. A mãe pode ter um pouco de depressão, um pouco de ansiedade. O que ajuda, hoje, é que o pai é muito envolvido.

Isso é uma coisa que mudou, né?
Sim. Pai presente é algo muito importante. Eu procuro sempre trazê-lo para a consulta. Logo nos primeiros meses, é importante formar um time que vai dar suporte para a mãe, porque  sua vida muda muito: o corpo , os hormônios, o sono, a carreira. E eu me coloco como um membro da família. Acho que é por isso que me envolvo tanto. É importante também ter uma pessoa de mais experiência que servirá como um ombro para a mãe, geralmente é a mãe ou a sogra. Isso dá tranquilidade para que ela não se sinta sozinha.

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As mães te trazem perguntas sobre comportamento, como birra, também?
Muito. Mas acontece mais quando a criança já está maior. Bebês precisam de colo mesmo, precisam ficar junto das mães. Eu não vejo problema algum se o bebê ficar, nos primeiros meses, no quarto dos pais. Muitos povos fazem isso. Não na cama, mas o berço fica no quarto. Conforme a criança vai crescendo, você tem que estar ciente de que ela tem que começar a ter independência. Aí começam os problemas emocionais. Depois de três, quatro meses, toda criança pode ter uma pequena frustração. A gente não pode atender de imediato o que ela quer. E isso não é fácil. Se um bebezinho de 4 meses começa a chorar para mamar, é interessante deixar alguns minutos para mostrar que não é com qualquer choro que ele vai ter o que quer.

Como saber a hora certa de fazer isso?
Depois que você viu que a criança está engordando, que está bem. Os bebês pequenos, de 2 meses, ainda não têm uma massa muscular e de gordura que os permita aguentar longos períodos sem mamar. Tanto que hoje a pediatria orienta livre demanda. Quando a criança quer mamar, ela vai para o peito. Mas, mais tarde, ela já aguenta. E aí é uma lição que vai para a vida inteira. Se uma criança quer uma coisa naquela hora, e você acostuma a satisfazê-la naquele mesmo segundo, ela vira imperadora, impaciente. Isso tem a ver com a mãe, com a babá, com todos que estão em volta.

Isso sob vários aspectos? Quando o bebê chora de madrugada, por exemplo?
Sim. Isso é importante porque, quando as crianças vão chegando perto dos 6 meses, a mãe vai voltando ao normal, muitas voltam a trabalhar. Se essa mãe não dorme cerca seis horas por noite, ela fica muito cansada. Atrapalha a vida, ela fica impaciente, irritada, tem dor nas costas. Nessa idade, o mais importante é ter hábitos, rotina. Aquela criança que dorme no mesmo horário todo dia, que é alimentada no mesmo horário, vai ter um sono melhor, uma alimentação mais saudável.

Isso depende dos hábitos da família.
Eu tinha um paciente que não comia bem. Os pais trabalhavam muito e a cuidadora comia em pé na pia, porque não tinha tempo. Nos fins de semana, os pais comiam fora de casa, e não criaram o hábito de comer com a criança. Ou seja, ela tinha quase 2 anos de idade e não sentava à mesa com o pais.

E qual foi a solução?
Eu falei: “vamos fazer o seguinte: sentem para comer. Deem um jeito na agenda, vocês vão almoçar e jantar com ela. As crianças precisam de exemplo”. A mãe depois me ligou chorando, dizendo: “nossa, Cláudio, incrível, minha filha está comendo de tudo”.

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Desde que começou a carreira, você percebeu uma mudança de comportamento dos pais?
Mudou muito a alimentação. A pediatria está preocupada com a vida longa que a criança vai ter, com o adulto que ela vai se formar. Antigamente era muito comum as crianças comerem logo cedo ovo, açúcar, sal, engrossar a mamadeira com cereal. Hoje isso mudou. Os pais são focados numa educação alimentar das crianças. Por incrível que pareça, mesmo as mães que trabalham, se esforçam muito para estar perto do pediatra. Antigamente vinham babás na consulta.

Hoje elas não vêm mais?
Menos. A proximidade das mães mudou muito. A vontade de amamentar também. Outra questão é “onde meu filho vai quando eu começar a trabalhar?” Antes era uma oferta muito grande de babás de qualidade, hoje tem muito menos. Uma coisa que mudou muito é o acesso à informação. Os pais estão muito antenados. Eles colocam na internet e chegam aqui para perguntar. São mais interessados, perguntam que livros podem ler quando nascer o filho, ou até mesmo na gravidez. E, hoje, as pessoas viajam muito. Tive que me instruir sobre cuidados de viagem. Apesar do mundo ter avançado muito na industrialização, os pais se preocupam mais com comida e cuidados caseiros. E queremos que a criança veja menos televisão. Tem estudos que mostram que crianças que veem muita TV, todo dia, têm menos concentração. Acho que o pediatra virou um orientador de bons hábitos familiares.

Que livros você costuma indicar?
Eu gosto de um chamado Momentos Decisivos do Desenvolvimento Infantil, do Brazelton. Gosto muito de livros que falam o que acontece com a criança em cada faixa etária, tem vários desse tipo. Gosto de um do Einstein, que eu até escrevi alguns capítulos, A Saúde dos Nossos Filhos. Eu falo para os pais procurarem livros que não tendem a igualar as pessoas. Eles têm que ter informação, não ser uma verdade absoluta.  

Perguntas Pais & Filhos

Família é tudo, você concorda?
Sim, 100%. Digo mais, a família integrada.

A infância passa muito rápido. Como fazer para aproveitar melhor?
Acho que é importante aproveitar cada momento. O melhor jeito é estando junto com seus filhos. As pessoas, mesmo as mais ocupadas, têm que saber que a família é mais importante que a reunião com o chefe. Eu falo isso para os pais. As crianças requerem atenção, assim como os adultos. Mesmo as mais ocupadas têm que perceber isso e abrir um espaço na agenda. Às vezes aquela criança que está fazendo uma birra, na verdade, não é que ela é birrenta, é que ela quer chamar a atenção de uma mãe que não está. Eu oriento que as mães, mesmo muito ocupadas, cheguem mais cedo, desliguem o celular, desliguem a televisão e fiquem com o filho.

Aí você não precisa deixar de castigo, não precisa falar alto, não precisa bater, não precisa fazer nada. Se você satisfizer essa necessidade de rotina, você acaba com muito do mau comportamento e da birra.
O melhor jeito de passar a infância é você ficar com os filhos e estar discutindo isso.
Não é fácil, é um tremendo desafio,
mesmo para as melhores mães.


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