Gravidez

Eles ajudam a dar à luz

Imagem Eles ajudam a dar à luz

Publicado em 18/06/2014, às 14h29 - Atualizado em 12/06/2015, às 16h16 por Redação Pais&Filhos


Até muito recentemente, os bebês no Brasil nasciam nas maternidades, nas mãos dos obstetras. E ponto. Parteiras tradicionais atendiam mulheres em lugares em que o atendimento médico não chegava. A questão é que, com esse modelo de atendimento ao parto, o Brasil ganhou o status de um dos recordistas mundiais em cesárea – um número que hoje, estima-se, chega a 52% do total dos partos e 83% na rede privada. É muito: para ter um parâmetro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que não passe de 15%! Ou seja, a intervenção cirúrgica, que deveria ser usada como opção ao parto vaginal normal nos casos em que houvesse algum risco para a mãe ou o bebê, no Brasil se transformou em regra.

Do ano 2000 para cá, o assunto ganhou visibilidade e virou preocupação do Ministério da Saúde. Pela internet, grupos de gestantes e de mães começaram a se organizar, trocar ideias e discutir. Entre vários assuntos (de temas como enjoos ou dúvidas sobre  amamentação) um em especial começou a mobilizar muito: o parto, em especial a vontade das mulheres de terem parto normal. Ana Cristina Duarte, mãe de Julia e Henrique, hoje doula e obstetriz, está ligada a esse movimento desde o começo. Em 2001, criou com outras três mulheres o blog  Amigas do Parto e, no ano seguinte, o Doulas do Brasil. Depois,  formou-se em Obstetrícia em 2008, na primeira turma do curso. “Para a medicina, cada grávida está prestes a ter um problema. Já a perspectiva desse novo movimento é de saúde e de cuidar com carinho do parto”, explica.

Um ponto importante nessa discussão é o direito da mulher de ser bem informada e optar pelo  parto que prefere. Uma decisão que cabe a ela.

O médico obstetra

Tradicionalmente no Brasil, o médico obstetra é o profissional que cuida da gestante. Tem como função realizar o pré-natal, segundo as recomendações do Ministério da Saúde: consultas regulares, solicitação de exames e recomendação de vitaminas consideradas essenciais para o desenvolvimento do bebê. Avalia riscos do parto e, se for o caso, faz uma indicação de cesárea.

Os obstetras atuam em geral nas maternidades – raros fazem partos domiciliares. No ambiente hospitalar a vantagem é que o suporte, em casos de emergência, já está ali ao lado, o que é visto como fator essencial para muitas mulheres.

Para o obstetra Bruno Ramalho, o momento atual é oportuno para discutir e rever o uso das intervenções médicas, como a episiotomia (corte vaginal para facilitar a passagem do bebê), cada vez mais questionadas por não terem evidências científicas que as apoiem. “A cesariana e outros procedimentos intervencionistas vieram de um processo histórico. Mas muitas novidades surgiram que fazem revisar essas práticas”, ressalta.

É dever do obstetra esclarecer todas as dúvidas da gestante com relação à gravidez e parto. Mas tem sido uma reclamação recorrente das mulheres se sentirem induzidas a uma cesárea, às vezes já desde o início do pré-natal, outras às vésperas do parto. E isso é muito ruim… Afinal, nessa relação, confiança e empatia são essenciais para que o parto seja um momento de realização e felicidade. Outra questão complicada é a disponibilidade de tempo de um médico para acompanhar um parto normal, que pode ser bem longo…

A enfermeira obstétrica

De acordo com o Ministério da Saúde, a enfermeira obstétrica é habilitada a fazer todo o acompanhamento pré-natal e a realizar partos de baixo risco – os partos normais que transcorram depois de uma gravidez sem complicações. Essas profissionais possuem graduação em Enfermagem e especialização em Obstetrícia e Neonatologia, cursos em que são treinadas a reconhecer sinais que inspirem cuidados. Assim, a qualquer complicação, encaminham a gestante ao médico obstetra, caso seja necessário. A maioria delas atua em partos domiciliares ou em casas de parto.

A enfermeira obstétrica do grupo Luz de Candeeiro Ana Cyntia Baraldi atua sobretudo em partos domiciliares há dez anos e defende a importância de cada mulher escolher o local onde quer dar à luz. “O ideal é que seja um local seguro onde ela possa relaxar”, afirma.  Isso pode ser em casa ou em um hospital, embora seja mais fácil em um lugar familiar. “Nós acreditamos que o corpo guarda em si a sabedoria natural para gestar e parir e que essa habilidade precisa ser respeitada no momento do parto”, ressalta.

A obstetriz

A graduação em Obstetrícia prepara um profissional a participar do pré-natal, parto e pós-parto, sob supervisão de uma enfermeira obstétrica. Apenas a Universidade de São Paulo (USP) oferece o curso. Entre as tarefas importantes da obstetriz, está a de orientar os casais em relação ao plano de parto. O  documento ainda é pouco usado, mas é uma recomendação da OMS: ele reúne como a mulher quer que seja seu trabalho de parto, com detalhes como seu desejo de ter liberdade de movimentos, escolha de posição, solicitação de ser atendida por uma doula. Ao dar entrada na maternidade, o plano de parto deve ser anexado ao prontuário da paciente. Se a instituição se recusar a receber, a grávida pode enviar seu plano pelos Correios com Aviso de Recebimento (AR). “O documento ainda não tem valor judicial expresso, mas o primeiro passo é as mulheres começarem a usar esse recurso”, explica a obstetriz Ana Garbulho, mãe de Bruno.

Ana começou atuando no atendimento a gestantes como doula e, depois, se formou obstetriz e se encontrou na área da saúde. Grávida do segundo filho, ela, que já acompanhou mais de 400 partos, está se preparando para ter seu segundo parto domiciliar. “Quanto mais informação, mais segurança a gestante tem para fazer sua opção. Eu temia que, durante o parto,  não fosse dar conta. Mas vi na prática como uma equipe que estimula o tempo todo faz toda a diferença”, conta.

A doula

Ela é uma acompanhante profissional. Durante a gestação, ajuda o casal a se preparar  para o parto. É legal que se forme entre doula e grávida um vínculo de confiança, o que facilita o apoio emocional e físico durante o parto. “A doula faz tudo o que uma mãe faria por uma filha”, esclarece a tutora Adele Valarini, filha de Regine e Uriel do curso para doulas da Matricusca. Lá, a formação dura, em média, 60 horas.

Elas aprendem a fazer massagens para aliviar dores na coluna, ajudam a gestante a encontrar posições confortáveis, orientam em relação à respiração entre outras atividades voltadas para o conforto e bem-estar. Algumas doulas se especializam em outros assuntos, como amamentação, e dão assistência também depois do nascimento do bebê.

Cuidados com o corpo

atividade física

Ela ajuda a manter o peso saudável, a prevenir a depressão pós-parto e a diminuir dores, além de melhorar a autoestima.  É preciso passar por avaliação médica ou de uma enfermeira obstétrica antes de iniciá-los. O ideal é contar com a orientação de um educador físico. As grávidas devem optar por exercícios na água, como hidroginástica e natação, caminhadas leves, alongamento.

ioga e massagens

São opções eficientes  para amenizar as dores nas costas e inchaços típicos da gravidez. Também servem para preparar o corpo para o nascimento e garantir melhor forma física depois da gestação.

drenagem linfática

A drenagem  diminui o inchaço causado pela retenção de líquido, um incômodo comum no último trimestre. “Além de desconfortável, a retenção de líquido atrapalha na hora do parto”, assegura a massagista Selma Ramos, que atende grávidas há 12 anos.

exercícios funcionais

São séries de exercícios que ajudam a fortalecer o assoalho pélvico, o abdome e os músculos das costas, sugere a especialista em educação física para gestantes Dani Rico, mãe de Ana Júlia e de Noa, criadora do programa que leva seu nome. A fisioterapeuta especialista em saúde da mulher Rafaela Rosa, mãe de Bernardo orienta as suas pacientes a buscarem esse tipo de preparação. “O parto é como uma maratona, por isso é importante estar com a musculatura fortalecida”, explica. Rafaela ensina também técnicas de respiração para tranquilizar a gestante durante o parto. Outros recursos que aplica é a acupuntura, para aliviar dores e contribuir para o equilíbrio emocional da paciente.


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